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Estado de Minas

Nem Le Pen nem Macron entusiasmam na capital francesa da absten��o


postado em 07/05/2017 07:16

Abdahim Elbaz est� decidido. Este professor de Vaulx-en-Velin, cidade onde a absten��o bateu todos os recordes no primeiro turno das presidenciais francesas, n�o ir� votar neste domingo, ficando indiferente aos chamados que se multiplicam em prol do centrista Emmanuel Macron para frear a extrema-direita.

"Se Marine Le Pen est� onde est� � porque h� um cansa�o generalizado, as pessoas est�o desiludidas com a pol�tica", avalia, resignado, este homem de 45 anos, pai de dois adolescentes, que cresceu neste l�gubre sub�rbio de Lyon, onde ocorreu uma violenta revolta popular em 1990.

Esta cidade de 43.000 habitantes � conhecida como uma das mais abstencionistas da Fran�a, uma reputa��o confirmada no primeiro turno das presidenciais de 23 de abril, na qual a absten��o alcan�ou 41,7%, 20 pontos a mais do que a m�dia nacional.

E enquanto os chamados para frear a ascens�o da Frente Nacional (FN) de Marine Le Pen se multiplicam visando ao segundo turno, esta cidade permanece indiferente.

Muitos pensam que "n�o serve de nada ir votar", admite St�phane Bertin, um vereador.

Entre o programa social-liberal e pr�-Europa do jovem centrista, Emmanuel Macron, e as ideias soberanistas, anti-imigra��o e nacionalistas de Marine Le Pen, muitos preferem simplesmente n�o escolher.

Segundo as pesquisas, 30% dos franceses podem se abster no segundo turno. "Trata-se de uma absten��o motivada politicamente, de uma mensagem quase �tica. Os eleitores n�o querem associar seu nome a nenhum dos candidatos", explica � AFP J�r�me Sainte-Marie, do instituto BVA.

"Para mim, Macron � uma c�pia de Hollande. A Fran�a precisa de uma verdadeira mudan�a e n�o � com um candidato como ele que conseguiremos isso", estima Fanny Jacquier, uma empres�ria de 37 anos, que no primeiro turno votou em Jean-Luc M�lenchon.

O representante da esquerda radical, que liderou o primeiro turno nesta localidade com 38,52% dos votos, n�o deu nenhum sinal sobre seu voto. Jacquier considera votar em branco.

Isso n�o contribuir� indiretamente para que Marine Le Pen seja eleita para o Pal�cio do Eliseu? "Se chegar, chegou. Teremos que nos conformar", responde.

A rea��o � extrema direita mudou profundamente na Fran�a. Em 2002, quando Jean-Marie Le Pen passou para o segundo turno das presidenciais, centenas de milhares de pessoas foram �s ruas. Quinze anos depois, a presen�a da extrema direita gera muito menos inquieta��o.

"Se � o que a Fran�a quer [a extrema direita no poder], � catastr�fico. Mas n�o vou votar sem convic��o. Estou farta", explica Marie Ange Michel, uma aposentada de 65 anos, que tamb�m est� indiferente aos chamados para frear a ultradireita.

- Cansa�o generalizado -

A absten��o expressa tamb�m um cansa�o generalizado nesta cidade que � 60% composta de moradias sociais, com uma taxa de desemprego de 20% e um alto �ndice de criminalidade.

Apesar dos milh�es de euros que as autoridades injetaram na renova��o urbana, n�o conseguiram deter a insatisfa��o dos cidad�os. "A situa��o piorou, a taxa de incivilidade � terr�vel", denuncia Bertin.

Sem contar que os habitantes se sentem desconectados do resto do mundo, come�ando por sua metr�pole. O metr� prometido para ligar este sub�rbio a Lyon tem somente uma esta��o, a mais de 30 minutos a p� do centro da cidade.

Os esc�ndalos de corrup��o e de suposto nepotismo que marcaram a campanha n�o passaram despercebidos nesta localidade.

"Para mim, todos s�o corruptos, todo est�o podres, seria como escolher entre a peste e a c�lera", declara Djallel, de 22 anos, em frente a um pobre edif�cio residencial no bairro popular de Le Mas du Taureau. Este jovem engenheiro da computa��o votar� em branco no domingo.

"Marine Le Pen me d� um pouco de medo, mas isso n�o me motiva o suficiente para ir votar. N�o me importo se ela ganhar", sustenta Khadija Dahou, uma jovem de 18 anos, de origem argelina.

Entretanto, a vida desta jovem, que usa um v�u de cor violeta para se cobrir da cabe�a aos p�s, poderia mudar radicalmente se Le Pen chegar � presid�ncia. A l�der anti-imigra��o promete proibir o uso do v�u nos locais p�blicos.


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