O n�mero dois da Uber Emil Michael deixou o cargo na empresa, segundo fontes pr�ximas ao caso. A multinacional passa por uma reforma da dire��o em meio a acusa��es de machismo e abuso sexual.
"Ontem (domingo) foi meu �ltimo dia na Uber", escreveu Emil Michael em uma mensagem dirigida a funcion�rios que foi publicada pelo jornal New York Times. Na ter�a-feira a companhia deve publicar uma s�rie de recomenda��es para enfrentar os esc�ndalos pelo qual tem passado.
Fontes pr�ximas ao caso confirmaram essa informa��o � AFP, assim como a nomea��o no conselho de administra��o de um diretor da Nestl�, Wan Ling Martello, como havia anunciado o Wall Street Journal.
Emil Michael, pr�ximo ao controverso presidente da Uber, Travis Kalanick, � acusado de ser respons�vel pela cultura agressiva e machista imposta na empresa e denunciada pelos trabalhadores.
A multinacional de transporte privado de passageiros contempla uma reforma da dire��o que inclui a eventual substitui��o de seu presidente executivo, e se disp�e a publicar na ter�a-feira os resultados de uma investiga��o independente sobre m� conduta e pr�ticas �ticas.
A Uber lan�ar� o relat�rio, preparado pelo ex-procurador-geral americano, Eric Holder, nesta ter�a-feira, segundo fontes pr�ximas ao caso.
O conselho da Uber se reuniu neste domingo com Holder e o consultor Tammy Albarran para discutir os resultados e "votaram por unanimidade em adotar todas as recomenda��es" do relat�rio, segundo a mesma fonte.
As recomenda��es n�o foram imediatamente divulgadas, mas a Uber se encontra sob press�o para conter o estilo de gest�o sem limita��es de seu presidente Travis Kalanick, e reformar uma cultura do trabalho criticada por discrimina��o e por pr�ticas impiedosas.
A Uber tamb�m � questionada sobre o uso de programas de evas�o de regula��es e por t�ticas aparentemente voltadas a desestabilizar seus rivais.
O conselho est� considerando a proposta de manter Kalanick afastado durante alguns meses com uma "licen�a".
- Hora da verdade -
"Podemos dizer que esta semana ser� a semana em que finalmente saberemos o quanto est�o comprometidos Travis Kalanick e o resto do grupo de diretores da Uber com uma mudan�a cultural significativa", disse Jan Dawson, analista da firma Jackdaw Research.
Este relat�rio chega depois de uma s�rie de revela��es comprometedoras para a companhia nos �ltimos meses.
Na �ltima ter�a-feira a companhia informou sobre a demiss�o de 20 funcion�rios, depois de 215 queixas na empresa sobre abuso sexual e discrimina��o.
O diretor t�cnico do grupo, Amit Singhal, foi for�ado a renunciar ap�s ocultar a queixa por abuso sexual que lhe foi dirigida pela Google. Outro funcion�rio, Jeff Jones, deixou a empresa em mar�o, seis meses depois de ter sido contratado, por descordar sobre a estrat�gia do grupo.
Em fevereiro, a Waymo, filial da Alphabet (Google) encarregada do desenvolvimento de carros aut�nomos, acusou um de seus ex-diretores, Anthony Levandowski, de ter roubado informa��o t�cnica ao se separar da empresa para fundar sua pr�pria companhia, Otto, posteriormente adquirida pela Uber.
A Uber anunciou no final de maior que havia despedido Levandowski, acusando-o de n�o querer cooperar com a investiga��o que foi aberta como resultado deste lit�gio.
Ainda neste �mbito legal, o governo dos Estados Unidos abriu uma investiga��o penal contra a Uber, suspeita de ter utilizado um software para que seus motoristas evitem ser detectados pelas autoridades nas �reas onde seus carros n�o podem trabalhar.
Presente em 500 cidades no mundo, a Uber enfrenta frequentemente problemas legais com seus motoristas (mal remunerados em Nova York), com os t�xis (na Argentina, na Fran�a, na Pol�nia, na Espanha, no Brasil entre outros pa�ses) e com as autoridades.
E maio, o Tribunal de Justi�a da Uni�o Europeia afirmou que a companhia precisa ser licenciada e ter autoriza��es, como os t�xis regulares, para poder funcionar.
Com um modelo de neg�cios bastante questionado, a Uber, que come�ou em 2010, n�o opera na Bolsa, mas � avaliada em 70 bilh�es de d�lares, com base na capta��o de fundos realizada entre os investidores.