O presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciou em discurso nesta segunda-feira algumas medidas em sua estrat�gia para controlar as contas p�blicas, que devem ser detalhadas posteriormente. Insistindo na necessidade de um sacrif�cio dos argentinos para enfrentar a crise local dos �ltimos meses, Macri disse que o n�mero de minist�rios deve ser reduzido a "menos da metade" e tamb�m que haver� um imposto sobre as exporta��es. Mesmo dizendo que concorda que esse imposto n�o � o ideal, ele argumentou que "nesta emerg�ncia" ele � necess�rio, no �mbito do ajuste. Ele ainda confirmou que o acordo com o Fundo Monet�rio Internacional (FMI) ser� revisto.
Em sua fala, Macri admitiu em v�rios momentos o impacto que o quadro atual representa para a popula��o argentina, reconhecendo que haver� aumento na pobreza com a desvaloriza��o do c�mbio nos �ltimos meses. Para enfrentar isso, disse que ser�o ampliados alguns programas sociais, como um pagamento a fam�lias pobres e tamb�m programas alimentares.
"Recebemos um golpe duro nos �ltimos meses", afirmou Macri, referindo-se � mudan�a do humor nos mercados internacionais, que passaram a retirar recursos de mercados emergentes e privilegiar pa�ses mais seguros, como os Estados Unidos, onde est� em andamento um aperto monet�rio gradual. Ele citou problemas recentes na Turquia e "sobretudo no Brasil" como fatores que influem em seu pa�s, sem dar detalhes. Segundo o presidente argentino, por causa desse contexto a estrat�gia de ajuste gradual orquestrada por ele at� ent�o n�o se mostra mais fact�vel. "A realidade mostrou que precisamos ir mais r�pido no ajuste."
O presidente comentou que problemas internos argentinos tamb�m influenciam no quadro, sobretudo o desequil�brio entre os gastos e a receita. "N�o podemos gastar mais do que arrecadamos e muito menos conviver com a corrup��o", disse, referindo-se tamb�m ao atual esc�ndalo de corrup��o que afeta v�rias lideran�as oposicionistas locais e que segundo o presidente prejudica a confian�a. "Temos de fazer todo o esfor�o para ajustar as contas p�blicas."
Macri defendeu sua estrat�gia de fechar um acordo com o FMI, alvo de cr�ticas de opositores. Segundo ele, o apoio do Fundo foi "in�dito", pelo montante e pela rapidez com que foi fechado. Agora, com o estresse recente sobre o c�mbio no pa�s, o FMI j� concordou em rever os termos e fechar um novo plano. "Os detalhes t�cnicos do novo acordo estar�o prontos em alguns dias", disse o presidente. "O novo acordo com o FMI acabar� com as d�vidas sobre nosso financiamento em 2019."
O FMI fechou em junho um pacote de US$ 50 bilh�es para a Argentina, o que deveria dar mais seguran�a sobre a trajet�ria do pa�s. As d�vidas sobre a quest�o fiscal, por�m, continuaram, o que fez o peso argentino continuar a ficar sob press�o, tamb�m por causa de fatores internacionais. Nesse quadro, o governo de Buenos Aires j� havia dito na semana passada que revisar� o acordo com o FMI. Nesta semana, autoridades do governo argentino v�o a Washington para tratar do assunto: o ministro Dujovne viaja hoje com esse prop�sito.
"Com essas medidas come�amos a superar a crise", disse Macri, ressaltando que pretende fazer um ajuste estrutural, para acabar com o hist�rico de crises de tempos em tempos no pa�s. Ele afirmou que h� di�logo com nomes na oposi��o, para elaborar a estrat�gia de ajuste. "O Estado gasta muito mais do que tem", insistiu durante seu pronunciamento. "Houve muitas crises, mas agora temos um governo que enfrenta a realidade sem escond�-la, honestamente", argumentou. "N�o temos medo de pagar os custos para fazer frente a essa realidade e mud�-la", discursou. "Essa n�o � uma crise a mais, tem de ser a �ltima", disse ainda.
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INTERNACIONAL
Macri diz que cortar� minist�rios e haver� imposto sobre exporta��es para ajuste
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