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Estado de Minas

� urgente um grande "acordo pela natureza", afirma diretor do WWF


postado em 30/10/2018 11:53

A a��o deve mudar de escala e o mundo precisa chegar a um acordo para salvar a natureza, afirmou � AFP Marco Lambertini, diretor-geral do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), cujo �ltimo relat�rio aponta uma queda de 60% dos vertebrados salvagens em 40 anos.

P: Cada nova edi��o do relat�rio Planeta Vivo mostra uma redu��o da fauna selvagem no mundo. Como resumir a situa��o atual?

R: "A situa��o � verdadeiramente ruim, dizemos isso h� um tempo, mas n�o deixa de piorar. Se colocou muita aten��o no clima. Mas esquecemos outros 'sistemas' (florestas, oceanos, etc.), interconectados com o clima e muito importantes para a conserva��o da vida na Terra.

O ser humano evoluiu durante 2 milh�es de anos em uma natureza abundante, rica... Entretanto, come�amos a alterar a biosfera at� o ponto de levar alguns sistemas � beira do colapso.

A �nica boa not�cia � que sabemos exatamente o que est� acontecendo. Esperamos que isso ajude a fornecer a resposta adequada. Para o clima, precisamos ver como se intensificavam os acontecimentos extremos antes de assinar o Acordo de Paris.

A natureza � um pouco menos clara na rela��o causa-efeito: n�o sentiremos o desmatamento nem a extin��o de esp�cies na pele, como sentimos o calor ou o vento".

P: Como explicar esta degrada��o e seu ritmo in�dito? O relat�rio fala de um "consumo humano louco".

R: "� isso que os cientistas chamam de 'a grande acelera��o', que se produziu nos �ltimos 50 anos. O crescimento e o consumo exponenciais de tudo: energia, �gua, madeira, peixes, alimentos, fertilizantes, pesticidas, minerais... tudo. � evidente que n�o � sustent�vel. Alguns 'sistemas' absorvem esses impactos h� d�cadas, mas estamos chegando a patamares cr�ticos.

O consumo de energia - e a maneira como a produzimos - � um elemento importante. O consumo de alimentos � o outro grande fator: 40% dos solos foram convertidos para fins de produ��o aliment�cia, 70% dos recursos de �gua servem para isso, mais de 30% dos gases com efeito estufa surgem da�. A soja, o �leo de palma e o gado bovino causam 80% do desmatamento do planeta na atualidade".

P: O que fazer? Frente '� grande acelera��o', os esfor�os de conserva��o - �reas protegidas, cotas, etc - parecem irris�rios.

R: "Esses esfor�os deram seus frutos, tanto no n�vel de esp�cies como de lugares. Mas o enfoque deve mudar. Pois nos encontramos frente a uma acelera��o dos impactos sem precedentes. O relat�rio dos especialistas da ONU sobre o clima diz que � preciso chegar a uma neutralidade de carbono em 2050 [e n�o emitir mais gases com efeito estufa do que podemos absorver]. Isso significa parar o desmatamento, acabar com a perda de biodiversidade.

O que nos leva ao 'acordo pela natureza'. Como em Paris pelo clima, devemos mostrar os riscos para n�s, humanos, em perder a natureza. Nos pr�ximos doze meses, ONGs, pesquisadores... teremos que definir uma meta clara e direta, equivalente ao objetivo de 1,5�C/2�C do clima. Sem isso, n�o receberemos aten��o suficiente.

Falta uma revolu��o cultural que valorize verdadeiramente a natureza, que lhe d�, no sentido pr�prio, um valor. E isso � o mais dif�cil. As pessoas t�m plantas em seu apartamento, mimam seus cachorros, suprindo seu desejo de natureza de forma artificial e esquecendo-se o que ocorre com a verdadeira natureza, ali fora.

Essa desconex�o � perigosa, precisamos nos reconectar com a natureza. A humanidade enfraquece ecossistemas que nos fazem viver gratuitamente desde a nossa apari��o na Terra, e esses ecossistemas est�o diminuindo".


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