Valorizada por seus benef�cios nutricionais, na moda entre as celebridades, a �gua de coco viu sua produ��o se intensificar no Brasil, impulsionada pelo aumento do consumo dom�stico e global.
Quarto maior produtos mundial de coco, bem atr�s de Indon�sia, Filipinas e �ndia, o Brasil se distingue dos concorrentes asi�ticos para produ��o de coco verde, do qual � extra�da a �gua de coco.
O pa�s sul-americano � o primeiro produtor mundial da bebida. Do 1,9 bilh�o de cocos colhidos em 2015 no Brasil - o dobro da produ��o de 20 anos antes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) -, 70% eram verdes.
"Dez anos atr�s, os cocos secos, que produzem leite e �leo de coco, representavam a metade da colheita nacional", destaca Francisco Porto, presidente do Sindicato Nacional de Produtores de Coco do Brasil (Sindcoco).
- Coqueiros-an�es crescem -
A superf�cie ocupada por coqueiros cresceu pouco desde 1990, passando de 210 mil hectares a 152.661 hectares atuais, segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu�ria (Embrapa).
Os coqueiros gigantes, destinados � produ��o de coco seco, ainda ocupam a maior parte das planta��es, especialmente no nordeste brasileiro. Contudo, o cultivo de coqueiros-an�os, usado para os cocos verdes e quatro vezes mais produtivo, ganhou terreno. Ele se desenvolve em novas regi�es por grandes produtores e empresas do agroneg�cio.
"O crescimento do cultivo de coqueiros de variedade an�o intensificou-se h� aproximadamente 15 a 20 anos, em fun��o do aumento da demanda por �gua de coco", explica � AFP Humberto Rollemberg Fontes, engenheiro agr�nomo da Embrapa.
Diferentemente das planta��es de coqueiros-gigantes, "os plantios foram realizados em sua maioria com irriga��o com manejo cultural e fitossanit�rio adequados".
Cerca de 100 mil hectares hoje s�o dedicados cultivo de coqueiros-an�es.
- Mercado em expans�o -
Do lado do consumidor, o mercado brasileiro de �gua de coco virou de cabe�a para baixo no in�cio dos anos 2000, quando Luiz Ot�vio P�ssas Gon�alves, fundador da marca Kero Coco, come�ou a comercializar a bebida em caixas, muito lucrativas.
A bebida, at� ent�o consumida apenas diretamente da fruta, tinha uma validade muito limitada. Em caixinhas, ela come�ou a se afastar das praias para chegar aos grandes centros urbanos do sudeste do pa�s, onde seu consumo continuou a crescer.
Segundo um estudo da Euromonitor de 2016, o mercado brasileiro de �gua de coco deve ter uma expans�o anual m�dia, em volume, de 9,2% at� 2020, tomando parte do mercado de refrigerantes.
Diante dessas perspectivas e desejando melhorar sua imagem, gigantes de refrigerantes e bebidas alco�licas n�o demoraram para se posicionar.
Em 2009, o grupo americano PepsiCo j� tinha adquirido o grupo Kero Coco, l�der do mercado. A brasileira Ambev adquiriu a marca carioca Do Bem em 2016.
A �gua de coco brasileira tamb�m pode crescer nos mercados americano e europeu. "Ano passado, nossa �gua se vendeu mais nos Estados Unidos do que no Brasil, enquanto h� cinco anos, os americanos quase n�o compravam", aponta Roberto Lessa, CEO da Aurantiaca, fabricante da marca Obrigado, terceira no mercado nacional.
"A Europa deve seguir o mesmo caminho. Hoje em dia, vendemos a metade da nossa produ��o no exterior. At� 2025, prevemos vender 75% da produ��o fora do Brasil", acrescenta. At� l�, o grupo ter� aumentado 50% de suas capacidades de produ��o.