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Estado de Minas

Emmanuel Macron � eleito novo presidente da Fran�a


postado em 07/05/2017 20:10

O centrista pr�-europeu Emmanuel Macron, de 39 anos, foi eleito presidente da Fran�a neste domingo (7) - o mais jovem da hist�ria do pa�s -, evitando, assim, que essa pot�ncia econ�mica mundial ca�sse nas m�os de sua advers�ria de extrema direita, Marine Le Pen.

Com mais de 65,5% dos votos, este ex-banqueiro substituir� o socialista Fran�ois Hollande, de quem foi ministro da Economia, segundo resultados quase definitivos.

A absten��o no segundo turno teria variado entre 25,3% e 27%, segundo estimativas.

A taxa de participa��o �s 13h de Bras�lia era de 65,3%, quatro pontos a menos do que no primeiro turno (69,42%), segundo o Minist�rio do Interior. Foi a taxa de participa��o mais baixa desde 1969, apontam estimativas oficiais.

Os dois candidatos tiveram uma conversa breve e cordial por telefone, antes de divulgadas as primeiras estimativas oficiais, segundo a equipe de Macron.

Logo que a vit�ria se confirmou, uma explos�o de alegria invadiu a esplanada do Louvre, em Paris, lotada de simpatizantes do Em Marcha!, que agitavam a bandeira da Fran�a.

"Vencemos!", repetiam.

"� um s�mbolo de esperan�a. � como Obama h� oito anos. � a juventude, a oportunidade", disse Jean-Luc Songthia, um taxista de 36 anos.

"Obrigado, obrigado, obrigado!", lan�ou o jovem Emmanuel Macron ao discursar para a multid�o, ap�s surgir no p�tio do Museu do Louvre, embalado pelo hino europeu diante de milhares de simpatizantes e correligion�rios para celebrar sua vit�ria.

"Obrigado aos que votaram em mim sem ter nossas ideias. Sei que n�o se trata de um cheque em branco", afirmou, em tom bastante solene, aos p�s da Pir�mide, prometendo que far� tudo que for poss�vel para que os franceses "n�o tenham mais qualquer motivo para votar nos extremos".

"N�o cederemos nada ao medo, n�o cederemos nada � divis�o", acrescentou o presidente rec�m-eleito, no discurso que fez em um p�lpito montado na esplanada do Louvre, aonde chegou ap�s caminhar sozinho, com semblante s�rio, enquanto soava ao fundo o hino europeu, a "Ode � Alegria".

A vit�ria de Macron j� se refletiu no mercado. A cota��o do euro passou de US$ 1,0998 a US$ 1,1010 nas primeiras transa��es do dia no mercado asi�tico.

Fran�a dividida

Macron vai governar uma Fran�a muito dividida politicamente entre zonas urbanas (privilegiadas e reformistas) e as despossu�das (tentadas pelos extremos). Agora, Macron se confrontar� com uma s�rie de grandes desafios, como um desemprego end�mico de 10%, a luta antiterrorista e a crise da Uni�o Europeia (UE).

Em discurso em seu QG de campanha, em Paris, ap�s o an�ncio da vit�ria, Macron afirmou que "combater� as divis�es" entre os franceses. Disse ainda que est� consciente "da raiva, da ansiedade e das d�vidas" de seus concidad�os e garantiu que trabalhar� para "reconstruir a rela��o entre a Europa e os cidad�os".

Ainda que Marine Le Pen, de 48 anos, tenha perdido por ampla margem, o resultado est� longe de ser uma derrota absoluta para ela e para seu partido, a Frente Nacional (FN), que convenceu de 33,9% a 34,5% do eleitorado com promessas contra a imigra��o e contra a zona do euro. N�o apenas isso: criou-se um v�cuo entre as principais for�as pol�ticas do panorama nacional.

Marine desejou sucesso a Macron, lembrando-o de que estar� "� frente do combate" nas elei��es legislativas de junho. Tamb�m comemorou o resultado hist�rico obtido por seu partido neste segundo turno.

Um vendaval

Em apenas um ano, desde que fundou o movimento de centro Em Marcha!, Macron abriu caminho em um pa�s onde os dois grandes partidos tradicionais de esquerda e direita se alternavam no poder h� meio s�culo.

No primeiro turno, superou-os com um programa europe�sta e liberal em temas econ�micos e sociais. Foi para o segundo com uma confort�vel vantagem nas pesquisas, refor�ada no debate com sua advers�ria. Isso n�o impediu que levasse um susto de �ltima hora, com um ataque maci�o de "hackers", cuja origem � desconhecida e est� sendo investigado pelas autoridades.

Para o mundo, essas elei��es funcionaram como um term�metro para mensurar a for�a dos populistas e retomar o pulso da Uni�o Europeia, ap�s a vit�ria do Brexit no Reino Unido.

A aposta pol�tica de Macron foi um sucesso, mas o passo seguinte � uma inc�gnita. Ap�s eleger seu presidente, os franceses voltam �s urnas em junho para votar nas elei��es legislativas, dominadas pela incerteza.

O baque pol�tico da direita e dos socialistas no primeiro turno e o avan�o da extrema direita no segundo geram pelo menos uma d�vida: Macron ser� capaz de conseguir uma maioria parlamentar e evitar uma coabita��o complicada, apesar de n�o dispor da m�quina de um partido tradicional?

Marine Le Pen pode eleger muitos mais deputados do que tem atualmente, com sua campanha anti-UE, contra a globaliza��o, contra os imigrantes ilegais e contra as "elites", em um pa�s corro�do pelo desemprego e traumatizado com a onda de atentados extremistas.

Desafios

O homem que sacudiu a pol�tica com um novo partido fascina pessoas pr�ximas, assim como desconhecidos. N�o apenas por sua juventude, mas por ser casado com uma mulher 24 anos mais velha: Brigitte, a futura primeira-dama loira e magra que foi sua professora de teatro e se tornou onipresente na campanha.

L�deres mundiais do porte da chanceler alem�, Angela Merkel, e do ex-presidente americano Barack Obama apoiaram seu programa, centrado no slogan: "uma Fran�a aberta, confiante e conquistadora" dentro de "uma Europa protetora".

Macron ser� o presidente mais jovem da hist�ria da Fran�a - mais jovem at� mesmo do que Louis-Napol�on Bonaparte, que tinha 40 anos quando foi eleito em 1848 - e um dos mais jovens do mundo.

Ele tem cinco anos pela frente para comandar um pa�s com armas nucleares, membro permanente do Conselho de Seguran�a da ONU, e motor, juntamente com a Alemanha, da Uni�o Europeia, cuja zona do euro ele espera dotar de um or�amento, de um Parlamento e de um ministro das Finan�as pr�prio.

A vit�ria desse homem com cara de bom mo�o, formado nas escolas da elite francesa, encerra uma campanha eleitoral repleta de sobressaltos, na qual os imbr�glios judiciais ofuscaram durante um bom tempo os temas de fundo, somando-se ao cansa�o de uma popula��o desencantada com os pol�ticos.


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