A opera��o de entrada da ajuda humanit�ria � Venezuela, impulsionada pelo l�der opositor Juan Guaid�, encontrou neste s�bado (23) forte resist�ncia militar, no mais recente epis�dio da s�rie dram�tica de eventos que marca h� um m�s a crise pol�tica no pa�s petroleiro.
Guiad�, chefe do Parlamento de maioria opositora, se autoproclamou presidente interino da Venezuela h� exatamente um m�s e � reconhecido por meia centena de pa�ses.
Seguem os fatos mais relevantes desde ent�o:
- A autoproclama��o -
23 de janeiro: diante de uma multid�o de seguidores, Guaid� se autoproclamou presidente encarregado, depois que o Congresso declarou Maduro um "usurpador" por iniciar em 10 de janeiro um segundo mandato n�o reconhecido pela oposi��o e v�rios governos, que consideraram sua reelei��o "fraudulenta".
Maduro rompe rela��es diplom�ticas com os Estados Unidos, depois que o presidente Donald Trump reconheceu Guaid� imediatamente. A Washington seguem Brasil, Canad�, Col�mbia e outros pa�ses latino-americanos. R�ssia, China, Cuba, M�xico, Nicar�gua e Turquia apoiam Maduro.
O Tribunal Supremo de Justi�a (TSJ), de linha governista, ordena uma investiga��o penal contra o Legislativo por usurpar as fun��es de Maduro.
24 de janeiro: o Ex�rcito renova seu apoio a Maduro. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino L�pez, denuncia um "golpe de Estado" em marcha incentivado por Washington.
25 de janeiro: Maduro diz que est� disposto a encontrar Guaid�, que assegura que n�o se prestar� a um "falso di�logo".
- EUA intensificam a press�o -
26 de janeiro: no Conselho de Seguran�a da ONU, os Estados Unidos chama todos os pa�ses do mundo a apoiar Guaid�. R�ssia e China bloqueiam um projeto americano em apoio ao Parlamento opositor.
O adido militar da Venezuela em Washington, coronel Jos� Luis Silva, n�o reconhece Maduro como presidente leg�timo e pede que os militares apoiem Guaid�.
Os defensores do opositor distribuem o texto de uma lei de anistia para funcion�rios civis e militares que n�o reconhecerem Maduro, que pede ao Ex�rcito "m�xima uni�o" e "disciplina".
28 de janeiro: os Estados Unidos exorta os militares a aceitarem a sa�da pac�fica de Maduro, sanciona a petroleira estatal PDVSA e d� a Guaid� o controle dos ativos e contas venezuelanas neste pa�s.
29 de janeiro: a Corte Suprema venezuelana pro�be Guaid� de sair do pa�s e congela seus contas, ao ser investigado por "usurpar" as fun��es de Maduro. Washington adverte de qualquer "dano" ao l�der opositor.
31 de janeiro: o Parlamento Europeu reconhece Guaid�.
1� de fevereiro: os Estados Unidos reitera que "todas as op��es est�o sobre a mesa" para restaurar a "democracia" na Venezuela.
O Departamento do Tesouro anuncia que as entidades estrangeiras que comercializem com a PDVSA devem deixar de usar o sistema financeiro americano antes de 28 de abril.
- Ultimato europeu e ajuda humanit�ria -
2 de fevereiro: milhares de opositores e governistas tomam as ruas de Caracas. O general da avia��o Francisco Y��ez n�o reconhece Maduro, o militar de mais alta patente em faz�-lo.
4 de fevereiro: cerca de 20 pa�ses europeus, liderados por Espanha e Fran�a, reconhecem oficialmente Guaid� como "presidente encarregado", ap�s expirar um ultimato a Maduro para que convocasse elei��es presidenciais "livres".
5 de fevereiro: Militares venezuelanos bloqueiam a ponte fronteiri�a colombo-venezuelana Tienditas, com dois cont�ineres de carga e um caminh�o-cisterna.
6 de fevereiro: John Bolton, conselheiro de Seguran�a Nacional de Trump, anuncia que Washington eximiria de san��es os militares venezuelanos que reconhe�am a Guaid�.
7 de fevereiro: uma carga de rem�dios e alimentos enviado por Estados Unidos chega � cidade colombiana de C�cuta, na fronteira. Maduro acusa Washington de usar uma "crise humanit�ria inexistente" como "desculpa" para justificar uma eventual invas�o militar.
Um grupo de pa�ses europeus e latino-americanos, reunido em Montevid�u, convoca elei��es livres como sa�da pac�fica � crise, o que � recha�ado por Maduro.
8 de fevereiro: Maduro anuncia que n�o permitir� o "show" da "falsa" ajuda humanit�ria. Em entrevista � AFP, Guaid� advertiu que far� "o necess�rio" para "salvar vidas", sem descartar a interven��o de uma for�a estrangeira.
12 de fevereiro: Ante uma mar� de seguidores, Guaid� anuncia que em 23 de fevereiro entrar� a ajuda humanit�ria.
O chanceler russo, Serguei Lavrov, adverte por telefone ao seu contraparte americano, Mike Pompeo, contra o "uso da for�a" na Venezuela.
19 de fevereiro: Maduro fecha o tr�fego a�reo e mar�timo com Cura�ao, outro centro de armazenamento da ajuda.
21 de fevereiro: Maduro determina o fechamento total da fronteira terrestre com o Brasil, onde tamb�m foi armazenada ajuda.
22 de fevereiro: � celebrado em C�cuta, Col�mbia, um show milion�rio organizado pelo bilion�rio brit�nico Richard Branson. Guaid� aparece se surpresa no evento, acompanhado dos presidentes de Col�mbia (Iv�n Duque), Chile (Sebasti�n Pi�era) e Paraguai (Mario Abdo Ben�tez), desafiando uma determina��o judicial que o impedir de deixar a Venezuela.
Maduro ordena o fechamento da fronteira com a Col�mbia pelo estado de T�chira, bloqueando as quatro pontes lim�trofes.
23 de fevereiro: dois mortos e dezenas de feridos em fortes dist�rbios nas fronteiras da Venezuela com Brasil e Col�mbia, onde os militares venezuelanos bloquearam a entrada da carga de alimentos e medicamentos.
Maduro declara o rompimento de rela��es com a Col�mbia.