(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Desigualdades aumentam fome e obesidade na Am�rica Latina


postado em 07/11/2018 18:59

Longe de diminuir, a fome e a obesidade est�o aumentando na Am�rica Latina, em particular na Venezuela, Argentina e Bol�via. Em 2017 havia 39,3 milh�es de pessoas subalimentadas e 3,6 milh�es se incorporaram � epidemia de obesidade, alertaram nesta quarta-feira (7) as Na��es Unidas.

"Pelo terceiro ano consecutivo temos que dar m�s not�cias: aumentaram as cifras da fome na Am�rica Latina e Caribe", chegando a 39,3 milh�es na Am�rica Latina, disse o diretor regional da FAO, Julio Berdegu�, na apresenta��o do Panorama da Seguran�a Alimentar e Nutricional 2018, elaborado por quatro ag�ncias da ONU.

Um total de 7,9% da popula��o da regi�o e do Caribe se encontra em situa��o de inseguran�a alimentar grave, o que significa 47,1 milh�es de pessoas - das quais 29 milh�es est�o na Am�rica do Sul -, quase cinco milh�es a mais que no tri�nio anterior, alerta o relat�rio.

Enquanto isso, a "epidemia" de obesidade continua incontrol�vel: 104,7 milh�es de adultos na regi�o s�o obesos, quase um quarto da popula��o.

"N�o h� raz�es t�cnicas, nem materiais" para este aumento da fome e desnutri��o, lembrou Berdegu�.

Os mais pobres s�o as principais v�timas tanto da desnutri��o como da obesidade, em particular as mulheres, os ind�genas, os afrodescendentes e as popula��es rurais.

Em dez pa�ses, 20% das crian�as mais pobres sofrem tr�s vezes mais com a desnutri��o cr�nica que as 20% mais ricas. "Estamos condenado-os a um futuro tremendamente dif�cil", afirmou Berdegu�.

Na Bol�via, por exemplo, 25% das crian�as qu�chua e 23% das aimar� sofrem de subalimenta��o cr�nica.

- Venezuela lidera -

Com 600.000 pessoas a mais de 2014 a 2015, Venezuela lidera o crescimento no n�mero de pessoas subalimentadas, com 3,7 milh�es (11,7% da popula��o), seguida por Argentina e Bol�via, onde o aumento foi de 0,1% em ambos os pa�ses.

S� Haiti, M�xico, Col�mbia e Rep�blica Dominicana reduziram a fome desde 2014.

Outros onze pa�ses seguem sem mudan�as, entre eles Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras e Peru. S� Brasil, Cuba e Uruguai t�m porcentagens de fome inferiores a 2,5% de sua popula��o.

Elaborado pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Alimenta��o e a Agricultura (FAO), pela Organiza��o Pan-Americana da Sa�de (Opas), pelo Fundo das Na��es Unidas para a Inf�ncia (Unicef), e pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA), o informe aponta as mudan�as sofridas pelos sistemas alimentares da regi�o.

- Alimenta��o saud�vel, um privil�gio -

Em uma regi�o que � a despensa agr�cola do mundo, muitas pessoas n�o tem acesso a frutas e verduras frescas, ou estas s�o caras, de modo que as pessoas com menos recursos optam com frequ�ncia por produtos com alto conte�do de gorduras, a��car e sal, que s�o mais baratos.

Por exemplo, 27% da popula��o do Chile n�o tem dinheiro para comprar uma cesta saud�vel, recordou o funcion�rio da FAO.

A consequ�ncia � que as mulheres chilenas lideram a lista da obesidade da Am�rica do Sul e os homens chilenos ocupam o segundo lugar, atr�s dos argentinos, na classifica��o por g�nero.

"A alimenta��o saud�vel continua sendo um privil�gio e deve ser um direito humano", alertou no Panam� a diretora regional da Unicef, Mar�a Cristina Perceval.

- Ganha-se mais, mas come-se pior -

Reverter esse problema combina pol�ticas p�blicas, compromisso das empresas do setor alimentar e educa��o da popula��o, reconhecem os especialistas.

"Os governos t�m uma responsabilidade principal: erradicar a fome ou controlar uma epidemia como a da obesidade n�o � algo que se pode deixar s� para a sociedade civil ou para as empresas. A lideran�a tem que vir dos governos", assegurou Berdegu�.

E esta lideran�a passa por regular o conte�do de ingredientes nocivos na comida processada e empreender campanhas de educa��o nos centros de ensino para integrar a comida saud�vel nas dietas.

As empresas "t�m que assumir sua responsabilidade" pelos alimentos que colocam nas prateleiras dos supermercados, principais causadores da obesidade, lembra Berdegu�.

E todos coincidem em que a sociedade civil tem que p�r algo de sua parte: "As pessoas ganham mais mas comem pior, de modo que o problema passa por uma mudan�a de comportamento", concluiu o representante do PAM, Miguel Barreto, do Panam�.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)