Mark Zuckerberg declarou nesta quarta-feira (11) aos congressistas americanos que a regula��o das redes sociais � "inevit�vel" e defendeu o modelo econ�mico do Facebook, apesar dos casos provados de manipula��o e mau uso dos dados pessoais de seus usu�rios.
"Em todo o mundo, a import�ncia da Internet na vida das pessoas est� crescendo, e acho que � inevit�vel que haja alguma regulamenta��o", disse o CEO e fundador do Facebook, esclarecendo que isso deve ser "cuidadosamente analisado".
Anteriormente, havia assegurado aos membros de uma comiss�o da C�mara de Representantes que os usu�rios s�o respons�veis pelo conte�do que publicam.
"Cada vez que algu�m decide publicar algo no Facebook, vai ao servi�o de forma proativa e escolhe compartilhar uma imagem ou escrever uma mensagem. A cada vez h� um controle estrito no momento", assegurou.
O empres�rio de 33 anos, que na ter�a-feira passou cinco horas respondendo perguntas dos senadores, admitiu n�o ter protegido adequadamente a privacidade dos usu�rios e anunciou controles adicionais.
Zuckerberg n�o para de pedir desculpas desde a revela��o do esc�ndalo da Cambridge Analytica em meados de mar�o, que prejudicou significativamente a imagem do grupo e reduziu sua cota��o na Bolsa.
Segundo o Facebook, os dados de cerca de 87 milh�es de usu�rios - incluindo os de Zuckerberg, admitiu - ficaram nas m�os da empresa de an�lise de dados antes de a rede social come�ar a introduzir restri��es em 2014.
A empresa brit�nica trabalhou para a campanha do candidato republicano � Presid�ncia Donald Trump em 2016.
- 'Advert�ncias por todos os lados' -
Depois de admitir que a empresa havia sido "lenta" em identificar compras de an�ncio pol�tico pela R�ssia durante a campanha eleitoral, Zuckerberg assegurou que o Facebook estava fazendo "cada vez melhor" a tarefa de eliminar as contas falsas.
O procurador especial Robert Mueller, que investiga desde maio de 2017 um poss�vel conluio entre a equipe de campanha de Trump e funcion�rios russos para influenciar nas urnas, acha que a Internet, e em especial o Facebook, serviram de plataforma para uma grande opera��o de propaganda destinada a promover a vit�ria do magnata imobili�rio.
Denunciando um "desastre", o representante Frank Pallone declarou no come�o da audi�ncia que o Congresso deveria "tomar medidas imediatas para proteger" a "democracia".
"As advert�ncias estavam por todos os lados, por que ningu�m as via?", perguntou.
Mas Zuckerberg evitou responder diretamente uma pergunta da representante democrata Anna Eshoo, que perguntou se ele estava disposto a mudar o modelo econ�mico do Facebook, atualmente uma rede social gratuita financiada por publicidade, "por uma quest�o de prote��o da privacidade".
"Congressista, n�o estou certo do que isso significa", respondeu.
"Acreditamos que todos merecem uma boa prote��o da privacidade", disse a outro legislador que o questionou sobre a possibilidade de que os usu�rios americanos se beneficiem da nova regula��o europeia sobre prote��o de dados, que entrar� em vigor em 25 de maio.
O Facebook implementar� os padr�es do Regulamento Geral de Prote��o de Dados (GDPR, em ingl�s) para os usu�rios europeus no m�s que vem, e algumas de suas regras se estender�o aos usu�rios dos Estados Unidos e de outros pa�ses mais tarde, confirmou.
"O GDPR requer que fa�amos algumas coisas a mais e vamos estender isso ao mundo", disse Zuckerberg. "Estamos trabalhando para fazer isso o mais r�pido poss�vel", acrescentou.
O CEO j� havia dito algo similar sobre o GDPR no dia anterior ante o Senado, o que lhe valeu nesta quarta-feira o agradecimento ir�nico de uma funcion�ria europeia.
"Obrigada, senhor Zuckerberg", declarou Vera Jourova, comissionada de Justi�a e Prote��o ao Consumidor, em uma coletiva de imprensa em Bruxelas. "Estava procurando formas de fazer campanha para nossa regula��o de prote��o de dados. E vejam, j� est� feito", comentou.
