
A solene cerim�nia cat�lica durou pouco mais de uma hora em um grande sal�o do centro de exposi��es de G�nova, na presen�a dos mais altos funcion�rios do Estado e milhares de habitantes desta cidade portu�ria do noroeste da It�lia.
Longos aplausos se seguiram � leitura dos nomes dos 38 mortos identificados e a men��o das v�timas ainda n�o identificadas.
Os bombeiros italianos encontraram durante a madrugada mais corpos em um carro esmagado sob um bloco de concreto da ponte de G�nova.
Os servi�os de Defesa Civil n�o quiseram informar o n�mero preciso, mas a imprensa italiana fala de um casal e uma menina de 9 anos, que se encontravam em um dos carros que ca�ram com o desabamento da ponte.
Dessa forma, ainda s� estaria desparecido um homem de cerca de 30 anos.

A liga italiana de futebol, que celebra neste fim de semana sua primeira rodada do campeonato 2018/19, suspendeu as partidas que seriam disputadas pelas duas equipes de G�nova, a Sampdoria e a Genoa. Em todos os est�dios, ser� respeito um minuto de sil�ncio e os jogadores usar�o uma bra�adeira preta em sinal de luto.
- "Allah Akbar" -
No imenso sal�o de G�nova, transformado em capela ardente, foram alinhados 19 caix�es, incluindo um menor, branco, com o corpo de Samuele, um menino de 8 anos que morreu junto aos pais quando iam pegar um ferry para a Sardenha.
"Eu perdi um amigo, mas vim por causa de todas as v�timas", disse um morador de G�nova, Nunzio Angone.
Metade das fam�lias das v�timas optou por funerais privados depois de acusar as autoridades estaduais de serem respons�veis pela cat�strofe.
Durante a cerim�nia cat�lica, um im� fez uma ora��o cantada na qual se ouviu quatro vezes as palavras "Allah akbar" (Deus � grande) em meio a um sil�ncio respeitoso, em um momento planejado para homenagear duas v�timas mu�ulmanas albanesas.
O presidente Sergio Mattarella se mostrou muito emocionado durante a cerim�nia. "� uma trag�dia inaceit�vel", declarou � televis�o, prometendo realizar "investiga��es r�pidas e rigorosas que levem a condena��es dos respons�veis".
"Meu filho foi assassinado", repetiu Roberto, pai de um dos quatro jovens de N�poles que morreu enquanto viajava de f�rias.
"N�o se deve morrer pela neglig�ncia, pela irresponsabilidade, pela superficialidade, pela burocracia", insistiu o arcebispo de N�poles, cardeal Crescenzio Sepe, na homilia de sexta-feira dedicada a esses quatro jovens de sua cidade de origem.
As fotos das v�timas sorridentes foram publicadas neste s�bado em todos os jornais italianos: um ex-campe�o de motociclismo, um m�dico e uma enfermeira que iam se casar, jovens franceses que iam se divertir, tr�s chilenos morando na It�lia, um motorista de caminh�o napolitano que retornava para casa depois de fazer uma entrega na Fran�a e um casal voltando de sua lua de mel.
- Revoga��o -
O governo anunciou na sexta-feira que havia iniciado o procedimento para revogar a concess�o da firma Autostrade no trecho onde a ponte desmoronou.
Em rela��o �s informa��es segundo as quais a empresa concession�ria estaria disposta a reconstruir a ponte assumindo o custo, o chefe de governo, Giuseppe Conte, disse que o executivo avaliar� a proposta caso se torne formal.
Conte tamb�m planeja controlar rigorosamente os investimentos das concession�rias de autoestradas no futuro, que "devem entender que a infraestrutura n�o � uma receita financeira, mas um bem p�blico".
"Faremos todo o poss�vel para que a Autostrade ajude os parentes das v�timas, as pessoas afetadas, os que ficaram sem lar e a cidade", disse o vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, tamb�m ministro do Interior e L�der da Liga (extrema direita).
A empresa, que pertence ao grupo Atlantia, controlada por 30% pela fam�lia Benetton, assegurou que seus controles de seguran�a eram de confian�a.
O holding da Benetton, Edizione, informou que far� tudo que for poss�vel para apurar as responsabilidades nesta trag�dia.