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Estado de Minas

Militares e o Congresso, poss�veis obst�culos para as privatiza��es de Bolsonaro


postado em 13/12/2018 09:18

O plano de privatiza��es da equipe econ�mica do presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, pode encontrar obst�culos no n�cleo militar que o acompanha - cauteloso com os setores estrat�gicos - e no Congresso.

Paulo Guedes, economista liberal formado na Universidade de Chicago, assumir� o Minist�rio da Fazenda no dia 1� de janeiro. Durante a campanha ele afirmou que as vendas poderiam render ao Estado at� um trilh�o de reais (260 bilh�es de d�lares). Mas n�o voltou a mencionar o valor.

"As possibilidades de privatizar s�o boas, com ativos que podem ser vendidos a pre�os favor�veis ao setor privado. O ponto aqui n�o � quanto se ganha com a venda, e sim o quanto se reduz do grande valor da d�vida p�blica", declarou � AFP o economista Alberto Ramos, do Goldman Sachs.

O endividamento do Brasil passou de 56,3% do PIB no fim de 2014 para 76,5% em outubro deste ano e, segundo as proje��es do Banco Mundial, sem reformas profundas poderia chegar a 140% em 2030.

O programa eleitoral de Bolsonaro manifestava a inten��o de cortar os d�ficits e de "reduzir a d�vida p�blica em 20% por meio de privatiza��es, concess�es" e da venda de propriedades p�blicas.

Bolsonaro, capit�o reformado do Ex�rcito, citou a prioridade de venda das empresas mais subsidiadas.

O futuro presidente de extrema-direita conta em sua equipe com v�rios militares, incluindo sete futuros ministros, que poderiam representar um contrapeso ao liberalismo sem complexos de Guedes.

"No governo de Bolsonaro voc� tem um grupo civil e um grupo militar. Dentro do n�cleo civil existe um desejo bastante privatizante: Paulo Guedes, Chigago Boys. E tem um n�cleo de militares que tendem a pensar essas quest�es com um pouco mais de cuidado, tentam dar um valor estrat�gico maior para alguns ativos da Uni�o", explica Andr� Perfeito, economista da corretora Spinelli.

O analista admite que, inclusive h� algum tempo, "o mercado estava arrepiado com a possibilidade de um militar assumir a Petrobras", considerada a joia da coroa, que tenta superar um esc�ndalo de corrup��o.

O presidente da empresa no pr�ximo governo ser� Roberto Castello Branco, outro "Chicago Boy".

O pr�prio Bolsonaro freou os ardores de seu futuro ministro, ao afirmar que a Petrobras pode ser privatizada "em parte", o que n�o atingir� o principal neg�cio da empresa, a explora��o de petr�leo.

- O que privatizar? -

O Banco do Brasil e a Caixa Econ�mica Federal tamb�m est�o fora do pacote de privatiza��es. Os bancos estatais cobrem setores como cr�dito imobili�rio, agr�cola, ou a popula��o de baixa renda.

Os especialistas recordam, no entanto, que Paulo Guedes buscar� por todos os meios estimular seu plano de saneamento das contas p�blicas para devolver ao Brasil, que tenta superar com dificuldades uma grave recess�o de dois anos, 2015 e 2016, o "grau de investimento" das ag�ncias de classifica��o de risco.

"Acredito que Guedes vai ter uma planilha com tudo o que precisa privatizar e vai negociar, uma por uma", afirma Perfeito.

Na lista j� foram mencionadas a �rea de seguros do Banco do Brasil, o Serpro e os Correios, que j� foram considerados estrat�gicos.

A privatiza��o da Eletrobras, maior empresa de gera��o e distribui��o de energia el�trica na Am�rica Latina, pode encontrar dificuldades por quest�es de seguran�a nacional.

"No n�cleo militar tem muita gente perto do Bolsonaro, come�ando pelo vice-presidente Hamilton Mour�o. A Eletrobras � uma discuss�o sens�vel porque � um tema estrat�gico. Vai acontecer um jogo que n�o sabemos quem vai ganhar", disse Perfeito.

O atual governo de Michel Temer j� privatizou cinco das seis distribuidoras da Eletrobras e, para alguns agentes do mercado, trata-se de dar continuidade a uma agenda iniciada em 2012, desde o governo de Dilma Rousseff.

"Podem come�ar com as empresas que n�o s�o rent�veis e que s�o altamente ineficientes e depois seguir para setores que demandam altos investimentos e recursos que o governo n�o tem", considera Ramos, do Goldman Sachs.

O atual ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, explicou na quarta-feira que "faltou ambiente" para privatizar a Eletrobras este ano. "A privatiza��o nunca � um tema f�cil, � sempre pol�mico, que traz diverg�ncias e que precisa ser debatido".

- Luta no Congresso -

Algumas medidas privatizadoras mais agressivas podem exigir a aprova��o do Congresso, muito fragmentado. O Partido Social Liberal (PSL), de Bolsonaro, tem a segunda maior bancada na C�mara dos Deputados, com 52 das 513 cadeiras.

A oposi��o de esquerda busca obstruir estes planos. Mas, mesmo entre os partidos ligados ao pr�ximo governo, h� resist�ncias, tanto por posi��es nacionalistas como por uma tradi��o de estabelecer alian�as com a atribui��o de cargos importantes em empresas estatais, destacam os analistas.

"O partido de Bolsonaro n�o est� t�o de acordo em privatizar e n�o tem um bom operador pol�tico", comenta Pedro Tuesta, economista para a Am�rica Latina da consultoria 4CAST em Washington.

"Os recentes esc�ndalos de corrup��o e as investiga��es judiciais em curso mostraram que as empresas estatais eram grandes locais de tr�fico de influ�ncia. No passado, o Congresso nunca apoiou uma profunda campanha de privatiza��o. Provavelmente ser� uma luta pol�tica dif�cil para reduzir o tamanho do atual setor p�blico inchado e ineficiente", conclui Ramos.


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