O secret�rio-geral da Organiza��o dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, anunciou o in�cio de consultas diplom�ticas sobre sua proposta de suspender a Venezuela do organismo, durante uma entrevista coletiva nesta segunda-feira com ativistas opositores, o que provocou a rea��o de Caracas.
"Vamos manter reuni�es esta semana com o presidente do Conselho Permanente e os coordenadores regionais para conversar sobre este tema", disse Almagro durante a coletiva na sede da OEA em Washington.
Durante as consultas com representantes dos 34 pa�ses membros da organiza��o, o ex-chanceler uruguaio pedir� a avalia��o das recomenda��es do seu relat�rio, apresentado no dia 14 de mar�o, no qual recomenda a ativa��o da Carta Democr�tica Interamericana e a suspens�o da Venezuela caso o pa�s n�o realize elei��es gerais em breve.
"De uma ditadura se sai com elei��es", afirmou Almagro.
As elei��es presidenciais na Venezuela est�o previstas para dezembro de 2018, e a vota��o para eleger os governadores foi adiada do final do ano passado para 2017, em data ainda n�o definida.
Al�m da realiza��o de elei��es, Almagro avalia urgente a liberta��o de cerca de 100 opositores presos, a restitui��o das compet�ncias do Parlamento e a ativa��o da assist�ncia humanit�ria para enfrentar a escassez de alimentos e medicamentos.
Ao lado das mulheres e de irm�s dos l�deres opositores detidos Leopoldo L�pez, Daniel Ceballos e Yon Goicoechea, o secret�rio-geral da OEA reafirmou sua disposi��o de seguir adiante na recomenda��o de sancionar a Venezuela no caso de n�o haver elei��es.
- Campanha de provoca��o -
Antes do in�cio da coletiva, a representante da Venezuela entrou no local para denunciar um ato eleitoral na sede da OEA.
"Viemos para protestar energicamente contra esta entrevista coletiva. O senhor Almagro sabe que isto viola todas as regras da organiza��o: n�o se pode fazer atos eleitorais", disse a diplomata Carmen Vel�squez.
A Venezuela apresentou ao presidente do Conselho Permanente, o embaixador de Belize, Patrick Andrews, uma carta de protesto, denunciando Almagro e sua "provocadora campanha pol�tico-midi�tica contra o governo leg�timo e constitucional da Venezuela", declarou Vel�squez.
Segundo a diplomata, entre "a maioria dos estados-membros h� um mal-estar" sobre a conduta de Almagro, e Caracas avalia promover uma censura � atua��o do secret�rio-geral, o que j� tentou durante a Assembleia Geral de Santo Domingo, em 2016.
O presidente do Parlamento venezuelano, Julio Borges, informou que "a Assembleia vai apoiar o apelo por elei��es realizado pela OEA e ajudar toda a Am�rica Latina a se colocar ao lado do povo para que a Venezuela tenha elei��es a curto prazo".
"A aplica��o da Carta (Democr�tica da OEA) n�o � intervencionismo, � uma lei venezuelana aprovada pelo Parlamento e firmada pelo ent�o presidente Hugo Ch�vez", recordou Borges.