O Brasil aceitou abrir no estado de Roraima um centro de armazenamento de ajuda humanit�ria para a Venezuela, informou nesta segunda-feira (11), em Bras�lia, Lester Toledo, coordenador de ajuda humanit�ria designado pelo opositor Juan Guaid�, reconhecido como presidente interino por cerca de 40 pa�ses.
"Podemos dizer oficialmente que ser� o segundo grande centro de armazenamento depois do de C�cuta [na Col�mbia] e que o Brasil se soma a esta coaliz�o" que pressiona pela sa�da do presidente Nicol�s Maduro, afirmou Toledo ap�s ser recebido pelo chanceler Ernesto Ara�jo.
Toledo disse que nos pr�ximos dias vai visitar Roraima, "para ver onde fica o centro de armazenamento", de modo que "a partir da pr�xima semana (...) comecem a chegar as primeiras toneladas de ajuda".
Em um comunicado, o Itamaraty se limitou a informar que durante o encontro com Toledo e Maria Teresa Belandria, designada "embaixadora" no Brasil do autoproclamado presidente interino Guaid�, se discutiram "poss�veis medidas" para enviar a ajuda humanit�ria, sem mencionar o centro de abastecimento em Roraima.
"No encontro (...) foram discutidas poss�veis medidas capazes de viabilizar o envio de alimentos e rem�dios para aliviar o sofrimento a que o povo venezuelano est� submetido sob o regime ileg�timo de Maduro", destacou a nota.
Por outro lado, Ara�jo tamb�m se reuniu nesta segunda-feira com o chefe do Comando Sul das For�as Armadas dos Estados Unidos, almirante Craig Faller, para discutir a ajuda humanit�ria a Venezuela, al�m de assuntos de coopera��o e defesa, informaram a Embaixada americana no Brasil e o Itamaraty.
"Foi tratado o di�logo pol�tico-militar entre Brasil e Estados Unidos, e a ajuda humanit�ria ao povo venezuelano", afirmou o Itamaraty.
Na semana passada, Faller visitou a cidade colombiana fronteiri�a de C�cuta, onde alimentos e medicamentos enviados pelos Estados Unidos permanecem desde quinta-feira em um centro de armazenamento perto da ponte fronteiri�a Tienditas, bloqueada pelo ex�rcito venezuelano com dois cont�ineres e uma caminh�o-tanque.
"H� dezenas de pa�ses da regi�o do Grupo Lima e da Europa que j� est�o � espera de trazer as primeiras toneladas de ajuda, suprimentos m�dicos, alimentos", afirmou.
Quando perguntado sobre como a ajuda humanit�ria poderia ser encaminhada do Brasil � Venezuela, Toledo disse que a equipe de Guaid� aposta no apoio dos militares e no apoio das "pessoas", sejam quais forem as ordens de Maduro.
"Os soldados [venezuelano] esperam apenas uma ordem. Eles sabem que esta ajuda humanit�ria � alimento para crian�as, rem�dios para os doentes", disse.
"Temos recebido muito bons sinais de dentro Venezuela, da Igreja, das ONGs. Para a distribui��o interna. Como vai entrar? Com as pessoas, com o acompanhamento do povo que quer mudan�as", declarou.
Maria Teresa Belandria, designada "embaixadora" no Brasil do autoproclamado presidente Guaid� afirmou, por sua vez, que o chanceler Ara�jo iria pessoalmente ao centro, uma vez instalado, "para mostrar n�o s� o apoio atrav�s do envio de toneladas [de ajuda], mas apoio pol�tico".
Brasil e Venezuela compartilham uma fronteira de cerca de 2.200 quil�metros. Nos �ltimos tr�s anos, mais de 150.000 venezuelanos entraram no Brasil fugindo da hiperinfla��o, da escassez e da viol�ncia. Somente o estado de Roraima recebeu 75.500 pedidos de regulariza��o desde 2015.