Depois da apresenta��o das alega��es de ambas as partes, o j�ri come�a a deliberar em um tribunal de San Francisco, nesta quarta-feira (8), no �mbito do primeiro julgamento contra o gigante agroqu�mico Monsanto pelo suposto v�nculo entre o c�ncer e seus produtos � base de glifosato.
"Chegou o dia em que a Monsanto ter� de prestar contas", afirmou Brent Wisner, advogado do demandante Dewayne Johnson, que diz ter contra�do c�ncer pelo uso desses produtos.
Todos os produtos cancer�genos conhecidos "passaram por este momento: quando a ci�ncia finalmente d� as provas, quando n�o podem mais se esconder", disse Wisner na ter�a.
O advogado considerou que a Monsanto p�s seus lucros acima da sa�de p�blica ao lutar contra os estudos sobre os riscos cancer�genos do RoundUp, um dos pesticidas mais usados no mundo, h� 40 anos no mercado.
Agora, busca estabelecer um paralelo entre este caso e as estrat�gias usadas pela ind�stria, no passado, para negar os efeitos nocivos do cigarro, ou do amianto.
"No que diz respeito ao cigarro, j� conhecemos o fim da hist�ria, e sabemos como terminar� a hist�ria para a Monsanto", insistiu Wisner, acrescentando que, neste caso, n�o � necess�rio "demonstrar que o RoundUp � a �nica causa (do c�ncer de seu cliente), mas apenas que contribuiu" para que ele contra�sse a doen�a.
Se a Monsanto for condenada, "ter� de fazer algo, estudos que nunca fez, e alertar p�blico", afirmou.
O demandante, que manuseou os produtos entre 2012 e 2014 por conta de seu trabalho em escolas californianas, reivindica mais de 400 milh�es de d�lares da Monsanto.
Para a empresa, que foi comprada pelo grupo Bayer, n�o existe qualquer v�nculo entre o glifosato e o c�ncer. Por isso - alega -, n�o h� motivos para advertir sobre o perigo de se utilizar essa pol�mica subst�ncia.
"Aqui tem muita ret�rica" para dizer que a Monsanto � "horr�vel", argumentou o advogado da empresa r� no processo, George Lombardi.
"A menos que (Winser) a vincule com o c�ncer do sr. Johnson, isso n�o significa nada", afirmou, apontando que o diagn�stico se deu muito pouco tempo depois da utiliza��o dos produtos, o que seria - segundo ele - uma prova de que contraiu a doen�a anteriormente.
"O que os testes revelam � claro: o c�ncer n�o foi provocado" pelos produtos da Monsanto, insistiu.
O julgamento contra o gigante agroqu�mico deve durar at� o final de agosto, com o potencial de ter um grande impacto sobre a companhia.
Este caso sobre a rela��o do c�ncer com o RoundUp � o primeiro a chegar a julgamento.
Fundada em 1901 em St Louis, no Missouri, a Monsanto come�ou a produzir agroqu�micos em 1940 e foi comprada em junho pela Bayer, por mais de US$ 62 bilh�es.