Londres, 21 - Um relat�rio interno da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) mostrou que a ag�ncia gasta cerca de US$ 200 milh�es por ano com viagens rotineiras, montante acima do que o investido para combater doen�as graves no mundo, como a AIDS, tuberculose e mal�ria.
Segundo relat�rio obtido pela Associated Press, em viagem recente � Guin�, a diretora-geral da OMS, Dr. Margaret Chan, ficou em uma su�te presidencial no hotel Palm Camayenne, cuja di�ria custa mais de US$ 1 mil. A OMS se negou a explicar quem pagou a conta, destacando que, �s vezes, os custos s�o pagos pelo pa�s anfitri�o.
No ano passado, a OMS gastou aproximadamente US$ 71 milh�es no combate � AIDS e hepatite. Contra a mal�ria, o gasto da ag�ncia foi de US$ 61 milh�es e na luta contra a tuberculose o investimento foi de US$ 59 milh�es em igual per�odo.
Apesar das in�meras regras e regulamenta��es da OMS sobre as viagens, Nick Jeffreys, diretor financeiro da organiza��o, j� chegou a dizer que, �s vezes, eles n�o conseguem confirmar se eles est�o custeando as viagens da forma mais eficiente.
A diretoria da OMS, inclusive Margaret Chan, j� foi notificada por meio de um memorando com o tema "a��es para conter custos de viagem", em meados de 2015. O documento apontou que a ag�ncia estava sendo pressionada por pa�ses membros para economizar dinheiro. "Viagens s�o necess�rias", dizia a nota, "mas uma organiza��o deve demonstrar seriedade sobre como gerenciar seus fundos adequadamente".
Em nota, a OMS disse que sua atua��o demanda viagens rotineiramente. A organiza��o ponderou, entretanto, que reduziu seus gastos em 14% no ano passado ante 2015 - embora os gastos deste �ltimo tenham sido excessivamente altos por causa do surto de ebola na �frica em 2014.
Desde 2013, a organiza��o gastou mais de US$ 800 milh�es com viagens. O or�amento anual da OMS, de cerca de US$ 2 bilh�es, � financiado pelos 194 pa�ses membros, sendo os Estados Unidos o principal doador. Depois de vencer as elei��es, o presidente dos EUA, Donald Trump, chegou a criticar a atua��o da ag�ncia e seus gastos.
"Quando voc� gasta em viagens como a OMS, voc� precisa ser capaz de se justificar", disse Dr. Ashish Jha, diretor do Instituto Global de Sa�de da Universidade de Harvard. "Eu n�o consigo imaginar uma justificativa para sempre viajar de primeira classe", argumentou.
Jha destacou que essa postura da ag�ncia pode trazer problemas no futuro. Caso a OMS n�o consiga mudar essa postura, "vai ser dif�cil manter sua credibilidade quando eles forem solicitar o pr�ximo or�amento".
(Associated Press)