O ex-presidente peruano Alberto Fujimori (1990-2000) derrotou as guerrilhas de extrema esquerda, mas foi condenado a 25 anos de pris�o por viola��es dos direitos humanos e oito anos por desvio de dinheiro p�blico.
O atual presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, anunciou que lhe concederia um indulto humanit�rio.
"Foi estabelecido que Fujimori sofre de doen�a progressiva, degenerativa e incur�vel e que as condi��es de pris�o constituem uma amea�a � sua vida, sa�de e integridade f�sica", afirmou a presid�ncia em um comunicado.
Nascido em Lima, em 28 de julho de 1938, Dia Nacional do Peru, de pais japoneses imigrantes, Alberto tornou-se engenheiro agr�nomo e passou a ensinar matem�tica.
Em 1964, passou um ano letivo em Estrasburgo (Fran�a), onde aprendeu franc�s e, em 1970, obteve um mestrado em matem�tica pela Universidade de Wisconsin (Estados Unidos).
Ao retornar a Lima, passou a ensinar matem�tica na Universidade de Agronomia, onde foi nomeado reitor (1984-1989) e, em 1987, foi eleito presidente da Confer�ncia dos Reitores das Universidades peruanas.
Em 1990, Alberto Fujimori, que tamb�m possui nacionalidade japonesa, venceu, para a surpresa geral, as elei��es � presid�ncia do seu partido "Cambio 90", gra�as �s vozes da esquerda. Venceu o famoso escritor Mario Vargas Llosa, campe�o do ultra-liberalismo.
Por falta de maioria, em 5 de abril de 1992, com apoio das for�as armadas, Fujimori dissolveu o Parlamento e suspendeu a Constitui��o. Em novembro, convocou elei��es para uma Constituinte. Uma nova Constitui��o foi adotada um ano depois.
- Esquadr�es da morte -
Ap�s sua vit�ria, gra�as aos esquadr�es da morte, sobre o Sendero Luminoso, uma organiza��o subversiva mao�sta, e a pris�o de seu l�der Abimael Guzman, a revista americana Time o nomeou Homem do Ano da Am�rica do Sul, em 1993.
Em 1995, foi reeleito para um segundo mandato de cinco anos no primeiro turno com 64% dos votos, batendo o ex-secret�rio-geral da ONU, Javier P�rez de Cuellar.
Em 1996, o congresso aprovou uma lei "de interpreta��o aut�ntica" da Constitui��o que o autorizava disputar um terceiro mandato. Em maio de 2000, Fujimori foi declarado vencedor na elei��o presidencial, mas depois de evid�ncias de corrup��o, o congresso votou sua destitui��o em novembro.
Ele fugiu para o Jap�o, pa�s natal de seus pais, onde renunciou por meio de um fax enviado de um hotel em T�quio. Lima passou anos tentando convencer T�quio a extradit�-lo, sem sucesso.
Ap�s uma longa batalha legal, foi finalmente o Chile, que visitou em 2005, que extraditou Fujimori em setembro de 2007.
- Fam�lia Fujimori -
Em abril de 2009, Fujimori foi condenado a 25 anos de pris�o por encomendar dois massacres cometidos por um esquadr�o da morte em 1991-1992, durante os quais 25 pessoas foram assassinadas, incluindo uma crian�a, na luta contra a guerrilha.
Em janeiro de 2015, tamb�m foi condenado a oito anos de pris�o por desvio de fundos p�blicos, uma senten�a mais que simb�lica no Peru, onde apenas a mais pesada se aplica. Tamb�m teve que pagar um milh�o de d�lares para o Estado.
Teve dois meninos e duas meninas, incluindo Keiko, que correu nas elei��es presidenciais de 2011 e 2016, sem sucesso.
Desde que foi derrotada nas �ltimas elei��es por Pedro Pablo Kuczynski, tornou-se l�der da oposi��o peruana.
Alberto Fujimori a escolheu como "primeira-dama do pa�s" ap�s seu div�rcio em 1994 de Susana Higuchi.
Seu irm�o mais novo Kenji, de 37 anos, tamb�m se tornou uma figura pol�tica proeminente depois de conquistar pela segunda vez consecutiva o maior n�mero de votos nas elei��es legislativas.
O ex-homem forte do Peru, que durante muito tempo lutou contra um c�ncer, foi operado em v�rias ocasi�es de uma les�o na l�ngua. Detido em uma delegacia perto de Lima, foi transferido v�rias vezes ao hospital nos �ltimos anos.
Seus filhos apresentaram v�rios pedidos de liberdade.
Kuczynski lan�ou h� alguns meses o debate sobre a possibilidade de uma anistia humanit�ria para Alberto Fujimori, dizendo � revista brit�nica The Economist que era tempo do perd�o.
De acordo com as pesquisas, 60% dos peruanos s�o favor�veis a uma anistia do ex-chefe de Estado.