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Estado de Minas

Uber: atingida por abusos sexuais, machismo e conflitos judiciais


postado em 12/06/2017 16:22

Abusos, sexismo, roubo de tecnologia e conflitos de todo tipo: os problemas se acumulam para a multinacional americana de transporte privado urbano Uber, que tamb�m deve enfrentar grandes preju�zos econ�micos.

No esc�ndalo mais recente, um funcion�rio da Uber obteve um parecer m�dico de uma mulher estuprada em 2014 por um motorista da empresa em Nova D�lhi, na �ndia, e o entregou ao presidente do grupo, Travis Kalanick, com a finalidade de desacreditar o relato da v�tima, segundo a imprensa americana.

O agressor da jovem foi condenado � pris�o perp�tua no ano seguinte e o funcion�rio, Eric Alexander, foi demitido. Alexander "j� n�o faz parte da empresa", disse um porta-voz da Uber � AFP na quinta-feira, sem especificar os motivos nem a data de sua sa�da.

O novo epis�dio Uber acontece em meio a uma crise vivida h� meses pela companhia, acusada por alguns funcion�rios de tolerar uma cultura machista e violenta.

- Demiss�es e ren�ncias em s�rie -

A Uber, que promoveu uma ampla investiga��o interna sobre esses casos, informou na ter�a-feira da semana passada ter demitido 20 funcion�rios, depois de 215 queixas dentro da empresa relacionadas a abuso sexual e discrimina��o.

O diretor t�cnico do grupo, Amit Singhal, foi for�ado a renunciar depois de ocultar a queixa por abuso sexual que lhe foi dirigida pela Google, onde trabalhava antes.

Outro funcion�rio, Jeff Jones, deixou seu cargo em mar�o, cerca de seis meses depois de ter sido contratado pela Uber, por discordar sobre a estrat�gia do grupo.

Diante da avalanche de pol�micas e deser��es, a empresa com sede em S�o Francisco anunciou nos �ltimos dias a contrata��o de duas mulheres na tentativa de melhorar a sua imagem: uma professora de economia de Harvard, Frances Frei, e uma ex-executiva da Apple, Bozoma San Juan.

"Sei onde estou me metendo", declarou a �ltima em uma entrevista ao site especializado Recode, referindo-se �s muitas controv�rsias que cercam a companhia, afirmando que quer melhorar a imagem da marca Uber.

Para analista Robert Enderle, do Enderle Group, o "maior problema" da Uber � financeiro. Em 2016, o grupo perdeu 2,8 bilh�es de d�lares, em um volume de neg�cios de 6,5 bilh�es.

Para Enderle, � "dif�cil resolver problemas enquanto a empresa perde tanto dinheiro" e enquanto seu CEO Travis Kalanick permanece no cargo. "Parece que a maioria dos problemas v�m dele", opina o analista.

Kalanick, que tem fama de personalidade impetuosa, tend�ncia ao confronto e facilidade para se gabar sobre suas conquistas femininas, teve que apresentar um pedido de desculpas em mar�o, depois de uma briga com um motorista da sua pr�pria companhia. "� a primeira vez que admito isso, preciso de ajuda em um n�vel de ger�ncia e tenho a inten��o de recorrer a isso", disse.

Outra preocupa��o para a Uber � o processo por um suposto de roubo de tecnologia.

Em fevereiro, a Waymo, filial da Alphabet (Google) encarregada do desenvolvimento de carros aut�nomos, acusou um de seus ex-diretores, Anthony Levandowski, de ter roubado informa��o t�cnica ao se separar da empresa para fundar sua pr�pria companhia, Otto, posteriormente adquirida pela Uber.

A Uber anunciou no final de maio que havia despedido Levandowski, acusando-o de n�o querer cooperar com a investiga��o que foi aberta como resultado deste lit�gio.

Software espi�o

Ainda neste �mbito legal, o governo dos Estados Unidos abriu uma investiga��o penal contra a Uber, suspeita de ter utilizado um software para que seus motoristas evitem ser detectados pelas autoridades nas �reas onde seus carros n�o podem trabalhar.

Presente em 500 cidades no mundo, a Uber enfrenta frequentemente problemas legais com seus motoristas (mal remunerados em Nova York), com os t�xis (na Argentina, na Fran�a, na Pol�nia, na Espanha, no Brasil entre outros pa�ses) e com as autoridades.

Em maio, o Tribunal de Justi�a da Uni�o Europeia afirmou que a companhia precisa ser licenciada e ter autoriza��es, como os t�xis regulares, para poder funcionar.

Com um modelo de neg�cios bastante questionado, a Uber, que come�ou em 2010, n�o opera na Bolsa, mas � avaliada em 70 bilh�es de d�lares, com base na capta��o de fundos realizada entre os investidores.

Por enquanto, domina o mercado, mas seu concorrente Lyft, fundado em 2012, faz o papel de empresa "modelo" e multiplica as associa��es com fabricantes de autom�veis e desenvolvedores de software.


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