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Estado de Minas

Trump rompe acordo com Ir� sobre pol�tica nuclear


postado em 08/05/2018 19:30

O presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta ter�a-feira (8) a retirada americana do "desastroso" acordo multilateral assinado em 2015 com o Ir� sobre seu programa nuclear, e o restabelecimento imediato das san��es econ�micas contra Teer�.

Em um pronunciamento dram�tico na Casa Branca, Trump afirmou que a comunidade internacional n�o pode "prevenir uma bomba nuclear iraniana sob a estrutura apodrecida deste acordo" e por isso decidiu retirar seu pa�s do tratado.

O acordo, conhecido pelas siglas em ingl�s JCPOA, foi assinado em 2015 pelo Ir� e por Estados Unidos, Fran�a, Reino Unido, Alemanha, R�ssia e China, e se refere a mecanismos de enriquecimento de ur�nio para impedir que Teer� desenvolva uma arma nuclear.

No mesmo dia, todos os outros signat�rios do acordo reafirmaram a inten��o de se manter fi�is ao entendimento, mas a retirada americana abre uma interroga��o real sobre sua sobreviv�ncia como ferramenta diplom�tica.

"Estou anunciando hoje que os Estados Unidos v�o se retirar do acordo nuclear com o Ir�. Em instantes, assinarei o memorando presidencial que restabelece san��es" ao Ir�, disse o presidente em uma mensagem televisionada da Casa Branca.

Ap�s sua declara��o hist�rica, Trump sentou-se em uma pequena escrivaninha, onde assinou o documento marcando a ruptura de Washington com o acordo que a comunidade internacional costurou com o Ir� durante anos de esfor�os diplom�ticos continuados.

- Voltam san��es ao Ir� -

"Implementaremos san��es econ�micas no mais alto n�vel. Qualquer na��o que ajudar o Ir� em sua busca por armas nucleares tamb�m ser� sancionada fortemente pelos Estados Unidos. N�o seremos ref�ns de uma chantagem nuclear", afirmou Trump.

John Bolton, o 'falc�o' no cargo de assessor de Seguran�a Nacional da Casa Branca, destacou que as san��es que haviam sido suspensas pela assinatura do acordo de 2015 foram restabelecidas com efeito imediato e advertiu para a poss�vel ado��o de medidas adicionais.

O secret�rio de Estado, Mike Pompeo, afirmou que embora Washington concorde com seus aliados na necessidade de impedir o acesso do Ir� a uma arma at�mica, o governo americano tem interesses que v�o al�m do acordo nuclear.

"Nosso esfor�o � mais amplo do que apenas o acordo nuclear", afirmou, mencionando a "elimina��o da amea�a do programa bal�stico" iraniano, interrup��o de suas "atividades terroristas" e o "bloqueio de suas atitudes amea�adoras no Oriente M�dio".

Por isso, acrescentou o chefe da diplomacia americana, "as san��es est�o em pleno efeito" para lembrar ao governo de Teer� "os resultados de sua atividade irrespons�vel e maligna".

A decis�o de Trump foi adotada apesar dos apelos reiterados a n�o deixar o acordo, feitos por aliados firmes, como Fran�a, Alemanha ou Reino Unido, que s�o signat�rios do tratado.

Instantes depois, o secret�rio-geral da ONU, o portugu�s Ant�nio Guterres, fez um apelo urgente a todos os outros signat�rios do acordo para que reafirmem suas obriga��es.

Em nota oficial, Guterres afirmou estar "profundamente preocupado" e pediu "aos outros participantes do JCPOA que mantenham plenamente seus respectivos compromissos".

- Fissuras evidentes -

O gesto do presidente americano abre uma fissura evidente em sua alian�a com pa�ses europeus e as outras pot�ncias nucleares sobre a continuidade do acordo com o Ir�.

A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, lamentou a decis�o americana e disse que o bloco europeu est� "determinado a preservar" o acordo.

Em uma mensagem postada no Twitter, o presidente franc�s, Emmanuel Macron, destacou que "Fran�a, Alemanha e Reino Unido lamentam a decis�o americana" e acrescentou que estes tr�s pa�ses v�o trabalhar "coletivamente" a favor de um acordo "mais amplo".

Em seguida, estes tr�s governos emitiram uma nota conjunta, na qual apontaram que "permanecem comprometidos em assegurar que o acordo seja respeitado".

O governo da R�ssia, por sua vez, destacou em nota oficial que est� "profundamente decepcionado" com a decis�o americana, que "pisoteia grosseiramente as normas da legisla��o internacional".

O presidente iraniano, Hassan Rohani, por sua vez, afirmou em mensagem transmitida pela TV que seu pa�s est� disposto a negociar com Europa, R�ssia e China formas de garantir os interesses iranianos.

"Dei instru��es � Organiza��o Iraniana de Energia At�mica que tome as medidas requeridas para futuras a��es de forma que, caso seja necess�rio, possamos retomar o enriquecimento industrial (de ur�nio) sem limites", disse.

No entanto, acrescentou que para isto "esperaremos algumas semanas antes de aplicar esta decis�o".

Em contrapartida, o premi� israelense, Benjamin Netanyahu, disse em mensagem televisionada que seu governo apoia totalmente o gesto corajoso de Trump.

Netanyahu lembrou ter se oposto ao acordo "desde o come�o" porque "n�o s� este acordo n�o bloqueia a via do Ir� para a bomba, mas abre caminho para um arsenal completo de armas nucleares e isto em alguns anos".

- "Erro monumental" -

No campo dom�stico, at� o habitualmente discreto ex-presidente Barack Obama rompeu seu sil�ncio para afirmar, em nota oficial, que a decis�o de Trump foi "equivocada".

"A realidade � clara: o JCPOA est� funcionando", afirmou o ex-presidente.

Para o ex-secret�rio de Estado John Kerry, principal negociador do acordo, a decis�o de Trump "fragiliza nossa seguran�a, rompe a palavra dos Estados Unidos, isola nossos aliados europeus, p�e Israel em maior risco, d� poder � 'linha dura' iraniana (...) e fragiliza a capacidade do governo de fazer acordos internacionais".

Para Kerry, a extens�o do dano provocado pela decis�o desta ter�a-feira depender� "do que a Europa possa fazer para manter o acordo de p� e das rea��es do Ir�".

O diplomata Tony Blinken, que foi vice-secret�rio de Estado quando o acordo foi assinado, em 2015, disse que a retirada de Washington foi um "erro monumental".

Al�m disso, apontou Blinken, o gesto de Trump outorgou aos defensores de uma 'linha dura' no governo do Ir� um argumento para retomar suas tentativas de conseguir uma arma nuclear.

Wendy Sherman, outra ex-negociadora americana, disse � imprensa que Trump colocou a estabilidade internacional em risco "unicamente por quest�es pol�ticas dom�sticas".

"Esta � uma crise que o pr�prio Trump precipitou para responder � sua base, para cumprir uma promessa de campanha, sem ter sequer uma ideia de que � ter um plano B", avaliou.


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