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Estado de Minas

An�lise de genoma de mulher de neandertal n�o mostra sinais de incesto


postado em 05/10/2017 18:31

Uma an�lise gen�tica completa de uma mulher de neandertal cujos restos foram encontrados em uma caverna na Cro�cia n�o mostra nenhum sinal aparente de incesto em sua ascend�ncia, ao contr�rio do DNA de um esp�cime estudado anteriormente, disseram pesquisadores nesta quinta-feira.

Trata-se do segundo neandertal a ser submetido a um sequenciamento de genoma completo e de alta qualidade.

O estudo, publicado na revista Science, oferece uma imagem mais ampla de nossos antepassados extintos e tamb�m descobriu 16 novas variantes de genes de neandertal que foram transmitidas aos humanos modernos.

Os resultados confirmam algumas coisas que j� eram conhecidas, como que os neandertais viviam em popula��es pequenas e isoladas e procriaram com os homo sapiens que migraram para o norte a partir da �frica.

O genoma estudado recentemente vem de uma mulher de neandertal que viveu h� cerca de 52 mil anos no que � hoje a Europa Oriental.

At� agora, o �nico genoma de neandertal de alta qualidade era o de um indiv�duo das montanhas Altai da Sib�ria, que remonta a cerca de 122 mil anos.

Os genes do neandertal de Altai mostraram que seus pais eram aparentados, talvez no grau de meio-irm�os ou em uma rela��o de tia-sobrinho ou tio-sobrinha.

"O neandertal de Altai vivia em um pequeno grupo de parentes pr�ximos - e era o filho de parentes pr�ximos - e muitas pessoas pensaram que este era o t�pico comportamento dos neandertais", disse Marcia Ponce de Leon, curadora de cole��o e palestrante s�nior do Instituto e Museu Antropol�gico da Universidade de Zurique.

No entanto, o novo estudo mostra que os neandertais da regi�o de Vindija, na Cro�cia, "viviam em grupos muito mais abertos, provavelmente semelhantes ao que conhecemos dos ca�adores-coletores modernos", disse � AFP por e-mail, elogiando o trabalho por suas "importantes novas percep��es".

Os neandertais faziam arte, praticavam rituais, cuidavam de idosos e usavam medicamentos primitivos antes de desaparecerem da Terra, h� cerca de 35 mil anos. O que os levou a extin��o � um mist�rio, mas se sabe que eles viviam em grupos relativamente pequenos, de cerca de 3.000 pessoas.

O autor principal do estudo, Kay Pruefer, disse que ficou mais surpreso ao descobrir que os dois esp�cimes de alta qualidade pareciam estar intimamente relacionados, apesar das vastas dist�ncias geogr�ficas e de tempo.

"Isso mostra que os neandertais devem ter tido um pequeno tamanho de popula��o", disse � AFP.

- Respons�veis pela obesidade? -

Um segundo artigo na Science analisou os genomas de quatro humanos anatomicamente modernos que viveram h� cerca de 34 mil anos e foram encontrados no local de sepultamento de Sunghir, na R�ssia.

Os quatro homens n�o tinham parentesco uns com os outros e seus genes n�o apresentavam sinais de endogamia, sugerindo que esses ca�adores-coletores se acasalavam fora de seus cl�s.

"Eles t�m uma estrutura de popula��o que parece ser realmente n�o consangu�nea em compara��o com os neandertais, e isso pode ter algo a ver com o motivo pelo qual os humanos modernos conseguiram (...) manter redes sociais mais amplas", explicou John Hawks, professor de antropologia da Universidade de Wisconsin Madison.

Hawks, que n�o esteve envolvido com a pesquisa, disse que o trabalho "n�o est� transformando a maneira como olhamos os neandertais, mas est� nos dando uma habilidade muito melhor de ver o que eles compartilhavam conosco".

O �ltimo genoma est� mais pr�ximo da mistura humana do que o mais antigo, e apresenta "novas variantes gen�ticas do genoma de neandertal que s�o influentes nos humanos modernos", disse o artigo.

Estas incluem variantes relacionadas a n�veis plasm�ticos de colesterol ruim (LDL) e vitamina D, dist�rbios alimentares, acumula��o de gordura, artrite reumatoide, esquizofrenia e respostas a medicamentos antipsic�ticos, afirmou o estudo.

Os pesquisadores tamb�m acreditam que o DNA de neandertal � um pouco mais prevalente em pessoas modernas - com exce��o de africanos cujos antepassados n�o se reproduziram com neandertais - do que se pensava anteriormente.

A maioria das pessoas n�o africanas hoje carrega entre 1,8% e 2,6% de DNA de Neandertal, mais que as estimativas anteriores, de 1,5% a 2,1%, disseram os pesquisadores.

"Os asi�ticos do leste carregam um pouco mais de DNA de neandertal (2,3% a 2,6%) do que as pessoas na Eur�sia Ocidental (1,8% a 2,4%)", segundo o estudo.

Quanto �s associa��es relatadas do neandertal com doen�as, Ponce de Leon mostrou ceticismo.

"Na minha opini�o, este � um artefato estat�stico resultante do fato de que o sequenciamento do genoma tem um forte vi�s cl�nico. Como efeito, os genes relacionados a doen�as entram no foco de interesse", disse por e-mail.

"No entanto", disse, a teoria do "'neandertal causador de obesidade/artrite/esquizofrenia' � provavelmente mais fic��o do que fato".


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