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Estado de Minas

A angustiante busca por crian�as nos escombros de uma escola no M�xico


postado em 20/09/2017 21:37

Adriana morde os l�bios de ang�stia: sua filha de sete anos est� sob os escombros de uma escola que desabou no terremoto de ter�a-feira (19) no M�xico. Ao menos 21 crian�as morreram no local, e 30 pessoas est�o desaparecidas.

"N�o h� poder humano que possa imaginar o que estou passando", desabafou Adriana Fargo, em conversa com a AFP durante a madrugada, em um abrigo improvisado a c�u aberto, enquanto aguardava not�cias da filha desaparecida sob as ru�nas da escola Enrique Rebsamen, na zona sul da Cidade do M�xico.

Mas em meio a uma torturante incerteza de m�es como Fargo, uma esperan�a surgiu entre as ru�nas. Os socorristas retiraram com vida uma menina dos escombros.

Fez-se um sil�ncio absoluto quando o esc�ner t�rmico foi introduzido por uma fresta de 45 cent�metros de di�metro por onde se ouviu a menina h� algumas horas.

"Estamos muito perto de pessoas que podem estar vivas. Trabalhamos com c�meras t�rmicas e c�es farejadores. Em alguns momentos pedimos sil�ncio absoluto para escutar os sobreviventes", relata � AFP Pamela Diaz, de 34 anos, que trabalha no resgate.

"� noite contei cinco cad�veres retirados da escola", indicou � AFP Flor Gonz�lez, uma dentista de 42 anos que trabalha como volunt�ria.

A institui��o era um edif�cio de tr�s andares, agora reduzido a apenas um.

"Vi quando avisaram a um dos pais... Foi devastador", evocou, com os olhos marejados.

Com o olhar fixo no ch�o, Adriana Fargo, traumatizada, sequer consegue pronunciar o nome da filha. Ao ser entrevistada, tenta conter as l�grimas.

Enquanto isso, seu marido trabalha lado a lado com centenas de soldados, bombeiros e socorristas, que removiam cuidadosamente os escombros em busca de sinais de vida das crian�as.

Com p�s e com as pr�prias m�os, esses homens n�o poupam esfor�os na angustiante corrida contra o tempo para encontrar com vida as pelo menos 30 crian�as que continuam desaparecidas.

At� agora, 11 crian�as e ao menos uma professora foram resgatadas com vida entre os escombros.

- Chovendo no molhado -

Na ter�a-feira � tarde, o centro do M�xico foi sacudido por um tremor de 7,1 graus, no mesmo dia em que o devastador terremoto de 1985 completava 32 anos. At� o momento, 230 pessoas morreram no tremor.

A trag�dia aconteceu no momento em que o pa�s ainda tentava se recuperar do trauma de outro terremoto - de 8,2 graus - em 7 de setembro. O sismo desse dia deixou 96 mortos e destruiu v�rias resid�ncias, sobretudo em Juchit�n, no estado de Oaxaca (sul).

Depois do tremor do in�cio do m�s, as autoridades mexicanos anunciaram uma revis�o das estruturas de sustenta��o nas escolas do pa�s e verificaram que suas estruturas estavam fortes.

Mas um punhado de m�es, envoltas em cobertores, junto de Adriana Fargo, sofrem, enquanto aguardam not�cias dos filhos desaparecidos na escola Enrique Rebsamen, um pr�dio de tr�s andares que se reduziu a um. Algumas tiveram crises nervosas.

"H� sobreviventes", garante � AFP Enrique Garcia, brigadista volunt�rio da Defesa Civil de 37 anos, que ganha a vida como empres�rio.

Ap�s trabalhar um dia e meio sem parar, este homem de barba disse que "foram ouvidos sinais" de poss�veis sobreviventes "em tr�s pontos" diferentes.

"Algu�m bateu um muro v�rias vezes em um lugar e em outro, houve resposta a sinais luminosos com l�mpada", afirmou.

"Estamos desde ontem (ter�a-feira) nisto, mas n�o conseguimos chegar at� eles porque est�o presos entre duas lajes e o resgate deve ser muito delicado, quase a cinzel", afirmou.

Javier Mor�n, cineasta de 48 anos que vive na regi�o, disse que esteve prestes a matricular suas filhas nesta escola.

"T�m as mesmas idades que as crian�as que morreram, 7 e 13 anos... Tudo isto me faz sentir muito mal. Estas crian�as s� vinham estudar", disse o homem, que doou dois tanques de oxig�nio.

A professora Maria del Pilar Mart� explicou que as crian�as n�o conseguiram sair depois do tremor.

"Uma nuvem de poeira subiu quando parte do edif�cio entrou em colapso. Tivemos que permanecer em nossas salas at� que o tremor passasse", relatou.

Diante da escola, duas pessoas tentavam organizar em um computador uma esp�cie de "centro de controle", com uma lista das crian�as mortas, resgatadas e desaparecidas.


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