A Boeing enfrentava uma forte turbul�ncia, nesta segunda-feira, ap�s o acidente com um 737 Max 8 pertencente � Ethiopian Airlines no domingo, que deixou 157 mortos e levou v�rios pa�ses, incluindo a China, a proibir a opera��o de um dos principais modelos da fabricante americana de avi�es.
Pouco depois da abertura da sess�o em Wall Street, as a��es da Boeing ca�am 7,90%, sendo negociadas a 389,16 d�lares, �s 14h13 GMT (11h13 de Bras�lia), carregando o Dow Jones, o principal �ndice da Bolsa de Nova York. Elas chegaram a cair mais de 10% antes mesmo da abertura do preg�o.
As duas caixas pretas da aeronave da Ethiopian Airlines - a que cont�m os dados t�cnicos do voo e a que registra as discuss�es no cockpit - foram encontradas nesta segunda no local do acidente, em um campo perto da aldeia de Tulu Fara, cerca de 60 km a sudeste de Adis Abeba.
"Partimos do princ�pio que vamos descobrir a causa do acidente nos dados da caixa preta", disse a Ethiopian Airlines.
O acidente no domingo do voo Adis Abeba-Nairobi representa um novo golpe para a Boeing, cujo mesmo modelo, uma vers�o modernizada do best-seller 737, caiu poucos minutos depois da decolagem em 29 de outubro ao largo da Indon�sia, matando 189 pessoas. Uma das caixas pretas do avi�o pertencente � companhia a�rea Lion Air registrou problemas com o veloc�metro.
Ap�s o acidente no domingo, a Ethiopian Airlines anunciou que havia suspenso a utiliza��o de seus outros quatro Boeing 737 Max 8.
Pequim pediu nesta segunda-feira �s companhias a�reas chinesas que tamb�m suspendam os voos com este modelo. Sua utiliza��o poder� ser retomada ap�s a confirma��o pelas autoridades americanas e da Boeing de "medidas tomadas para efetivamente garantir a seguran�a dos voos", informou o Bureau chin�s de Avia��o Civil.
At� � data, a Boeing entregou 76 modelos 737 Max a 8 companhias a�reas chinesas, com a China respondendo por um quinto das vendas globais desse modelo. A fabricante americana registrou um total de 5.011 pedidos em todo o mundo para esta aeronave, uma carteira equivalente a mais de sete anos de produ��o no ritmo atual.
A Indon�sia tamb�m decidiu imobilizar seus Boeing 737 Max 8, assim como a Coreia do Sul para os dois dispositivos da companhia local de baixo custo Eastar Jet, � espera dos resultados de uma inspe��o.
Muitas outras companhias a�reas, incluindo FlyDubai, Norwegian, Icelandair, Southwest, American Airlines e Air Canada, continuam pilotando seus 737 Max 8.
Neste contexto, a Boeing decidiu adiar a cerim�nia de apresenta��o oficial da nova vers�o do seu 777, o 777X de longa dist�ncia, prevista para quarta-feira.
- Cratera -
O voo ET 302, que decolou no domingo �s 08h38 (02H38 de Bras�lia) de Addis Ababa, desapareceu dos radares seis minutos depois. Segundo uma testemunha, Tegegn Dechasa, a parte traseira "do avi�o j� estava em chamas quando caiu no ch�o".
O Boeing, entregue em 2018 e alvo de manuten��o em 4 de fevereiro, pulverizou-se com o impacto. O choque provocou uma impressionante cratera no ch�o.
Os investigadores da Ag�ncia de Avia��o Civil da Eti�pia devem receber em breve uma equipe t�cnica da Boeing. A investiga��o ser� conduzida em conjunto com investigadores americanos.
Considerada s�ria, a Ethiopian Airlines � 100% de propriedade do Estado da Eti�pia e possui mais de 100 aeronaves, a maior frota da �frica.
Um dia de luto nacional foi decretado no pa�s, enquanto o Qu�nia lamentava duplamente. Com 32 cidad�os a bordo, � o pa�s mais afetado pela trag�dia, e Nairobi tamb�m � o hub regional das Na��es Unidas, duramente atingidas pelo desastre.
Na abertura da confer�ncia anual do Programa das Na��es Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em Nair�bi as bandeiras dos pa�ses membros foram retiradas, restando apenas a bandeira azul da organiza��o, hasteada a meio mastro.
V�rios delegados que participariam desta reuni�o estavam a bordo da aeronave. Um minuto de sil�ncio foi observado na abertura da confer�ncia, com algumas pessoas na plat�ia em l�grimas.
Entre as v�timas da ONU est�o seis funcion�rios do PNUMA, sete do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e v�rios do Alto Comissariado das Na��es Unidas para os Refugiados (ACNUR).
- 35 nacionalidades -
As v�timas do acidente eram de 35 nacionalidades diferentes, de acordo com dados provis�rios da companhia a�rea. Incluiu 32 quenianos, 18 canadenses, 9 et�opes, 8 italianos, 8 chineses, 8 americanos, 7 franceses, 7 brit�nicos, 6 eg�pcios, 5 alem�es e 4 indianos.
O governo franc�s informou a morte de nove cidad�os franceses.
Entre as v�timas est�o a esposa e dois filhos do deputado eslovaco Anton Hrnko, um arque�logo italiano, um professor universit�rio nigeriano-canadense e o ex-secret�rio-geral da Federa��o de Futebol do Qu�nia.
As mensagens de condol�ncias �s v�timas multiplicavam desde domingo, do primeiro-ministro da Eti�pia ao presidente queniano, da Uni�o Africana ao secret�rio-geral da ONU, passando pelo Francisco e pelo presidente franc�s Emmanuel Macron, que estar� em visita oficial a Eti�pia na ter�a e quarta-feira.