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Estado de Minas

A hora de pensar nos ajustes ap�s destrui��o do Museu Nacional


postado em 04/09/2018 16:00

"Cortes na verba da educa��o = fogo", dizia o cartaz de um manifestante em frente ao Museu Nacional do Rio de Janeiro devastado por um inc�ndio no domingo, uma "trag�dia anunciada" que representa bem a dram�tica falta de investimento no Brasil em setores como ci�ncia, pesquisa e educa��o.

Enquanto as chamas reduziam a cinzas os 200 anos de Hist�ria no majestoso pal�cio imperial, muitas vozes se elevaram nesta ter�a-feira, faltando cinco semanas para a elei��o presidencial, criticando os cortes e ajustes impostos pelo governo do presidente Michel Temer.

Outros lamentavam que esta trag�dia tenha ocorrido em uma cidade onde bilh�es foram investidos para a organiza��o da Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Ol�mpicos de 2016.

Por exemplo, o site Uol recordou que apenas o custo de reforma do est�dio Maracan� teria sido suficiente para pagar a manuten��o do museu por 2.400 anos.

- Prioridade � d�vida -

No final de 2016, enquanto o pa�s estava mergulhado em uma recess�o hist�rica, o presidente Temer aprovou o congelamento dos gastos p�blicos, com cortes pesados nos or�amentos de v�rios minist�rios.

As �reas de pesquisa, educa��o e cultura est�o entre as mais afetadas.

Quase metade (44%) do or�amento do ano passado destinado a ci�ncia e tecnologia foi congelado. Em alguns laborat�rios de pesquisa, os pesquisadores s�o for�ados a comprar material com dinheiro pr�prio para continuar seu trabalho.

"Essa � a consequ�ncia das pol�ticas neoliberais do governo, que privilegia o pagamento da d�vida", explica � AFP o economista Felipe Queiroz.

"A situa��o � catastr�fica. Estamos perdendo nosso passado e sacrificando nosso futuro", acrescenta.

� assim que o Museu Nacional, considerado o maior museu de hist�ria natural da Am�rica Latina, com mais de 20 milh�es de pe�as de valor, viu seus subs�dios serem reduzidos a uma gota.

Segundo a ONG Contas Abertas, o museu, gerido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), viu o seu financiamento passar de 979.000 reais em 2013 para 643.000 em 2017.

Em 2018, apenas 98.115 reais foram pagos at� 31 de agosto.

"O valor � �nfimo e pode ser comparado a um �nico contrato deste ano da C�mara dos Deputados para lavar 83 ve�culos (R$ 563,3 mil), ou �s despesas do Senado para trocar o carpete azul royal (R$ 549,7 mil), em 2015", explicou � AFP Gil Castello Branco, diretor da ONG Contas Abertas.

- Bicenten�rio amargo -

Esses cortes dr�sticos for�aram a administra��o do museu a fechar muitas salas ao p�blico e a colocar os problemas de manuten��o do Museu em segundo plano.

Os detectores de fuma�a n�o funcionaram e o pr�dio - cujas instala��es estavam em estado prec�rio, incluindo muitos fios el�tricos expostos e danificados - n�o tinha seguro contra inc�ndios.

Problemas que a imprensa local e a administra��o do museu v�m apontando h� v�rios anos.

Em junho, por ocasi�o do bicenten�rio do museu, a UFRJ obteve R$ 21,7 milh�es do banco p�blico BNDES para restaurar o pal�cio imperial, mas esse valor ainda n�o foi pago.

Os cortes or�ament�rios em pesquisa e educa��o tamb�m t�m outra consequ�ncia dram�tica para o Brasil: a fuga de c�rebros.

Marcelo Viana, diretor do Instituto de Matem�tica Pura e Aplicada (Impa), que em julho passado organizou o congresso internacional em que as medalhas Fields s�o entregues, no Rio, fala de uma "gera��o perdida".

"Em alguns pa�ses, � em tempos de crise que o or�amento em pesquisa aumenta para criar novas fontes de prosperidade para a economia. Aqui, no Brasil, o governo preferiu a austeridade, n�o tem sentido", conclui o matem�tico.


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