Cartazes com silhuetas de mulheres magras, com sapatos de salto alto e poses sensuais provocaram a ira de feministas em um povoado do leste da Fran�a, mas a inst�ncia judicial suprema do pa�s resolveu a controv�rsia e decidiu mant�-los.
O Conselho de Estado considerou nesta sexta-feira que a exposi��o p�blica das silhuetas femininas na localidade alsaciana de Dannemarie n�o constitu�a uma "afronta grave" � dignidade humana, como havia denunciado o coletivo feminista "Effront�-e-s" (Descaradas).
Instalados em junho nas ruas do povoado pela prefeitura para "comemorar o ano da mulher", os 125 cartazes que representam silhuetas femininas em poses �s vezes lascivas, partes do corpo feminino e acess�rios, tinham sido denunciados pelo "Descaradas" como "portadores de estere�tipos de g�nero", "discriminat�rios" e "claramente sexuais".
No in�cio de agosto, o tribunal administrativo de Estrasburgo (leste) deu raz�o ao coletivo feminista e, ap�s uma pol�mica, obrigou a prefeitura a retirar as silhuetas por considerar que ilustravam "uma concep��o da mulher inspirada em estere�tipos em ocasi�es obscenos, caricaturais e redutores a uma fun��o de objeto sexual".
Em oposi��o � medida, habitantes do povoado "adotaram" em suas casas algumas das silhuetas femininas, instalando-as em suas varandas.
O Conselho de Estado decidiu, finalmente, que "embora os cartazes possam ser percebidos como portadores de estere�tipos degradantes para as mulheres, ou em alguns casos de gosto duvidoso ou inutilmente provocadores, sua instala��o n�o pode ser considerada uma afronta grave e manifestadamente ilegal ao direito ao respeito da dignidade humana", extremo que a inst�ncia judicial teria que ter constatado para poder obrigar a retir�-los da exibi��o p�blica.