O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, assumiu a responsabilidade pela falha de sua rede social em proteger os dados privados de seus usu�rios e impedir um uso indevido deles, ao preparar-se nesta segunda-feira para sua audi�ncia ante o Congresso americano.
Em sua declara��o aos legisladores, revelada por uma comiss�o do Congresso, Zuckerberg admitiu ser idealista e afirmou n�o compreender como a plataforma, que diz ser utilizada por 2 bilh�es de pessoas, poderia ser alvo de abuso e manipula��o.
O criador e presidente-executivo do Facebook vai se apresentar ante uma comiss�o do Senado na ter�a-feira e ante outra da C�mara de Representantes na quarta-feira, em meio � pol�mica pelo uso de informa��es sem permiss�o de ao menos 87 milh�es de usu�rios pela companhia brit�nica Cambridge Analytica (CA), que trabalhou para a campanha de Donald Trump em 2016.
"N�o fizemos o suficiente para evitar que estas ferramentas fossem usadas de maneira maliciosa (...) N�o tivemos uma vis�o suficientemente ampla de nossas responsabilidades e isso foi um grande erro. Foi erro meu e eu sinto muito", disse Zuckerberg, segundo o texto de sua interven��o divulgado nesta segunda-feira.
"Iniciei o Facebook, o administro e sou respons�vel pelo que acontece", apontou o empres�rio de 33 anos, defendendo sua empresa como "idealista e otimista". "N�s nos concentramos nas coisas boas que as pessoas que se conectam podem traze", ressaltou.
No entanto, reconheceu o fracasso em evitar que a plataforma fosse usada para fins negativos, para "'fake news', interfer�ncia estrangeira em elei��es, discursos de �dio, bem como por desenvolvedores".
- Auditoria completa -
Zuckerberg se comprometeu a evitar casos como o da CA, em uma nova tentativa de controlar os danos � imagem da companhia e depois de perder cerca de 80 bilh�es de d�lares em valor no mercado de a��es desde meados de mar�o.
"Estamos no processo de investigar cada aplicativo que teve acesso a uma grande quantidade de informa��es antes que bloque�ssemos nossa plataforma em 2014", indicou Zuckerberg, que nesta segunda-feira esteva no Capit�lio.
"Se detectarmos uma atividade suspeita, faremos uma auditoria completa. E se descobrirmos que algu�m est� usando os dados de forma incorreta, n�s iremos proibi-los e anunciaremos a todos os interessados", prometeu, segundo o texto divulgado.
O Facebook afirmou que adotou v�rias medidas para compensar as falhas na prote��o de dados, � medida que cresce a press�o por mais regulamenta��o das redes sociais.
Desde segunda-feira, novas ferramentas de privacidade dominam os feeds de not�cias dos usu�rios, afirmou a empresa, que no domingo anunciou a suspens�o de outra companhia de an�lise de dados, CubeYou, com sede nos Estados Unidos, ap�s relatos de que usava comercialmente dados coletados por meio de testes psicol�gicos.
Na semana passada, Zuckerberg admitiu que o Facebook provavelmente levar� "alguns anos" para resolver os problemas sobre o uso irregular de dados privados de usu�rios da rede.
O Facebook � alvo de investiga��es e queixas dos dois lados do Atl�ntico desde a revela��o do esc�ndalo da CA. Facebook, como Google e Twitter, tamb�m serviram de trampolim para uma grande opera��o para desestabilizar as elei��es americanas em 2016, que a justi�a americana atribui � R�ssia em favor de Trump.