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Estado de Minas

Aos 40 anos, M�es da Pra�a de Maio defendem ideais dos desaparecidos


30/04/2017 19:55

As M�es da Pra�a de Maio, s�mbolo de luta e resist�ncia na �ltima ditadura argentina (1976/1983) celebraram neste domingo seus 40 anos de exist�ncia com m�sica e marchas, e reivindicaram "os ideais" de seus filhos desaparecidos no regime militar.

"Alerta, alerta, porque est�o vivos todos os ideais dos desaparecidos", repetiam, em un�ssono, milhares de pessoas que aderiram � marcha das m�es com seus emblem�ticos len�os brancos ao redor de uma pir�mide, no centro da pra�a que lhes deu nome.

� frente estava a combativa l�der Hebe de Bonafini, 88 anos, junto com outras tr�s M�es, todas em cadeiras de rodas, empurradas por ativistas, seguidas por uma dezena de idosas, avan�ando a passos curtos e exibindo uma grande bandeira com a inscri��o "A falta de trabalho � um crime".

Como se fossem estrelas de rock, uma nuvem de militantes e curiosos disputava um lugar para tirar fotos das mulheres da Associa��o M�es da Pra�a de Maio, liderada por Bonafini, antes do come�o do show em tom festivo.

Um cartaz dizia "30.000 raz�es para continuar lutando", em alus�o aos desaparecidos.

"As M�es simbolizam a vida, diante do projeto de morte da ditadura militar", disse � AFP o te�logo e fil�sofo Rub�n Dri, tamb�m de 88 anos, presente ao ato.

O homem, que precisou se exilar durante a ditadura, lamentou que, no governo de Mauricio Macri, tenha voltado o neoliberalismo. "E novamente s�o as M�es que lideram a luta pela recupera��o da vida e da dignidade", disse.

30 de abril de 1977

Em 30 de abril de 1977, 14 mulheres se reuniram na pra�a em frente � Casa Rosada, sede do governo, para reclamar seus filhos arrancados no meio da noite de seus lares ou sequestrados na rua, diante da falta de respostas oficiais.

O grupo de mulheres, que ficariam conhecidas em todo o mundo como as M�es da Pra�a de Maio, exibia de p� as fotos de seus filhos.

A Pol�cia ordenava: "circulem, circulem". Mas ao inv�s de irem embora, come�aram a caminhar. Assim nasceu a m�tica 'ronda' das quintas-feiras, que desde ent�o se repete a cada semana na pra�a, que testemunhou suas lutas e divis�es.

"Estar aqui depois de 40 anos � uma bela sensa��o, completamente diferente daquele 30 de abril de 1977, quando estas 14 mulheres est�vamos ali, pensando que �amos fazer uma forma de press�o para que (o ex-ditador Jorge) Videla, esse genocida, nos desse alguma informa��o para a aus�ncia dos nossos filhos", recordou Mirta Acu�a de Baravalle (92), das M�es da Pra�a de Maio-Linha Fundadora.

A mulher comemorou a presen�a de "tantos jovens, porque neles tenho a presen�a dos nossos 30.000 presos-desaparecidos".

Manifestantes de todas as gera��es se misturaram na Pra�a de Maio. Para Franca D'Amico, de 33 anos, as M�es "simbolizam a mem�ria, a luta pela verdade e a justi�a", disse esta jovem nascida em 1984, ano do retorno � democracia.

D�vidas da democracia

"Os governos t�m uma d�vida muito grande: que se abram os arquivos e nos digam o que aconteceu com todos os desaparecidos, que os ju�zes digam a quem entregaram os beb�s que foram apropriados de suas m�es presas gr�vidas. H� mais de 400 jovens que n�o conhecem sua identidade", advertiu a dirigente Nora Corti�as (87).

Desde 1977, 122 crian�as roubadas recuperaram sua identidade, a �ltima na semana passada.

Desde 2003, com a anula��o das leis de anistia, amontoam-se dezenas de julgamentos por crimes contra a humanidade em todo o pa�s, com 700 condenados - a maioria militares e policiais - e ainda h� muitos processos em andamento.


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