
O ecstasy, administrado de forma controlada para acompanhar uma psicoterapia, pode ter uma certa efic�cia para os soldados que sofrem de transtorno de estresse p�s-traum�tico, sugerem cientistas em um estudo publicado nesta quarta-feira.
O trabalho publicado pela The Lancet Psychiatry � limitado, reconhecem os pr�prios autores. A pesquisa teve a participa��o de apenas 26 pessoas, sendo 22 ex-combatintes, tr�s bombeiros e um policial. E os resultados n�o foram comparados com um grupo que recebeu um placebo.
O estudo sugere, no entanto, que o tratamento com MDMA, a mol�cula do ecstasy, "� seguro e poderia refor�ar os benef�cios da psicoterapia", indica a revista em um comunicado.
Os pacientes seguiram um protocolo estritamente controlado. Sem que eles soubessem, depois das tr�s primeiras sess�es de psicoterapia de uma hora e meia, receberam doses cada vez mais fortes de MDMA (30 mg, 75 mg ou 125 mg) durante duas sess�es de oito horas cada, especialmente adaptadas.
Depois passaram uma noite em observa��o, conversaram por telefone com os pesquisadores durante uma semana e passaram por tr�s novas sess�es de psicoterapia de uma hora e meia.
De acordo com os autores do estudo, os pacientes que tomaram as doses mais fortes experimentaram uma redu��o mais importante dos sintomas de estresse p�s-traum�tico. Mas os cientistas reconhecem que o tamanho reduzido da mostra representa uma fragilidade estat�stica.
O uso do ecstasy, no entanto, apresentou v�rios inconvenientes. Alguns participantes relataram que perceberam uma vontade maior de cometer suic�dio depois que receberam MDMA.
"E todos os grupos informaram efeitos negativos ap�s o tratamento, incluindo ansiedade, dor de cabe�a, esgotamento, tens�o muscular e ins�nia".
O estudo apresenta uma quest�o �tica, pois o consumo de MDMA � proibido. O ecstasy alimenta um importante narcotr�fico.
Dois professores de Psiquiatria de Oxford, Andrea Cipriani e Philip Cowen, elogiaram o protocolo estabelecido no trabalho e seus resultados, mas expressaram reservas sobre o uso de MDMA.
"N�o h� d�vida de que existe uma demanda n�o atendida de tratamento contra o transtorno de estresse p�s-traum�tico, especialmente entre os ex-combatentes e funcion�rios do setor de emerg�ncias. Falta estabelecer, no entanto, a possibilidade de generalizar a psicoterapia assistida por MDMA para a psiquiatria mais usual", escreveram em um coment�rio publicado pela revista The Lancet.