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Estado de Minas GERAL

Animais presos no barro de Brumadinho s�o sacrificados a tiros

Abate foi confirmado pela Defesa Civil: 'O que vamos fazer? Deixar o animal sofrendo?', perguntou o coronel Evandro Borges


postado em 29/01/2019 11:00 / atualizado em 29/01/2019 13:38

(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)

Os helic�pteros que cortavam o c�u de Brumadinho (MG) na tarde desta segunda-feira, 28, n�o estavam ocupados apenas em apoiar a retirada de corpos dos escombros e da lama, ou encontrar sobreviventes em meio � destrui��o. Ao menos uma das aeronaves tinha a miss�o de executar, com tiros, animais ilhados, presos na lama ou feridos.

Eram 14h37. Um helic�ptero da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) fazia voos rasantes em uma �rea devastada do C�rrego do Feij�o, numa regi�o isolada e mais pr�xima da barragem de rejeitos. Um agente armado com fuzil mirava, de dentro do helic�ptero, locais onde enxergava animais na lama. E disparava.

Do meio da mata, o jornal O Estado de S. Paulo acompanhou a movimenta��o da aeronave. Foram mais de 20 disparos, at� o que o helic�ptero partiu. O sacrif�cio dos animais ocorreu numa �rea pr�xima do local onde mais de 20 brigadistas tentavam abrir um �nibus coberto pela lama, com v�timas dentro. H� muitos bois ilhados ao longo de todo o trecho da cidade que foi varrido pelo barro. Outros est�o com parte do corpo presos na lama.

Sacrif�cio

A decis�o de executar os animais foi confirmada � reportagem pelo chefe da Defesa Civil de Minas, coronel Evandro Geraldo Borges. "O que vamos fazer? Deixar o animal sofrendo? Estamos sim, com equipe em campo executando esse trabalho, mas essa decis�o s� � tomada nos casos em que n�o h� outra op��o."

Outra parte da equipe, disse o coronel, est� empenhada em socorrer animais "em condi��es de serem retirados" da lama. Mas em muitas situa��es, declarou, s� resta o tiro de miseric�rdia. "N�o tem jeito. Tem animal preso, outro com perna quebrada. Temos de fazer escolhas, de retirar as pessoas, ir atr�s de sobreviventes. Tudo que est� sendo feito foi pensado. � isso."

Pr�ximo da equipe de brigadistas que tenta abrir o �nibus tomado pelo barro, um boi cansado, sobrevivente da trag�dia, foi batizado de Resistente pelos agentes. Um helic�ptero se aproxima da �rea onde Resistente est�. N�o veio execut�-lo, mas carregar o primeiro corpo de uma v�tima que os agentes conseguiram retirar do �nibus.

Durante as oito horas em que o Estado acompanhou a opera��o, Resistente chegou a receber um pouco de feno e �gua. Nesta ter�a-feira, 29, disseram os brigadistas, o boi dever� ser sedado, para que seja retirado dali. Com vida. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.

 

Testemunho

 

O rep�rter do Estado de Minas Mateus Parreiras viu o policial rodovi�rio federal disparando contra animais atolados. Ele relata o que testemunhou no trabalho de resgate dos atingidos pela lama: "Os animais que foram arrebatados pelo rompimento da Barragem de C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, recebem tratamentos diferentes. Os que est�o ilhados, por exemplo, t�m sido alimentados com cilagem e �gua por veterin�rios contratados pela Vale. Um desses bovinos n�o deixou ser sedado pelos profissionais que n�o tinham dardos. O plano era deixar o animal desacordado e o transportar i�ado num helic�ptero", diz Mateus. "Do outro lado do vale, os animais que eram encontrados atolados est�o sendo sacrificados. No domingo, mataram uma vaca. Ontem (28), um helic�ptero da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) com um atirador munido de fuzil disparou oito vezes contra cavalos e bois presos na lama", afirma o rep�rter.

 

PRF

 

A Pol�cia Rodovi�ria Federal informou que vai divulgar nota sobre o caso. Quando a nota for publicada, esta reportagem ser� atualizada.


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