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Estado de Minas

A dupla pena das v�timas ap�s os atentados de Bruxelas


postado em 20/03/2017 16:55

Philippe Vansteenkiste, que perdeu sua irm� em 22 de mar�o de 2016 no ataque contra o aeroporto de Bruxelas, se considera uma v�tima "dupla", pois a dor de perder um ente querido se soma ao calv�rio de fazer valer seus direitos na Justi�a.

Os atentados ocorridos na esta��o de metr� de Maalbeek de Bruxelas e no aeroporto dessa cidade, cometidos pela c�lula do grupo extremista Estado Isl�mico (EI) que atacou Paris quatro meses antes, deixaram 32 mortos e mais de 320 feridos, al�m das centenas de fam�lias que perderam parte de sua vida.

Depois de 22 de mar�o, Vansteenkiste fundou uma associa��o, a V-Europe, para ajudar as v�timas e seus familiares a abrir caminhos nos labirintos burocr�ticos ao entrar com um processo e levantar publicamente sua voz.

"De verdade, �s vezes t�nhamos a impress�o de que voc� praticamente tinha que ficar de joelhos para conseguir uma compensa��o m�nima e assim poder seguir em frente", explica � AFP, mencionando a "ang�stia" das pessoas atingidas.

Olivier Vermylen, um m�dico de 47 anos, foi um dos primeiros a entrar na esta��o de Maalbeek e ainda hoje relembra os olhares atordoados dos feridos.

"Esses infelizes j� n�o est�o conosco. Alguns ainda podem caminhar... mas est�o em outro mundo", conta, de volta � esta��o de Maalbeek, que foi reaberta um m�s ap�s Khalid El Bakraoui se matar em um metr� cheio de pessoas.

O que mais chocou-o naquele momento, enquanto os servi�os de emerg�ncia trabalhavam na superf�cie, foi "o sil�ncio" e a quase aus�ncia de luz nas profundezas da esta��o, a dois passos da sede da Comiss�o Europeia. "Depois [veio] o cheiro de p�lvora e das explos�es", conta, admitindo que nada pode preparar algu�m para "cenas de guerra".

Aborrecimento administrativo

"Nos vemos abalados no que h� de mais profundo em n�s, em nossa rela��o com o mundo. Faz falta um ambiente de seguran�a, se n�o, nos isolamos e, quanto mais o tempo passa, mais dif�cil � sair", confidencia Kristin Verellen, cujo marido Johan morreu em Maalbeek.

Verellen organizou uma exposi��o com as fotos de Johan, que sonhava em ser fot�grafo, e criou uma associa��o, The Circles - We have a choice, que organiza reuni�es para os atingidos. Uma a��o necess�ria para lutar contra a "fragmenta��o" e a "polariza��o" da sociedade, e uma forma de lutar contra o terrorismo, explica.

No jardim de sua casa em Tervuren, nos arredores de Bruxelas, Nicolas de Lavalette, um franco-americano de 56 anos, lamenta o aborrecimento do sistema administrativo belga.

Membro da V-Europe, este professor de ingl�s briga por sua filha B�atrice, de 18 anos, que ficou gravemente ferida na sala de embarque do aeroporto.

"Gostaria que houvesse na B�lgica uma estrutura encarregada das v�timas, do in�cio ao fim. N�o existem organiza��es globais para gerir algo desta amplitude", queixa-se este pai de tr�s filhos, preocupado em como avan�ar� no caso de B�atrice quando a fam�lia voltar aos Estados Unidos.

Status de v�tima

"Entendemos que ainda h� coisas que poder�amos melhorar" para as v�timas, admitiu em entrevista � AFP o ministro do Interior, Jan Jambon, assegurando que as autoridades estavam agindo a respeito.

Diante das cr�ticas, o governo belga prometeu em fevereiro outorgar um "status de solidariedade nacional" �s v�timas de atos de terrorismo, garantindo a elas, principalmente, uma ajuda financeira vital�cia.

Mas a lei que est� sendo elaborada n�o � suficiente para as associa��es, j� que apenas cobre as pessoas que residiam na B�lgica no momento dos atentados.

Na sexta-feira, a federa��o belga das companhias seguradoras Assuralia prometeu que aceleraria o processamento dos 1.361 casos abertos depois de 22 de mar�o, assim como a "duplica��o" das indeniza��es por "danos morais" para as pessoas gravemente feriadas e para os que t�m diretos pelas v�timas que faleceram.


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