Os militares venezuelanos "ajudar�o" a entrada da ajuda humanit�ria proveniente do Brasil, Col�mbia e Caribe em 23 de fevereiro, afirmou nesta quarta-feira Lester Toledo, membro da equipe de Juan Guaid�, l�der opositor e presidente interino do pa�s caribenho reconhecido por 50 pa�ses, incluindo o Brasil.
"Os militares [venezuelanos] v�o nos ajudar, eles v�o receber a ajuda nas fronteiras e a resguardar�o para sua entrega. Eles sabem que t�m que se colocar do lado certo da hist�ria", disse � AFP Toledo, nomeado coordenador internacional para a ajuda humanit�ria por Guaid�, tamb�m l�der do Parlamento.
Toledo iniciou a semana se reunindo com o chanceler do Brasil, Ernesto Ara�jo, e Mar�a Teresa Belandria, nomeada por Guaid� representante diplom�tica em Bras�lia. Afirmou que, no encontro, o Brasil se comprometeu tanto com as doa��es para a ajuda humanit�ria como com a log�stica de armazenamento e transporte.
O carregamento deveria chegar em ve�culos brasileiros at� a fronteira terrestre entre ambos os pa�ses, no estado de Roraima, em 23 de fevereiro, disse Toledo, seguindo um cronograma anunciado por Guaid�.
Sua expectativa � que, uma vez ali, os militares venezuelanos permitam que o carregamento seja transferido a caminh�es com placa local e resguardem seu traslado ao interior do pa�s.
Mas a 10 dias do prazo, o Brasil, que considera ileg�timo o mandat�rio venezuelano, Nicol�s Maduro, ainda est� em fase de preparativos, segundo fontes oficiais consultadas pela AFP.
Um alto funcion�rio do Minist�rio da Sa�de brasileiro viajou nesta quarta-feira a Venezuela e deve se reunir na quinta com a equipe de Guaid� para coordenar o abastecimento de medicamentos, informou a assessoria de comunica��o do gabinete, sem dar mais informa��es.
O centro de provis�es funcionar� em Roraima, e sua defini��o estar� a cargo dos minist�rios da Defesa e da Sa�de, disse Toledo.
No entanto, os porta-vozes da Opera��o Acolhida - integrada por v�rios minist�rios e for�as armadas e encarregada da recep��o de migrantes na fronteira brasileira - disseram que ainda n�o receberam informa��es do Minist�rio da Defesa nem da Casa Civil sobre este ponto.
O Minist�rio das Rela��es Exteriores tamb�m disse n�o ter precis�es sobre como a ajuda ser� coordenada.
Uma fonte do governo brasileiro indicou que a defini��o da data foi exclusiva de Guaid�, para coincidir em todas as fronteiras, e que Bras�lia n�o foi consultada sobre sua disponibilidade para se ajustar ao prazo. A previs�o, no entanto, � "ter tudo pronto at� l�", indicou.
Toledo afirmou que no caso brasileiro as doa��es ser�o "100% nacionais" e que "n�o vir� nada de outro pa�s".
Nesta quarta-feira, Mar�a Teresa Belandria se reuniu com o ministro da Defesa do Brasil, Fernando Azevedo, cujo gabinete n�o ofereceu detalhes do encontro. Belandria rejeitou um pedido de entrevista da AFP.
Brasil e Venezuela compartilham 2.200 km de fronteira, e nos �ltimos tr�s anos, com o aumento da crise, se intensificou o fluxo migrat�rio proveniente da Venezuela, transformando o pa�s caribenho em um ponto constante na agenda de Bras�lia.
