O ciberataque mundial com ransomware, iniciado na Ucr�nia e na R�ssia, parecia estar contido nesta quarta-feira, ap�s ter atingido milhares de computadores e fazer lembrar, um m�s e meio depois do WannaCry, a vulnerabilidade de infraestruturas cr�ticas.
Se a extens�o dos danos parece m�nima em compara��o com as centenas de milhares de v�timas do WannaCry no in�cio de maio, o v�rus, que bloqueia computadores e cobra um resgate de 300 d�lares em moeda virtual, afetou os controles da usina nuclear de Chernobyl, o porto de Mumbai e escrit�rios de multinacionais em todo o mundo.
Mais de 2.000 usu�rios foram afetados, principalmente na Ucr�nia e na R�ssia, de acordo com a Kaspersky Labs. A empresa especializada em seguran�a virtual com sede na R�ssia havia estimado em um primeiro momento que o v�rus n�o era uma nova vers�o do Petya, apontado por muitos outros especialistas e ativo desde o ano passado.
"Parece ser um ataque complexo, que usa v�rios vetores para se propagar pelo menos dentro das redes das empresas visadas", detalhou a companhia.
Segundo a Microsoft, a onda de ataques "utiliza v�rias t�cnicas para se propagar", incluindo uma falha do Windows, para a qual o grupo j� tinha divulgado uma corre��o.
O ciberataque afetou o trabalho de gigantes de muitos setores: a petrol�fera russa Rosneft, a companhia de navega��o dinamarquesa Maersk, a empresa farmac�utica americana Merck, a francesa de materiais de constru��o Saint-Gobain, a brit�nica de publicidade WPP, o grupo alem�o Beiersdorf, a fabricante do creme Nivea, etc.
Na �sia, o maior porto da �ndia, o de Mumbai, advertiu que os cont�ineres podem se acumular em raz�o das panes registradas no terminal local Maersk.
Um grande ataque cibern�tico pode resultar na ativa��o do artigo 5 do Tratado da Otan, em virtude do qual um ataque contra um dos pa�ses membros da organiza��o � considerado um ataque contra todos, advertiu o secret�rio-geral da Alian�a Atl�ntica, Jens Stoltenberg, recordando a posi��o assumida pela Otan desde o ano passado.
"O ataque de maio e o desta semana s� destaca a import�ncia de refor�ar a nossa defesa cibern�tica", insistiu Stoltenberg, em Bruxelas.
Em 12 de maio, o "Wannacry" afetou centenas de milhares de computadores em todo o mundo, paralisando o servi�o de sa�de brit�nico e f�bricas da montadora francesa Renault.
Seus autores tamb�m exigiam um resgate para desbloquear os aparelhos.
A empresa americana de antiv�rus Symantec havia apontado o grupo de hackers Lazarus, suspeito de ter liga��es com a Coreia do Norte.
- 'Parado' na Ucr�nia -
Seis semanas depois, o novo ataque faz recordar que a seguran�a cibern�tica continua sendo um desafio para o setor.
Para Catalin Cosoi, especialista da BitDefender, os autores "n�o queriam ganhar dinheiro, mas sim destruir dados". Ela aponta que o ataque come�ou em "infraestruturas cr�ticas na Ucr�nia", antes de atingir o setor dos neg�cios.
"Havia outras maneiras de realizar este ataque de modo a ganhar muito mais dinheiro, de forma mais f�cil e mais eficaz", disse � AFP.
O governo ucraniano indicou nesta quarta-feira que o ataque havia sido "parado". "A situa��o est� sob controle dos especialistas em seguran�a cibern�tica, que trabalham para restaurar os dados perdidos", afirmou em um comunicado.
Os bancos foram diretamente afetados, interrompendo suas opera��es e impedindo, por exemplo, os passageiros do metr� de Kiev de pagar as suas passagens com cart�o.
Este servi�o voltou a funcionar nesta quarta-feira de manh�, bem como os pain�is do principal aeroporto do pa�s, Kiev-Borispol.
Na central de Chernobyl, onde ocorreu em abril de 1986 o pior desastre nuclear civil da hist�ria, a medi��o do n�vel de radia��o era efetuada por t�cnicos e n�o por computador.
Uma porta-voz da ag�ncia de gest�o da zona, Olena Kovaltchouk, indicou nesta quarta-feira � AFP que era muito cedo para dizer quando o funcionamento normal do local ser� restabelecido.
O chefe do Conselho de Seguran�a da Ucr�nia, Oleksandre Turtchinov, anunciou um refor�o das medidas de combate ao terrorismo.