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Estado de Minas

Aumenta risco de doen�as ap�s trag�dia em Brumadinho


postado em 06/02/2019 07:49

A regi�o sudeste, onde a barragem I da Mina do C�rrego do Feij�o se rompeu em 25 de janeiro, pode registrar nos pr�ximos meses surtos de dengue, febre amarela e doen�as infecciosas, assim como doen�as mentais, alertaram especialistas nesta ter�a-feira (5).

Baseando-se nas primeiras evid�ncias e na experi�ncia de trag�dias anteriores, pesquisadores da Funda��o Oswaldo Cruz - vinculada ao Minist�rio da Sa�de - publicaram um estudo sobre os impactos na sa�de do rompimento da barragem, que deixou 134 mortos e 199 desaparecidos em Brumadinho, uma localidade de 39.000 habitantes em Minas Gerais.

O epidemiologista Diego Xavier, um dos coordenadores do informe, falou com a AFP sobre os efeitos a curto, m�dio e longo prazo da trag�dia.

P: Quais s�o as consequ�ncias para a sa�de da popula��o a curto prazo?

R: No primeiro momento, tem esse per�odo de resgate, contabiliza��o de �bitos, gravemente feridos. Tem esse impacto agudo. No segundo momento, especialmente em caso de rompimento de barragens, a gente tem relatos de contamina��o por metais pesados, contamina��o com �gua, de pessoas que estavam trabalhando na �rea. Diarreia, difteria, n�useas, v�mitos, que possivelmente est�o relacionados com o contato com a �gua contaminada.

P: Quais s�o as consequ�ncia a m�dio prazo?

R: No prazo de semanas e meses, a gente observou em outros desastres, um incremento em doen�as infecto-parasit�rias.

Se voc� tem servi�o de coleta de lixo interrompido, voc� passa a ter lixo acumulado, aumenta a presen�a de roedores e consequentemente aumenta a possibilidade de que a pessoa contraia leptospirose.

Supondo que o rio Paraopeba seja contaminado, as pessoas v�o buscar solu��es alternativas para armazenagem de �gua, e pode vir a haver um surto de dengue.

Esse tipo de impacto muda o que a gente chama de ecologia do vetor. Ele pode alterar locais de reprodu��o de mosquitos, de caramujos. Brumadinho � uma �rea end�mica para esquistossomose, que � uma doen�a do caramujo, e para a febre amarela [transmitida pelo mosquito Aedes aegypti].

Outra coisa que pode acontecer � que os servi�os de sa�de nessas situa��es de desastre s�o interrompidos.

A gente verificou que unidades f�sicas n�o foram atingidas, mas os recursos humanos provavelmente sim [pelo n�mero de mortos e familiares afetados]. Ent�o servi�os de rotina como acompanhamento de diab�ticos, hipertensos, pacientes renais podem ser interrompidos.

P: Que medidas devem ser tomadas de imediato?

R: Estamos em um processo de resgate ainda. Mas como temos conhecimento acumulado de outros desastres que a gente j� observou, a ideia � ir atr�s dessa popula��o que n�o foi vacinada para febre amarela e vacinar. Ir atr�s dessas pessoas que est�o em comunidades isoladas, quem s�o essas pessoas, se s�o hipertensos, diab�ticos, gr�vidas, pessoas que precisam de tratamentos de rotina que n�o podem ser interrompidos. A gente tem trabalhado junto com o Minist�rio da Sa�de, com a secretaria estadual de Sa�de, a Fiocruz de Minas, para tentar unir esfor�os para aplicar essas interven��es que s�o necess�rias.

P: Quais s�o as consequ�ncias a longo prazo?

No longo prazo a gente tem um problema muito s�rio que � o problema de sa�de mental. A pessoa sofre um trauma desse tamanho, precisa de um companhamento psicol�gico por um bom tempo para evitar problemas como depress�o, ansiedade e em �ltima an�lise tamb�m o suic�dio.

[Com o passar do tempo] a popula��o acaba sendo esquecida, a m�dia se desmobiliza, passa a como��o e tudo fica com o SUS. (...) Acredito que a gente precisa aprender com o que aconteceu agora e pensar estrat�gias que combinem esfor�os tanto p�blicos quanto privados. N�o � admiss�vel que o setor p�blico de sa�de fique com todo o �nus de uma trag�dia desse tamanho enquanto a empresa que causou essa trag�dia fique com todos os lucros e se isente completamente de qualquer cuidado que tem que dirimir para a popula��o.


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