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Estado de Minas

Bolsonaro � eleito com a promessa de comandar o Brasil com m�o de ferro


postado em 28/10/2018 19:41

Jair Bolsonaro foi, durante quase tr�s d�cadas, um deputado sem grande destaque, mas neste domingo, este capit�o do Ex�rcito na reserva foi eleito presidente, gra�as � sua proposta de comandar com m�o de ferro um pa�s mergulhado no descontentamento, apesar de seu discurso mis�gino, homof�bico e racista.

O candidato da extrema-direita, de 63 anos, que ficou � beira da morte em setembro ao ser esfaqueado durante um com�cio em Juiz de Fora (MG), venceu com 55,6% dos votos contra 44,3% para seu advers�rio, Fernando Haddad.

No primeiro turno, em 7 de outubro, o militar da reserva esteve prestes a vencer as elei��es, com 46% dos votos, al�m de seu partido aumentar expressivamente sua presen�a no Legislativo, formando a segunda maior bancada na C�mara dos Deputados.

Nos �ltimos dias da campanha, Bolsonaro n�o abandonou seu discurso provocador e h� apenas uma semana deu os p�sames � imprensa vendida, agradeceu a seus seguidores por estarem salvando a p�tria e disse que o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, preso desde abril, vai apodrecer na pris�o.

Em contraste, tamb�m abriu a porta para recuar em propostas pol�micas, como a fus�o de v�rios minist�rios, como da Agricultura e do Meio Ambiente.

Frequentemente comparado a Donald Trump, de quem se diz admirador, este defensor da fam�lia tradicional, de Deus e do porte de armas, impulsionou sua campanha atrav�s das redes sociais, com um discurso antissistema em um pa�s em profunda crise pol�tica, econ�mica e de seguran�a.

Nost�lgico do regime militar (1964-1985), Bolsonaro chegou a afirmar h� dois anos que "o erro da ditadura foi torturar e n�o matar", embora agora, �s portas do poder, tenha abrandado o tom e assegurado que pretende governar com autoridade, mas sem autoritarismo.

- Sobrevivente -

Bolsonaro tornou-se mais conhecido por sua ret�rica inflamada do que pelos 27 anos como deputado, nos quais ele conseguiu ter apenas dois projetos aprovados.

No come�o de setembro, quase morreu quando Ad�lio Bispo de Oliveira o esfaqueou no abd�men. Ap�s o atentado, passou tr�s semanas no hospital e deixou de de fazer campanha nas ruas, mas permaneceu ativo nas redes sociais e aumentou substancialmente sua vantagem nas pesquisas sobre seu principal advers�rio, Fernando Haddad, do PT.

Fortalecido ap�s o desempenho arrasador no primeiro turno, manteve a estrat�gia de volta � sua casa na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, e se recusou a comparecer a todos os debates na TV com seu advers�rio, redobrando a ofensiva na Internet, onde tem milh�es de seguidores.

"Bolsonaro tem uma carreira impressionante, deixou de ser um pol�tico do 'baixo clero' para conseguir essa ascens�o", avalia Michael Mohallem, professor da FGV Direito Rio.

Nascido em 1955 em Campinas, a cerca de 100 km de S�o Paulo, em uma fam�lia de origem italiana, este ex-paraquedista forjou sua carreira principalmente no Rio de Janeiro, onde foi eleito vereador em 1988 e que lhe deu o primeiro mandato como deputado federal dois anos depois.

Cat�lico, ele tem cinco filhos de dois casamentos: quatro rapazes - tr�s dos quais fazem parte de seu c�rculo mais pr�ximo - e uma menina, que ele disse em uma ocasi�o ter sido fruto de "uma fraquejada" sua.

- Machismo e homofobia -

Aquela n�o foi sua primeira declara��o machista. Em 2003, Bolsonaro disse � deputada Maria do Ros�rio (PT-RS), que o acusou de encorajar estupros, que "ela n�o merecia ser estuprada". Mais tarde, explicou ao jornal Zero Hora: "Ela n�o merecia ser estuprada porque � muito ruim, muito feia".

Em fun��o de declara��es como esta, centenas de milhares de mulheres se manifestaram em 29 de setembro em v�rias cidades brasileiras, sob o lema "Ele n�o", que tamb�m viralizou nas redes sociais.

Centenas de milhares de mulheres foram �s ruas de v�rias cidades do pa�s em 29 de setembro, sob o lema "Ele n�o!", mas a mobiliza��o foi insuficiente para frear sua ascens�o.

Tamb�m repercutiram suas declara��es homof�bicas. Em uma entrevista � revista Playboy em 2011, disse que preferia que seus filhos "morressem em um acidente" a serem homossexuais.

�s v�speras do segundo turno, com o Pal�cio do Planalto mais pr�ximo, Bolsonaro tentou abrandar sua imagem, mostrando um perfil mais am�vel, como na propaganda eleitoral em que se emociona ao confessar que reverteu a vasectomia para ter Laura, sua filha ca�ula.

Seus partid�rios mais fervorosos o chamam simplesmente de 'Mito' e o veem como um salvador da p�tria.

Em um pa�s saturado por esc�ndalos de corrup��o e altas taxas de viol�ncia e desemprego, seu discurso "antissistema" encontra apoio nas mais diversas camadas sociais e sua candidatura pelo pequeno PSL, ao qual se filiou este ano, o ajudou a escolar sua imagem dos grandes esc�ndalos que afetam muitos de seus partes no Congresso.

Ele tamb�m superou as retic�ncias dos mercados, anunciando que, em caso de vit�ria, nomear� como ministro da Fazenda o economista Paulo Guedes - a quem chama 'Posto Ipiranga' - um defensor das privatiza��es e de medidas de austeridade para sanear as contas p�blicas.

E por �ltimo, conquistou a poderosa bancada do agroneg�cio no Congresso e os l�deres das igrejas evang�licas, que o veem como a melhor alternativa para evitar a volta da esquerda.


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