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Estado de Minas

Retrocesso de Trump pode castigar incipiente setor privado de Cuba


postado em 16/06/2017 20:01

Com suas novas restri��es ao com�rcio e �s viagens a Cuba, Donald Trump tenta atingir as finan�as do regime de Ra�l Castro, mas corre o risco de enfraquecer o nascente setor privado, muito dependente do turismo, alertam analistas.

Al�m das san��es comerciais contra as For�as Armadas cubanas, Trump anunciou novas restri��es �s viagens de americanos � ilha, que seu antecessor Barack Obama havia flexibilizado com a hist�rica aproxima��o iniciada no final de 2014 com o antigo inimigo da Guerra Fria.

O retrocesso tamb�m preocupa muitas companhias americanas, como a rede de hot�is Starwood, que inaugurou h� um ano um Sheraton em Cuba.

Especialistas consultados pela AFP preveem uma queda nos Estados Unidos nas reservas de passagens de avi�o, de cruzeiros e de hot�is para visitar a ilha.

"Para a economia cubana e o setor privado essa mudan�a representa um duro golpe", avaliou Michael Shifter, presidente de Di�logo Interamericano, think tank com sede em Washington.

"As novas medidas v�o atacar as duas �nicas fontes de crescimento que atualmente tem a economia cubana: o turismo e o setor privado", destacou o economista cubano Pabel Vidal, da Universidade Javeriana de Cali, Col�mbia.

- Carta a Ivanka -

Em uma carta enviada nesta semana � filha mais velha e assessora do presidente, Ivanka Trump, um grupo de 55 empreendedoras cubanas alertaram que "um retrocesso nas rela��es (entre Cuba e Estados Unidos) traria consigo a quebra de muitos (...) neg�cios" privados e o "sofrimento de todas as fam�lias que dependem deles".

Cerca de 300.000 americanos visitaram a ilha durante os primeiros cinco meses de 2017, o que representa um crescimento de 145% em rela��o ao ano anterior. Em 2016 chegaram � ilha 284.937 visitantes dos Estados Unidos, 74% a mais do que em 2015.

Estas cifras s�o ainda limitadas em compara��o com os quatro milh�es de turistas que visitaram Cuba no ano passado, mas de acordo com a pesquisa do instituto norte-americano Estrat�gias de Opini�o P�blica, mais de 75% dos americanos que viajam � ilha se hospedam em casas privadas e 99% comem em restaurantes privados, popularmente chamados de "paladares".

O crescimento dos pequenos neg�cios privados, autorizados nos �ltimos anos pelo governo de Ra�l Castro, "a demanda tur�stica vinha crescendo, que em parte crescia devido ao fluxo de turistas americanos. Se esse fluxo for controlado e a demanda se retrair, neg�cios privados seriam duramente afetados", explicou Vidal.

E nada indica at� o momento que esses efeitos possam ser mitigados pelos esfor�os anunciados pela Casa Branca de "estimular o livre-com�rcio" em Cuba.

"Uma redu��o do turismo dos Estados Unidos seria claramente um golpe n�o s� para os t�xis, mas para todos os neg�cios privados", declarou � AFP Carlos Alberto Gonz�lez, um taxista privado de 23 anos.

- Contraproducente -

Ao proibir qualquer com�rcio com o poderoso Grupo de Administra��o Empresarial (Gaesa, uma holding estatal controlada pelas For�as Armadas Revolucion�rias), Trump tenta sancionar os militares, um pilar do governo Castro.

A Gaesa controla desde os anos 1990 amplos setores econ�micos do pa�s e em especial do turismo, que se tornou o motor da economia da ilha.

O golpe de Trump ao ex�rcito cubano, opinam analistas consultados, poderia deprimir ainda mais a economia que retrocedeu em 2016 (-0,9% do PIB), devido � queda dos envios de petr�leo de sua aliada Venezuela.

"As companhias sob controle militar hoje s�o decisivas para operar os servi�os tur�sticos. Caso restrinja-se sua capacidade para receber investimentos externos e operar pagamentos internacionais, a economia certamente sofrer�", advertiu Vidal.

No entanto, grande parte da economia estatal de Cuba fica fora do alcance das medidas de Trump, pois n�o � administrada pelas For�as Armadas, como � o caso do n�quel, servi�os m�dicos, rum, tabaco e produtos farmac�uticos.

Para Vidal, as medidas tomadas por Trump s�o "contraproducentes, pois afetam diretamente o povo de Cuba e n�o ajudam a promover as mudan�as econ�micas, sociais e pol�ticas".

Pelo contr�rio, acrescenta Shifter, "essas medidas podem refor�ar (os partid�rios da) a linha-dura em Cuba, pelo menos no curto prazo", em um momento em que Ra�l Castro, de 86 anos, pretende passar em fevereiro do ano que vem a presid�ncia a uma nova gera��o do Partido Comunista de Cuba (�nico).

� espera de uma rea��o do governo cubano, o jornal oficial Granma lamentou que Trump tenha optado por "um retorno � Guerra Fria".


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