Da Argentina aos EUA, o cotidiano de quem enfrenta o frio e o calor extremo

Janeiro termina com temperaturas recordes nos dois hemisf�rios do planeta. Se na Am�rica do Norte, uma gigantesca massa de ar polar que se desprendeu do �rtico levou temperaturas de at� - 40�C no meio-oeste dos Estados Unidos, no sul do continente, Buenos Aires enfrenta uma onda de calor com temperaturas de at� 37�C, com a sensa��o t�rmica de at� 45�C.

Outros pa�ses como o Reino Unido e a It�lia tamb�m sofrem com o frio. Na semana passada, a Austr�lia tamb�m enfrentou uma onda de calor.

Acostumados a um clima mais ameno, os portenhos definem a temperatura atual como insuport�vel. Garrafas de �gua gelada e at� guarda-chuvas para se proteger do sol tornaram-se companheiros insepar�veis dos argentinos neste m�s de extremos.

"Nunca fez tanto calor assim. Claro que o ver�o � quente, mas n�o tanto", diz Jorge Gallardo, enquanto busca ref�gio do sol num ponto de �nibus. "Para mim � culpa das mudan�as clim�ticas."

Al�m do calor, a umidade do ar, que na capital da argentina supera os 60%, incomoda bastante. "Se o clima fosse mais seco, seria mais suport�vel", avalia Gallardo.

Outros argentinos recorrem a sucos, frutas e at� panos molhados no pesco�o para fugir das altas temperaturas. Algumas frutas s�o oferecidas de maneira gratuita em barracas no centro da cidade. O mate, claro, tamb�m n�o falta. Mas num ver�o de quase 40� C, a bebida nacional argentina � tomada fria, como o terer� paraguaio. "Com um pouquinho de laranja e gelo fica fant�stico", diz Gallardo. "Mata a sede e hidrata. � b�rbaro."

A temperatura alta tamb�m provoca na argentina cortes de energia, em virtude do elevado consumo de luz com aparelhos de ar-condicionado e da infraestrutura sobrecarregada do sistema de energia el�trico. A prefeitura da cidade tamb�m enviou alertas para a sa�de na onda de calor, que envolvem poupar-se de exerc�cios f�sicos.

Onda de frio toma o meio-oeste dos EUA

J� nos Estados Unidos, a rotina de cuidados � a mesma, com a temperatura no outro extremo dos term�metros. A �gua gelada e os guarda-s�is d�o lugar aos agasalhos pesados, m�quinas de limpar neve e estoque de alimentos. Escolas fecharam e moradores foram orientados a n�o sair para a rua.

Nas grandes cidades, os moradores de rua s�o os que mais sofrem. "Estou com frio e com medo", diz Tony Neeley, que vive em Chicago, enquanto pedia dinheiro para tentar alugar um quarto de hotel para passar a noite.

Ele teme ir para um abrigo da prefeitura. "As pessoas n�o entendem. A gente tem medo dos abrigos por causa das pulgas e dos roubos", diz. "Mas tenho muito frio e essas s�o as �nicas roupas que temos". Desde a quarta-feira, 30, seis pessoas morreram em virtude da onda de frio nos Estados Unidos.

Em Estados agr�colas, como Iowa, fazendeiros chegaram a construir iglus para proteger galinhas do frio e compraram ra��es extras para porcos para esperar a onda de frio passar. Os animais est�o comendo mais para criar a gordura necess�ria para superar a onda de frio. COM AG�NCIAS INTERNACIONAIS