(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Morre a cineasta Agn�s Varda, figura pioneira e exc�ntrica do cinema franc�s


postado em 29/03/2019 10:25

A cineasta pioneira da Nouvelle Vague francesa, Agn�s Varda, inspiradora de gera��es de artistas, morreu na madrugada desta sexta-feira, aos 90 anos.

"A diretora e artista Agn�s Varda faleceu em casa esta noite em decorr�ncia de um c�ncer, cercada por sua fam�lia e entes queridos", anunciou a fam�lia em um comunicado.

Mulher de fortes convic��es, construiu uma obra original, muitas vezes pioneira, na fronteira entre o document�rio e a fic��o. Foi autora de "Cl�o das 5 � 7" (1962), "Os Renegados" (1985), "Os catadores e eu" (2000), "As praias de Agn�s" (2009) e "Visages, villages" (2017).

Premiada com um Le�o de Ouro em Veneza em 1985 por "Os Renegados" e com um C�sar de melhor document�rio em 2009 por "As praias de Agn�s", Agn�s Varda deixa uma obra on�rica, humanista, radical, mas tamb�m vision�ria e engra�ada.

Na Fran�a, acumulou premia��es: um C�sar honor�rio em 2001 e uma Palma honor�ria no Festival de Cannes de 2015. Tamb�m recebeu um Oscar honor�rio em 2017 pelo conjunto de sua carreira.

"� uma grande dama do cinema e uma enorme dama que est� nos deixando. Por 90 anos, ela acompanhou a hist�ria do cinema. Sempre estava muito � frente de todos. Foi a primeira para fazer filmes que influenciaram a Nouvelle Vague", reagiu � AFP o diretor Claude Lelouch.

Companheira do cineasta Jacques Demy de 1962 at� sua morte em 1990, feminista comprometida, Agn�s Varda, que liderou com a atriz Cate Blanchett uma marcha das mulheres pela igualdade no �ltimo Festival de Cannes, tamb�m era uma diretora engajada socialmente, muitas vezes concentrando o seu trabalho no destino dos exclu�dos.

Tamb�m fot�grafa e artista pl�stica, come�ou como diretora em 1954 com seu primeiro longa-metragem "La Pointe courte".

Seu �ltimo trabalho, o document�rio "Varda por Agn�s" foi apresentado em fevereiro no Festival de Berlim.

Neste filme introspectivo em duas partes em forma de li��o de cinema e balan�o de uma carreira de mais de sessenta anos, ela fala sobre suas inspira��es e seu trabalho, principalmente depois dos anos 2000.

A cineasta disse ent�o, durante uma longa e emocionante coletiva de imprensa em Berlim, que estava "desacelerando" e "se preparando para se despedir, para partir".

"Generosa, alegre, profundamente humana, Agn�s Varda iluminou nossas vidas atrav�s de seus filmes de uma inventividade louca", reagiu nesta sexta-feira o presidente do Centro Nacional do Cinema (CNC) Fr�d�rique Bredin, acrescentando que "trouxe atrav�s de suas obras, seus combates pela condi��o das mulheres".

"Varda partiu, mas Agnes sempre estar� presente. Inteligente, alegre, doce, espirituosa, engra�ada, surpreendente como a sua obra. Seus filmes s�o nosso tesouro", escreveu no Twitter o ex-presidente do Festival de Cinema de Cannes, Gilles Jacob.

Agn�s Varda deveria inaugurar nesta sexta-feira � noite uma exposi��o no castelo de Chaumont-sur-Loire (centro-oeste), onde s�o apresentados tr�s de seus trabalhos. "Acho �timo que a arte seja integrada � natureza, � uma grande alegria estar aqui", disse ela no �ltimo s�bado ao jornalista da AFP Christian Panvert, que a entrevistou.

"Ela fechava os olhos, tinha grande dificuldade em recuperar o f�lego, e segurava a minha m�o", testemunhou o rep�rter nesta sexta. "Ela mostrou uma concentra��o infinita, impressionante, para dar a palavra certa, como se esta exposi��o fosse uma forma de despedida."


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)