(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

'Green Book' eclipsa um Oscar com maior diversidade


postado em 25/02/2019 22:29

Mais diversidade, de fato, mas nem por isso com menos pol�mica: o Oscar de melhor filme para o muito criticado "Green Book" fez ranger os dentes de muitos f�s do cinema.

A vit�ria da obra dirigida por Peter Farrelly, uma hist�ria baseada em fatos reais sobre um pianista negro e homossexual que faz uma s�rie de shows pelo sul dos Estados Unidos na d�cada de 1960 em plena segrega��o racial com um motorista de origem italiana, ativou uma avalanche de cr�ticas por ser uma "explica��o branca" de temas raciais.

No teatro Dolby, onde foi realizada no domingo a cerim�nia de entrega do pr�mio, o diretor Spike Lee ficou revoltado quando foi anunciado o principal vencedor da noite.

O veterano diretor de "Infiltrado na Ku Klux Klan", que tamb�m concorria ao pr�mio de melhor filme deu as costas ao palco quando a equipe ganhadora foi receber a estatueta dourada, segundo v�rios jornalistas que estavam no local.

Ao ser perguntado sobre a vit�ria de "Green Book", o cineasta bebeu um gole de champanhe e em seguida pediu "a pr�xima pergunta", antes de insinuar que foi uma p�ssima escolha dos cerca de 8 mil integrantes da Academia Cinematogr�fica dos Estados Unidos.

- "Um bom ano em v�rias frentes" -

Pouco antes de "Green Book" aguar o champanhe de muitos amantes do cinema, a 91� cerim�nia desta premia��o mostrou sinais de avan�o em rela��o ao #OscarsSoWhite (Oscar Muito Branco).

Foi Oscar do mexicano Alfonso Cuar�n, que conquistou tr�s estatuetas (melhor dire��o, fotografia e melhor filme estrangeiro) com seu drama autobiogr�fico em preto e branco, que colocou entre as indicadas a melhor atriz Yalitza Aparicio, uma professora de origem ind�gena que nunca tinha atuado antes.

Os dois pr�mios de coadjuvantes foram para os atores negros Regina King e Mahershala Ali, que tamb�m � mu�ulmano. J� Rami Malek, filho de imigrantes eg�pcios, foi considerado o melhor ator por interpretar o vocalista do grupo Queen, Freddy Mercury, em "Bohemian Rhapsody".

Al�m disso, duas mulheres negras, Hannah Beachler e Ruth E. Carter, ganharam pela primeira vez nas categorias desenho de produ��o e figurino.

"Temos falado muito sobre diversidade. tivemos algum progresso, mas os latino-americanos nos Estados Unidos, os chicanos (americanos de origem mexicana), est�o verdadeiramente mal representados", disse Cuar�n � imprensa.

Darnell Hunt, professor encarregado do relat�rio sobre diversidade da universidade UCLA em Los Angeles, concorda com o diretor de "Roma".

"Se estende principalmente � comunidade afro-americana, n�o vemos o mesmo n�vel de inclus�o e reconhecimento para outros grupos poco representados como os latino-americanos", disse � AFP.

"Foi um bom ano em v�rias frentes", acrescentou. "Comparado com o que aconteceu h� quatro anos, vemos progresso".

- "Sinfonia de mentiras" -

"Green Book" narra a amizade real entre o c�lebre pianista Donald Shirley e seu motorista particular Tony "Lip" Vallelonga.

Hunt disse que ficou "perplexo" pelo fato de "o protagonista ser o chofer branco". "� uma esp�cie de trai��o com a hist�ria e o legado e realmente perdem a oportunidade de explorar isso com o personagem de Ali".

Foi a mesma cr�tica que fizeram com os membros da fam�lia Shirley, que classificaram o filme como uma "sinfonia de mentiras".

"Cerca de 85% dos membros da Academia s�o brancos, composta por 70% de homens com uma idade m�dia em torno dos 55 anos. Isto explica sem d�vida a vit�ria de 'Green Book' no Oscar", opinou no Twitter o comentarista de televis�o Wajahat Ali.

Premiado no evento pela primeira vez na carreira, na categoria roteiro adaptado, Spike Lee reconheceu que gra�as ao movimento "#OscarsSoWhite", a cerim�nia "ganhou em diversidade"

N�o venceram apenas King, Ali, Malek ou Cuar�n... Tamb�m foi a noite do primeiro Oscar para uma produ��o dos Est�dios Marvel, premiado com "Pantera Negra", um filme sobre um super-her�i negro.

"As novas regras de abertura e inclus�o da academia abriram o pr�mio a voc�s que n�o se viam nas telas. Ser� sumamente interessante observar nos anos seguintes anos como 'o cinema de Hollywood' responde a esta tend�ncia", disse � AFP a professora Annemarie Meier, uma cr�tica de cinema e professora universit�ria em Guadalajara (M�xico).

- N�o ao muro de Trump-

A guerra entre Hollywood e o governo do presidente Donald Trump mais uma vez se fez presente no Oscar.

"N�o h� fronteiras, n�o h� muros que possam frear a genialidade e o talento", disse em espanhol Javier Bardem, em refer�ncia ao muro que o presidente republicano insiste em construir na fronteira com o M�xico.

Em seu discurso de agradecimento, Spike Lee igualmente pediu aos presentes que se mobilizassem contra o atual governo na campanha para as elei��es presidenciais de 2020.

"Vamos nos mobilizar. Vamos nos posicionar do lado correto da hist�ria", clamou o diretor.

Atrav�s do Twitter, Trump respondeu: "Seria legal se Spike Lee pudesse ler suas anota��es, ou melhor ainda, n�o ter que us�-las em absoluto, quando faz seu ataque racista contra o presidente que fez mais pelos afro-americanos (Reforma da Justi�a Criminal, n�meros de desemprego mais baixos da hist�ria, cortes fiscais etc) do que quase todos os presidentes".


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)