O Executivo franc�s tentava, nesta quinta-feira (6), conter a ira dos "coletes amarelos", dizendo temer uma "enorme viol�ncia" durante a nova manifesta��o anunciada em Paris para o pr�ximo s�bado (8), enquanto o descontentamento se espalhava entre os estudantes.
Cerca de 200 escolas e algumas faculdades estavam bloqueadas, ou sofriam perturba��es nesta quinta na Fran�a, no quarto dia de um movimento de protesto de m�ltiplas reivindica��es dos "coletes amarelos".
Lixeiras e carros queimados, estruturas p�blicas urbanas depredadas, confrontos com a pol�cia: muitas manifesta��es de estudantes do ensino m�dio degeneraram em v�rias cidades da Fran�a, lembrando um pouco as imagens dos tumultos ocorridos no �ltimo s�bado em Paris.
Uma nova manifesta��o dos "coletes amarelos", anunciada para o pr�ximo s�bado, levanta temores de uma "enorme viol�ncia", declarou o pal�cio presidencial na quarta � noite, pouco depois de o governo desistir "pelo ano de 2019" dos aumentos de impostos sobre os combust�veis. Esta reivindica��o est� na origem do movimento dos "coletes amarelos".
Nesta quinta-feira, o primeiro-ministro �douard Philippe d� prosseguimento no Senado aos debates iniciados ontem para defender as medidas tomadas. Al�m do cancelamento do imposto sobre o carbono, trata-se de um congelamento dos pre�os do g�s e da eletricidade neste inverno e da ren�ncia de endurecer o controle t�cnico automotivo antes do ver�o.
Esses an�ncios foram considerados insuficientes pelos "coletes amarelos", com o chefe de Governo reconhecendo que a "raiva permanecia elusiva e incontrol�vel".
Na quarta, Edouard Philippe pareceu aceitar uma nova concess�o aos "coletes amarelos", julgando "necess�rio" um debate sobre a reforma do Imposto sobre a Renda (ISF), um imposto que atingia os mais ricos e cujos "coletes" reivindicam o restabelecimento.
Mas, no final do dia, o presidente Emmanuel Macron p�s fim ao debate, excluindo o retorno do imposto.
Um b�nus excepcional de fim de ano, pago pelas empresas para seus funcion�rios, tamb�m faz parte do plano, segundo o ministro das Finan�as, Bruno Le Maire.
- 'Extrema esquerda e extrema direita' -
A cacofonia do governo sobre o ISF, bem como a demora para uma resposta ao imposto sobre o combust�vel, parece confirmar o grande temor das autoridades frente ao risco de agravamento da crise.
Neste contexto, Macron pediu solenemente aos partidos pol�ticos, sindicatos e empregadores que "fa�am um apelo claro e expl�cito � calma".
"O que est� em jogo � a seguran�a dos franceses e das nossas institui��es", disse �douard Philippe aos deputados.
"Todos os atores do debate p�blico - pol�ticos, l�deres sindicais, editorialistas e cidad�os - ser�o respons�veis por suas declara��es nos pr�ximos dias", completou.
Em um raro gesto de uni�o, sete sindicatos responderam ao chamado, denunciando nesta quinta "todas as formas de viol�ncia".
"O di�logo e a escuta devem encontrar seu lugar no nosso pa�s", escreveram eles.
"� por isso que nossas organiza��es denunciam todas as formas de viol�ncia na express�o de reivindica��es", insistiram os sindicatos.
O Executivo teme, acima de tudo, uma nova explos�o de viol�ncia no final de semana e o cont�gio para outros setores.
Al�m das escolas, o FNSEA, maior sindicato agr�cola, anunciou uma mobiliza��o na pr�xima semana. Dois sindicatos de transporte rodovi�rio convocaram uma greve a partir de domingo por um per�odo indeterminado.
Em toda Fran�a, os chamados de novas mobiliza��es est�o aumentando, e o Minist�rio do Interior relata uma "mobiliza��o por parte da extrema direita e da extrema esquerda".