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Estado de Minas

Milhares de opositores desafiam Maduro na Venezuela


postado em 20/05/2017 14:31

Milhares de opositores do presidente Nicol�s Maduro se reuniram neste s�bado em uma das principais avenidas de Caracas, em uma clara "demonstra��o de for�a", ap�s quase dois meses de protestos violentos que deixaram 47 mortos.

"Temos que permanecer nas ruas 50 ou mil dias a mais, o que for necess�rio at� que Maduro aceite elei��es ou saia", afirmou Antonio Moreno, um estudante de 21 anos, que estava com um escudo de madeira improvisado com a palavra "resiste", para proteger-se de eventuais bombas de g�s lacrimog�neo.

Milhares de opositores exibiam cartazes com frases como "#N�o mais ditadura!", "Elei��es J�", em meio a barricadas armadas com troncos e pedras e um gigantesco tanque de metal, uma prote��o das a��es da pol�cia.

Os advers�rios de Maduro acreditam que a nova passeata na principal avenida de Caracas vai superar a do dia 19 de abril, a maior da onda de protestos que em sete semanas tamb�m deixou centenas de feridos e quase 2.200 detidos.

De acordo com a ONG Foro Penal, ao menos 161 pessoas foram encarceradas por ordem de tribunais militares.

Em outra parte da cidade, Maduro receber� no pal�cio presidencial de Miraflores os trabalhadores do setor de alimenta��o, que devem caminhar a partir do centro de Caracas para expressar apoio � Assembleia Constituinte "popular", convocada recentemente pelo presidente.

O pa�s est� completamente dividido e quase paralisado, em meio a uma grave crise econ�mica que provoca uma escassez cr�nica de alimentos e medicamentos, e uma infla��o que, segundo o FMI, atingir� os 720% este ano. Um coquetel explosivo que se completa com altos �ndices de criminalidade.

Os opositores denunciam uma "repress�o selvagem" do governo, que por sua vez os acusa de apelar ao "terrorismo" para dar um golpe de Estado com financiamento dos Estados Unidos.

A �nica sa�da para resolver a crise pol�tica na Venezuela � a realiza��o de elei��es gerais imediatas, e, para isso, chegou o momento da "negocia��o definitiva", afirmou neste s�bado o secret�rio-geral da Organiza��o dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro.

Em mensagem de v�deo, Almagro assinalou que o n�mero elevado de mortos nos protestos na Venezuela � consequ�ncia "de um regime obstinado em n�o reconhecer que a �nica sa�da vi�vel para a crise em que o pa�s mergulhou � a convoca��o de elei��es gerais j�".

Nos �ltimos dias aumentaram as mortes por ferimentos a bala em atos vinculados aos protestos, pelas quais v�rios policiais e militares s�o investigados.

Alguns destes fatos ocorreram no estado de T�chira (oeste, na fronteira com a Col�mbia), para onde Maduro ordenou esta semana o envio de 2.600 militares para "preservar a paz", ap�s violentos dist�rbios que inclu�ram saques.

Os protestos ganharam for�a, ainda, com a convoca��o por Maduro de uma Assembleia Constituinte "popular", na qual metade de seus integrantes seriam escolhidos em setores controlados pelo chavismo.

A crise tamb�m atinge o chavismo. A procuradora-geral Luisa Ortega, uma chavista hist�rica que se distancia cada vez mais do governo, estimou que uma Constituinte apenas agravar� a crise, em carta enviada a Maduro.

A oposi��o rejeita a iniciativa por considerar que deixa no limbo sua maior reivindica��o, as elei��es, pois enquanto a Constituinte deliberar, n�o haveria convoca��o �s urnas e Maduro continuaria no poder.

No entanto, Maduro garantiu que em 2018 haver� elei��es presidenciais, como prev� a lei. Por enquanto, est�o pendentes as elei��es de governadores, que deveriam ter sido realizadas em 2016, e para este ano est�o previstas a de prefeitos.

Guevara afirmou que no momento em que Maduro anunciar as "bases" da Constituinte, come�ar� a "etapa final" de seu governo.

"A popula��o paralisar� o pa�s para desconhecer o Estado ditatorial", disse.

Maduro insistiu na sexta-feira que a Constituinte "� o caminho para a paz, o di�logo e o consenso", enquanto a oposi��o, disse, prop�e apenas "viol�ncia e morte".

- Lealdade militar -

Analistas concordam que, depois de mais de um m�s e meio de protestos, o desafio da oposi��o � permanecer nas ruas de maneira pac�fica.

"O �xito de um protesto depende de sua massifica��o e perman�ncia", avalia Luis Vicente Le�n, presidente do instituto de pesquisas Datan�lisis, que adverte que se as manifesta��es se tornarem violentas, "perdem impacto".

Maduro, considerado o herdeiro do presidente Hugo Ch�vez (1999-2013), enfrenta a rejei��o de sete em cada dez venezuelanos, segundo pesquisas de institutos privados, em meio � devasta��o econ�mica, acentuada pela queda nos pre�os do petr�leo a partir de 2014.

O principal apoio de Maduro vem das For�as Armadas, que t�m enorme poder pol�tico e econ�mico e que em v�rias ocasi�es expressou "lealdade incondicional".

O general Vladimir Padrino L�pez, ministro da Defesa e chefe da institui��o, pediu nesta semana aos opositores que n�o se enganem, pois, segundo ele, os militares e o governo n�o v�o tolerar o caos.

A oposi��o voltou �s ruas depois que o Tribunal Supremo de Justi�a (TSJ) - acusado de servir ao governo - assumiu em 30 de mar�o as fun��es do Parlamento.

A decis�o - anulada parcialmente ap�s forte press�o internacional - provocou a entrada dos Estados Unidos no conflito.

Na quinta-feira, o Tesouro americano imp�s san��es econ�micas a oito magistrados do TSJ, acusando-os de usurpar as fun��es da Assembleia, o que implica no congelamento de bens que possam ter nos Estados Unidos.


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