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Estado de Minas

Crise de 2008: os riscos ainda se escondem na economia global


postado em 03/09/2018 09:54

Dez anos ap�s a pior crise financeira em quase um s�culo, a economia global est� avan�ando e espera um s�lido crescimento em 2018 e no pr�ximo ano.

No entanto, alguns poucos especialistas preveem outra crise iminente semelhante � de 2008, com riscos variados para a atual estabilidade econ�mica global e que incluem a turbul�ncia nos mercados emergentes, o florescimento de conflitos comerciais e a amea�a de uma desacelera��o na China.

Veteranos da crise de 2008 e choques econ�micos anteriores n�o t�m certeza do que desencadear� o pr�ximo colapso.

"Citando Tolstoi, todo mercado feliz � o mesmo, mas todo mercado em crise � diferente � sua pr�pria maneira", afirmou Nicholas Colas, da DataTrek Research, em uma nota de 15 de agosto.

Entre as principais preocupa��es, a turbul�ncia na economia turca ap�s uma queda em sua moeda reavivou o medo de um "cont�gio" entre economias emergentes como Argentina, R�ssia, Argentina, China e �frica do Sul.

Todos esses pa�ses s�o grandes detentores de d�vidas denominadas em d�lares norte-americanos que se tornaram mais caras � medida que os aumentos das taxas de juros do Federal Reserve fizeram o d�lar subir.

O conflito comercial � outra fonte de crescente desconforto depois que o presidente americano, Donald Trump, imp�s tarifas sobre as importa��es da maioria dos principais parceiros comerciais, incluindo China, Uni�o Europeia, Canad� e M�xico.

Representantes desses pa�ses est�o em v�rios est�gios, tentando barganhar seu caminho para novos termos de troca e evitar uma guerra comercial que trava o com�rcio global.

Os observadores do mercado est�o especialmente preocupados com as perspectivas em rela��o � China, a segunda maior economia do mundo e um pa�s que vem experimentado uma desacelera��o do investimento e o enfraquecimento do crescimento das vendas no varejo nos �ltimos tempos.

E alguns especialistas est�o preocupados n�o apenas com a crise, mas com a resposta � crise.

O especialista em risco pol�tico Ian Bremmer, do Eurasia Group, destacou os ataques cibern�ticos como uma fonte potencial de turbul�ncia em uma nota de julho, em que questionou se os poderes globais de hoje em dia responderiam t�o bem quanto em 2008, ou depois dos ataques de 11 de setembro de 2001.

"H� estabilidade pol�tica mais do que suficiente no mundo de hoje para lidar com as manchetes do dia", disse Bremmer. "Mas, quanto � pr�xima crise, eu ficaria menos confiante", completou.

Nos Estados Unidos, Bremmer afirmou que Trump e o Congresso se culpariam um ao outro, enquanto que, nos pa�ses europeus, j� desconfiados de Trump, poderiam se voltar para o protecionismo, ou buscar fortalecer alian�as com a China �s custas do Fundo Monet�rio Internacional (FMI) e de outras institui��es internacionais.

- Estouro da bolha -

O fracasso do Lehman Brothers em 15 de setembro de 2008 foi o catalisador que causou violentas ondas de choque nas finan�as globais.

"Foi bem feio", lembra Kenny Polcari, um corretor institucional da O'Neil Securities, que trabalha em Wall Street desde 1985.

"Havia uma sensa��o de pesar. N�o se podia imaginar que isso fosse acontecer", completou.

A causa imediata do desastre foram as hipotecas do tipo "subprime", de baixa qualidade, distribu�das � vontade pelos bancos e outros credores a consumidores em meio a um per�odo de baixas taxas de juros e outras pol�ticas americanas para incentivar a compra da casa pr�pria.

"Os bancos encorajaram as pessoas a assumir o m�ximo de d�vida poss�vel", explicou Gregori Volokhine, presidente da Meeschaert Capital Markets.

"Mesmo se voc� n�o tivesse muito dinheiro, os bancos tornavam muito f�cil o empr�stimo para comprar uma casa", acrescentou.

Mas o mercado se transformou em 2004, quando o Fed come�ou a elevar as taxas de juros e focou nos tomadores de empr�stimos subprime, que subitamente tiveram de enfrentar pagamentos mais elevados.

De certa forma, o marco zero da crise financeira se localizou nos bairros da Fl�rida, representados no filme "A Grande Aposta", onde houve uma profus�o de despejos.

� medida que os investimentos ligados a essas hipotecas t�xicas se tornaram in�teis, os mercados investiram no esfor�o maci�o dos formuladores de pol�ticas globais para tentar evitar uma depress�o semelhante � que se seguiu ao crash da Bolsa de 1929.

- Multas, n�o pris�o -

Os principais passos inclu�ram a recapitaliza��o federal de US$ 700 bilh�es em empr�stimos atrav�s do "Programa de Al�vio de Ativos Problem�ticos" ("Trouble Asset Relief Program"), parte da resposta dos Estados Unidos que evitou uma crise pior, mas que virou alvo de deboches como se fosse um passe livre para os figur�es de Wall Street.

Os banqueiros responderam agressivamente, dando in�cio a um per�odo de taxas de juros baix�ssimas e est�mulos que ainda persistem em algumas economias importantes.

A crise tamb�m levou ao resgate dos t�tulos das gigantes automotivas americanas Chrysler e General Motors, que emergiram da fal�ncia em 2009.

Os legisladores americanos promulgaram a lei de reforma do banco Dodd-Frank, de 2010, que refor�ou a supervis�o das grandes institui��es banc�rias e criou uma nova ag�ncia para representar os interesses dos consumidores.

Como resultado, "o setor banc�rio � o setor mais regulado hoje depois dos servi�os p�blicos", disse Steve Eisman, gerente de portf�lio da Neuberger Berman.

Algo que n�o aconteceu: condena��es criminais de banqueiros que foram os arquitetos da crise do subprime.

Grandes bancos pagaram bilh�es de d�lares para acertar as despesas que os investidores tiveram pelos t�tulos ligados a empr�stimos subprime. Mas nenhum grande CEO do setor banc�rio foi preso, algo que ainda irrita muita gente.

"Esta � uma ind�stria muito poderosa, e eles v�o fazer de tudo para garantir que n�o sejam responsabilizados de qualquer forma", explicou Maurice Weeks, vice-diretor do Action Center on Race e do Instituto de Economia.


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