A cidade de Porto Alegre tornou-se nesta quarta-feira por um dia o centro do pa�s: � l� que se decide o futuro pol�tico do ex-presidente Lula.
Todos os olhos est�o voltados para a cidade de um milh�o e meio de habitantes, onde tr�s ju�zes do tribunal de apela��o podem, ao final do dia, acabar com as ambi��es do ex-chefe de Estado Luiz In�cio Lula da Silva de disputar em outubro a presid�ncia, confirmando sua senten�a de nove anos e meio de pris�o por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro.
Cerca de 3.500 membros das for�as de seguran�a foram mobilizados neste reduto hist�rico da esquerda brasileira. Porto Alegre deixou o anonimato em 2001, depois de ter organizado o primeiro F�rum Social Mundial (FSM), a resposta ao F�rum Econ�mico de Davos. O Partido dos Trabalhadores (PT) de Lula foi um personagem de proa.
O per�metro do Tribunal Regional Federal N�4 (TRF4), localizado perto de um lago, foi fechado e � monitorado por helic�pteros e embarca��es da Pol�cia Militar.
Tudo para evitar confrontos entre partid�rios e opositores de Lula e proteger os tr�s ju�zes que selar�o o destino da maior figura da cena pol�tica brasileira: um ex-presidente (2003-2010) que deixou o poder com uma taxa recorde popularidade de mais de 80%, mas tamb�m odiado por um enorme segmento da popula��o que quer mand�-lo para tr�s das grades.
Temendo uma "invas�o" de manifestantes pr�-Lula que chegavam em �nibus desde o final da semana a sua pac�fica cidade, o prefeito Nelson Marchezan Jr. pediu apoio aos militares.
Poucas horas ap�s o in�cio deste julgamento crucial, a situa��o era calma, mas poderia mudar com o an�ncio da decis�o do tribunal.
Os partid�rios de Lula s�o muito mais numerosos e intensos do que seus opositores nas ruas, cheias de cartazes, principalmente do PT, em apoio ao seu fundador.
Um folheto chamava os militantes de esquerda a "n�o deixar que seja condenado", outro proclamava "Lula inocente" ou "Uma elei��o sem Lula seria fraudulenta".
Os opositores tamb�m se mobilizaram: um enorme boneco infl�vel de Lula em uniforme de prisioneiro navegava no lago perto do TRF4.
O julgamento tamb�m atraiu cerca de 300 jornalistas, incluindo 45 acreditados para a imprensa estrangeira.
Mas o centro da capital do estado do Rio Grande do Sul estava deserto, com os funcion�rios p�blicos em recesso em raz�o do processo.