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Estado de Minas

Mito Che Guevara continuar� nos pr�ximos 300 anos, diz seu irm�o


postado em 03/10/2017 10:10

Cinquenta anos ap�s sua morte, o argentino Ernesto Che Guevara, companheiro de revolu��o de Fidel Castro em Cuba, continua a ser uma figura m�tica e continuar� a ser nos pr�ximos tr�s s�culos, assegura seu irm�o Juan Martin Guevara.

Em entrevista � AFP, o irm�o mais novo do revolucion�rio sem fronteiras, de 74 anos, conta a intimidade da fam�lia Guevara e confessa seu sofrimento por n�o ter acompanhado Che em sua �ltima miss�o, na Bol�via, em 8 de outubro de 1967.

Pergunta: Por que Che Guevara morreu na Bol�via?

Resposta: "Os militares bolivianos dizem que ele morreu em combate, mas n�o � verdade. Ele foi executado pelo Ex�rcito boliviano. Eles o fotografaram como se fosse um trof�u.

O Partido Comunista provavelmente o traiu. A URSS desempenhou um papel muito importante. As duas ag�ncias de Intelig�ncia mais poderosas da �poca, a KGB russo e a CIA americana, concordavam em um ponto: o projeto revolucion�rio latino-americano n�o deveria funcionar.

Valeria a pena assumir a lideran�a de um pequeno grupo armado na Bol�via? Importante como era? Eu concordo com Fidel Castro. N�o � a pol�tica que deve estar no front, a pol�tica deve enviar outros para o front".

P: O que teria acontecido se ele n�o tivesse morrido?

R: "Se ele n�o tivesse morrido na Bol�via em 1967, a Am�rica Latina seria agora livre, soberana, independente e socialista. Era isso o que ele queria. Pois, se ele estivesse vivo, teria triunfado. Para ele, era tudo, ou nada. Por que ele n�o permaneceu como ministro em Cuba? Porque n�o era seu objetivo de vida, n�o era o tipo que fica sentado em um escrit�rio. O que ele teria se tornado, � imposs�vel saber, mas permaneceria ao lado do povo em luta".

P: Como soube de sua morte?

R: "Eu trabalhava (em Buenos Aires) em uma empresa de latic�nios e, na madrugada, os jornais sa�ram com sua foto nas capas. Tive que terminar o dia do trabalho, foi dif�cil. Muitas vezes haviam anunciado sua morte, mas, dessa vez, sabia que era verdade. A fam�lia se reuniu. Meu pai e minha irm� acreditavam que a foto havia sido manipulada. Meu irm�o Roberto viajou para a Bol�via. Depois, Havana confirmou que era Ernestito. O ministro do Interior boliviano havia enviado para Cuba suas m�os, cortadas, para a verifica��o das impress�es digitais".

Q: Como voc� explica o fato de Che ter-se tornado uma celebridade mundial?

R: "Os mitos existem, porque as sociedades os criam. Digo que as duas imagens mais famosas do mundo s�o as de Cristo e a de Che. Um amigo me disse uma vez: 'voc� exagera, a de Cristo � mais conhecida'. Claro, ele morreu h� 2.000 anos, Che, h� 50. N�s n�o estaremos aqui para v�-lo, mas o Che, em 300 anos, sempre ser� Che. E espero que haja outros Ches".

P: Descreva um pouco de sua personalidade.

R: "Ele tinha um grande senso de humor, que � de fam�lia. Quando tinha uma ideia em mente, ia at� o fim. Era vision�rio, de um pensamento profundo. A heran�a que ele deixou para a juventude foi seu pensamento, sua �tica, sua a��o, seus 'culh�es'. Ele permaneceu profundamente argentino, amava o ch�-mate e churrasco".

P: Ser irm�o de Che ajudou a determinar seu destino, n�o?

R: "Era militante universit�rio antes da Revolu��o Cubana, e Ernesto era meu irm�o de sangue e meu companheiro de ideias. Ele nos ensinou a n�o ler como lemos a B�blia. Ele era antidogm�tico, com uma liberdade de pensar. Teria gostado de permanecer com ele em Cuba, em 1959, mas meu pai n�o quis. Em La Higuera (lugar de sua morte na Bol�via), pensei 'por que eu n�o estava ao seu lado?'. Ser seu irm�o n�o � um fardo, mas uma heran�a. Nem sempre foi f�cil: colocaram bombas, metralharam nossa casa. Sua a��o amea�ou interesses muito poderosos".

P: Che amava as mulheres?

R: "Ele atraia a aten��o das mulheres. N�o era muito exigente em termos de beleza feminina, amava as mulheres normais. Hilda (sua primeira esposa), n�o era uma Brigitte Bardot. Gra�as a Hilda, ele conheceu Fidel. A mulher de sua vida? Pelo que sei, Aleida March foi a mulher mais importante de sua vida. Ela lhe deu quatro filhos. Mas... Sua mulher eterna era a revolu��o".


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