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Estado de Minas

Einstein continua a ter raz�o, mesmo perto de um buraco negro


postado em 26/07/2018 11:30

Albert Einstein mais uma vez tinha raz�o: uma previs�o de sua Teoria da Relatividade Geral foi testada com sucesso perto do buraco negro supermaci�o localizado no centro da nossa gal�xia.

Pela primeira vez, observa��es feitas com o VLT (Very Large Telescope) no Chile revelaram os efeitos da Relatividade Geral sobre uma estrela passando pelo campo gravitacional intenso deste buraco negro, anunciou nesta quinta-feira (26) o Observat�rio Europeu Austral (ESO).

"N�s verificamos uma previs�o importante da Teoria da Relatividade Geral no meio ambiente de um buraco negro, que � a do Desvio Gravitacional para o Vermelho", declarou � AFP Guy Perrin, um dos "pais" do instrumento Gravity que permitiu alcan�ar esse resultado, publicado nesta quinta na Astronomy & Astrophysics.

"Mais de 100 anos depois de seu artigo que descreveu as equa��es da Relatividade Geral, Einstein mostra que mais uma vez tinha raz�o, em um laborat�rio muito mais extremo do que ele poderia imaginar", observa o ESO.

Um buraco negro � t�o denso que impede toda mat�ria ou luz de escapar. � chamado de supermaci�o quando sua massa varia de alguns milh�es a alguns bilh�es de massas solares.

O centro da Via L�ctea abriga um desses monstros invis�veis, Sagittarius A*, a 26.000 anos-luz da Terra. Sua massa � equivalente a 4 milh�es de vezes a do Sol.

Ele est� cercado por um aglomerado de estrelas que atingem velocidades vertiginosas quando se aproximam dele.

Apoiando-se no Gravity e em outros dois instrumentos do VLT, a equipe internacional de astr�nomos passou a investigar uma dessas estrelas, a S2, e a observou antes e depois de sua passagem mais pr�xima do Sagittarius A*, que ocorreu em 19 de maio.

O interfer�metro Gravity, que levou mais de dez anos para ser projetado, combina a luz coletada por quatro telesc�pios do VLT europeu instalado no deserto do Atacama, no Chile. Sua resolu��o � 15 vezes maior que a dos maiores telesc�pios �pticos.

- Uma bola de t�nis na Lua -

Em atividade desde 2015, ele j� havia observado a passagem da estrela S2 perto do buraco negro em 2016, "mas desta vez, gra�as a melhorias instrumentais, pudemos observar a estrela com precis�o sem precedentes", enfatiza Reinhard Genzel, do Instituto Max Planck para a F�sica Extraterrestre de Garching (Alemanha), outro pai de Gravity.

A precis�o alcan�ada foi de 50 microssegundos, "o �ngulo em que uma bola de t�nis colocada na Lua seria vista da Terra", de acordo com o CNRS franc�s.

Gra�as a essa precis�o, o movimento de S2 em torno de Sagittarius A* p�de ser detectado quase de hora em hora.

Quando a estrela passou a 120 vezes a dist�ncia entre a Terra e o Sol do buraco negro (menos de 20 bilh�es de quil�metros), sua velocidade orbital atingiu 8.000 km/segundo, ou quase 3% da velocidade da luz. Condi��es que s�o suficientemente extremas para que a estrela S2 sofra efeitos significativos relacionados � relatividade geral.

"De acordo com esta teoria, um corpo maci�o atrai luz (ele desvia os raios de luz) ou desacelera o tempo. � este �ltimo efeito que leva ao Desvio para o Vermelho nas margens de Sagittarius A*", explica Guy Perrin, que � um astr�nomo do Observat�rio de Paris-PSL.

"Quando a estrela se aproxima do buraco negro, parece mais vermelha do que � na realidade porque ocorre uma varia��o do comprimento de onda da luz, em raz�o da enorme atra��o gravitacional do buraco negro", indica.

Esta � a primeira vez que este efeito � medido diretamente no campo gravitacional intenso de um buraco negro.

"Nossas medi��es s�o totalmente compat�veis com a teoria de Einstein", que explica a gravidade como uma deforma��o do espa�o-tempo, diz Guy Perrin.

Por outro lado, a teoria cl�ssica da gravita��o de Newton, tamb�m testada pelos astr�nomos e que explica essa for�a como algo que atua � dist�ncia, "n�o se encaixa em nossas medidas".

Para o ESO, estes resultados s�o "o culminar de 26 anos de observa��es" realizadas com os seus telesc�pios.

O cons�rcio Gravity � liderado pelo Instituto Max Planck para a F�sica Extraterrestre e envolve o CNRS, o Observat�rio Paris-PSL, a Universidade de Grenoble-Alpes e o Centro portugu�s de Astrof�sica CENTRA.


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