O ex-presidente da Fran�a Nicolas Sarkozy, que comandou o pa�s entre 2007 e 2012, ser� levado a julgamento por fraude em suas contas eleitorais durante sua campanha fracassada � reelei��o. A decis�o foi tomada nesta quinta-feira, 25, pelo Tribunal de Apela��es, que considerou o ex-l�der do partido Republicanos (direita) culpado de "financiamento ilegal" de campanha no caso conhecido como Bygmalion, em 2012.
A investiga��o foi aberta pelo Minist�rio P�blico em 2014, por den�ncias de que uma das empresas que haviam prestado servi�o � campanha de Sarkozy, a produtora de v�deo Bygmalion, haviam viabilizado fraudes, abuso de bens sociais e abuso de confian�a ligados � contabilidade da Uni�o por um Movimento Popular (UMP), antigo nome do partido Republicanos. Depois de mais de quatro anos de investiga��es, a corte decidiu seguir o parecer do juiz de instru��o do caso, Serge Tournaire, que recomendou em 2017 que o ex-presidente fosse enviado a julgamento.
De acordo com a investiga��o comandada por Tournaire, diretores da empresa Bygmalion contribu�ram para a cria��o de um sistema para maquiar contas de campanha, subestimando o valor de servi�os prestados gra�as � emiss�o de faturas com valor inferior ao recebido. O esquema teria sido montado para que Sarkozy e a UMP, que na �poca enfrentavam dificuldades para superar o ent�o candidato do Partido Socialista (PS), Fran�ois Hollande - posteriormente eleito -, pudesse ultrapassar o teto de gastos estabelecido pela legisla��o eleitoral.
A campanha eleitoral de Sarkozy n�o poderia ter ultrapassado o total de � 22,5 milh�es, mas as investiga��es da Justi�a indicam que a UMP quase que dobrou esse valor, gastando cerca de � 20 milh�es al�m do permitido. "Mais do que ningu�m, Sarkozy deveria conhecer, respeitar e fazer aplicar por suas equipes as disposi��es legais", pregou o juiz de instru��o em seu parecer.
"A autoridade de Nicolas Sarkozy, sua experi�ncia pol�tica e o que sua nova candidatura representava para ele tornam pouco cred�vel a hip�tese de um candidato desconectado de sua campanha, deixando suas equipes ou seu partido e seus dirigentes agirem fora seu conhecimento, decidindo tudo em seu lugar", completou o juiz.
Sarkozy ainda pode recorrer ao Tribunal de Cassa��o, mas ao que tudo indica ter� de enfrentar o j�ri do Tribunal Correcional, onde corre o risco de receber uma condena��o definitiva. Uma das fragilidades do processo � que os promotores e o juiz de instru��o conseguiram reunir as provas das fraudes, mas n�o a garantia de que o ex-presidente ordenou a tomada de decis�o do partido.
Outros 13 dirigentes do partido e da empresa ser�o julgados pelo caso, entre os quais o diretor de campanha de Sarkozy, J�r�me Lavrilleux, e Bastien Millot, ex-diretor da Bygmalion. Um dos testemunhos mais importantes do caso � o de Lavrilleux, que reconheceu � Justi�a ter participado do esquema de fraudes.
O ex-presidente da Fran�a � ou j� foi personagem central em nada menos de 10 casos investigados pela Justi�a, dos quais sete em curso. Em mar�o, ele chegou a ser detido para interrogat�rios no mais rumoroso deles, o esc�ndalo de financiamento clandestino de sua campanha de 2017, quando seu partido teria recebido doa��es ilegais do ex-ditador l�bio Muamar Kadafi.
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