O presidente americano Donald Trump voltou a negar veementemente ser uma pessoa racista, ap�s declara��es pol�micas sobre v�rios pa�ses, no dia em que os Estados Unidos celebram o her�i dos direitos civis Martin Luther King Jr.
A pol�mica dominou o debate sobre o status de milhares de imigrantes nos Estados Unidos, sobre o qual um acordo no Congresso parece cada vez mais improv�vel.
"N�o sou racista. Sou a pessoa menos racista que voc�s j� entrevistaram. Isso eu posso afirmar para voc�s", disse o presidente aos jornalistas reunidos no Trump International Golf Club de West Palm Beach, na Fl�rida, onde jantava com o l�der da bancada republicana da C�mara de Representantes, Kevin McCarthy.
Na quinta-feira passada, durante uma reuni�o na Casa Branca com congressistas republicanos e democratas sobre a reforma migrat�ria, o presidente teria chamado pa�ses africanos, Haiti e El Salvador de "pa�ses de merda".
Na sexta, Trump se defendeu e negou, no Twitter, ter-se referido dessa forma - conforme noticiado pelos jornais "The Washington Post" e "The New York Times" - a esses pa�ses. Um senador do Partido Democrata que participou do encontro confirmou, por�m, as declara��es do presidente.
Desde que entrou para a pol�tica, em junho de 2015, foi muitas vezes taxado de racista.
Durante sua campanha, ele acusou o M�xico de enviar aos Estados Unidos criminosos, particularmente "estupradores", desencadeando uma onda de indigna��o.
Tamb�m atacou v�rias vezes a comunidade mu�ulmana, chegando a retuitar v�deos anti-mu�ulmanos de origem duvidosa.
Em agosto, n�o condenou de forma clara as manifesta��es neonazistas que terminaram com a morte de uma mulher, atropelada intencionalmente por um supremacista branco.
- 'Dreamers' em perigo -
Nesta segunda-feira, muitos foram aqueles que recorreram �s palavras do pastor Martin Luther King Jr., homenageado por um feriado nos Estados Unidos, em mensagens ao presidente.
"Nada no mundo � mais perigoso do que a ignor�ncia sincera e a estupidez consciente", tuitou Dwight Evans, um legislador democrata, evocando o "clima pol�tico tenso".
Enquanto milhares de eventos estavam previstos para acontecer em todo o pa�s para homenagear o her�i da luta pelos direitos civis, assassinado em 4 de abril de 1968, muitos criticavam a aus�ncia de Donald Trump durante as comemora��es.
Em uma mensagem de v�deo gravada e postada em sua conta no Twitter nesta segunda-feira, ele menciona o pastor e pede para "perpetuar sua mensagem de justi�a, igualdade e liberdade".
Antes de homenagear o her�i do dia, o presidente questionou o desejo dos democratas do Congresso de chegar a um acordo sobre o programa Daca, o programa A��o Diferida para os Chegados na Inf�ncia, criado por Barack Obama para permitir que os imigrantes ilegais que chegaram ainda crian�as nos Estados Unidos estudem e trabalhem no pa�s.
"Parece normal que Trump comece o dia citando ele mesmo, ao inv�s de Martin Luther King Jr., por exemplo", tuitou o colunista Bill Kristol, do seman�rio conservador The Weekly Standard.
Donald Trump prop�s � oposi��o um pacto que oferece uma solu��o aos "Dreamers", benefici�rios do programa Daca que ele revogou, em troca do financiamento de medidas para fortalecer o controle na fronteira mexicana, incluindo a constru��o de um muto entre os dois pa�ses.
"Estamos prontos, dispostos e em condi��es de chegar a um acordo sobre o Daca", garantiu Trump.
Mas "n�o acredito que os democratas queiram chegar a um acordo. Os benefici�rios do DACA deveriam saber que os democratas s�o os que n�o v�o chegar a um acordo", alfinetou.
Na semana passada, um juiz federal da Calif�rnia suspendeu a revoga��o do programa Daca, que deveria acontecer em mar�o.
Para Trump, os congressistas democratas "n�o querem seguran�a na fronteira".
"Tem gente entrando aos montes. N�o querem deter as drogas e querem tirar dinheiro dos nossos militares, algo que n�o podemos fazer", acrescentou.
