Os riscos decorrentes de cirurgias de cora��o aberto quase dobram quando a interven��o ocorre pela manh� e n�o � tarde, revela um estudo publicado nesta sexta-feira pela revista The Lancet.
"A cirurgia card�aca � segura e com poucas complica��es em termos gerais, mas quando olhamos os detalhes, parece que a interven��o durante a tarde confere uma prote��o ao cora��o", destaca o principal autor do estudo, David Montaigne, cardiologista da Universidade de Lille, no norte da Fran�a.
O ritmo circadiano � o mecanismo que regula os ciclos de sono e vig�lia no organismo, influenciando na segrega��o de horm�nios e at� na temperatura do corpo.
Quando este � alterado, de forma reiterada e por longos per�odos, pode agravar doen�as como depress�o e transtorno bipolar, e afetar as fun��es cognitivas e da mem�ria, revelam v�rios estudos.
"O momento do dia, pelo rel�gio biol�gico e o ritmo circadiano, influencia a rea��o do paciente a este tipo de opera��o", disse � AFP o doutor Bart Staels, do Centro Hospitalar Regional Universit�rio (CHRU) de Lille. "A diferen�a (de risco) n�o � desprez�vel".
Os pesquisadores analisaram os dados de 600 expedientes de cirurgias para a substitui��o de v�lvulas, de manh� e � tarde.
A an�lise revelou que os pacientes operados durante a tarde t�m um risco duas vezes inferior de apresentar complica��es graves ap�s a cirurgia (9,4% contra 18,1%).
Os pacientes operados entre janeiro de 2009 e dezembro de 2015 foram monitorados durante os 500 dias posteriores a cirurgia e "tamb�m houve diferen�as a m�dio e longo prazo", disse Staels.
Segundo o estudo, esta diferen�a est� ligada � toler�ncia � isquemia, a priva��o de oxig�nio que sofrem as c�lulas card�acas devido a interrup��o do funcionamento do cora��o durante a cirurgia.
Pesquisas realizadas com ratos de laborat�rio revelaram que a prote�na Reverb alpha, vinculada aos ritmos biol�gicos, est� mais presente no organismo pela manh�.
"Se ela � suprimida, durante o per�odo do despertar, a suscetibilidade do animal � isquemia muda", destaca o estudo.