Um caracol gigante que se alimenta de estrelas-do-mar pode ser usado para salvar a Grande Barreira de Coral - anunciaram autoridades australianas nesta segunda-feira (18), acrescentando que pretendem lan�ar um plano para o cultivo dessas esp�cies.
Inclu�da em 1981 no Patrim�nio Mundial da Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura (Unesco), a Grande Barreira se estende sobre uma superf�cie de 345.000 km2 ao longo da costa australiana e � maior conjunto de corais do mundo, com 3.000 tipos de recifes e centenas de ilhas tropicais.
Agora, est� amea�ada pelo branqueamento dos corais causado pela mudan�a clim�tica, pelas atividades industriais, ou agr�colas, e tamb�m pela nociva e invasiva estrela-do-mar "coroa-de-espinhos" (Acanthaster planci).
Podendo chegar a at� um metro de di�metro, esses gastr�podes se alimentam quase que exclusivamente de corais e expelem um veneno t�xico para o homem.
Seu impacto na Grande Barreira � significativo, de acordo com um estudo de 2012. A pesquisa aponta que 42% do dano sofrido pelos corais nos �ltimos 27 anos se deve a essa praga.
Um estudo do Instituto Australiano de Ci�ncias Marinhas (AIMS) mostrou que as estrelas-do-mar evitam as �reas do Pac�fico onde vive o trit�o-do-Pac�fico (Charonia tritonis), um de seus predadores.
- Reduzir a perda de corais -
Com uma espetacular carapa�a que pode chegar a at� 50 cent�metros de comprimento, esse caracol-do-mar tem um olfato muito desenvolvido, podendo detectar suas presas apenas pelo cheiro. A investiga��o mostrou que os carac�is t�m uma predile��o pelas estrelas, mas conseguem comer apenas algumas poucas por semana.
O n�mero desses animais marinhos tem sofrido um decl�nio, j� que s�o muito procurados pela pesca por causa de suas conchas. Isso levou o governo australiano a anunciar um fundo para investigar como reproduzi-los.
"As possibilidades que esse projeto abre s�o muito emocionantes", disse o parlamentar federal de Queensland, Warren Entsch.
"Se for bem-sucedida, essa pesquisa permitir� aos cientistas ver qual � o impacto dos carac�is gigantes nas estrelas 'coroa-de-espinhos' e provar seu potencial como uma ferramenta para reduzir a perda dos corais", completou.
Os trit�es gigantes que est�o nos laborat�rios do AIMS j� depositaram v�rios ovos que permitiram, no �ltimo m�s, o nascimento de mais de 100 mil larvas. O conhecimento sobre seu ciclo de vida ainda �, por�m, muito limitado.
O AIMS levou dois anos para conseguir capturar oito trit�es gigantes.
"Ainda n�o sabemos muito sobre eles - o que comem, se s�o noturnos, ou n�o... E � a primeira vez que tentamos fazer um trabalho de cria��o em aquicultura", declara a ec�loga Cherie Motti, respons�vel pela pesquisa.
O trabalho se concentrar� no desenvolvimento de larvas, com o objetivo de soltar espec�men de trit�es gigantes nos per�odos em que as estrelas-do-mar invadem os recifes.
"Se pudermos ter um predador natural capaz de fazer nosso trabalho, j� ser� um resultado muito bom", afirma Motti.