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Estado de Minas

Doa��es milion�rias para a Notre-Dame criam pol�mica na Fran�a dos 'coletes amarelos'


postado em 17/04/2019 18:31

Em meio � vertiginosa aflu�ncia de doa��es para a reconstru��o da catedral de Notre-Dame, devastada por um inc�ndio, surgiram algumas vozes que denunciam uma generosidade seletiva numa Fran�a agitada h� meses pela crise dos "jalecos amarelos".

"Se s�o capazes de dar dezenas de milh�es para reconstruir Notre-Dame, que deixem de nos dizer que n�o h� dinheiro para atender a emerg�ncia social", denunciou Philippe Martinez, secret�rio-geral da Central Geral dos Trabalhadores (CGT), um dos principais sindicatos franceses.

Grandes empresas do pa�s abriram seus cofres para financiar a recupera��o da emblem�tica catedral. At� agora, foram prometidos 800 milh�es de euros (cerca de 3,5 bilh�es de reais) em doa��es.

Entre as grandes fortunas francesas que se mobilizaram para acudir o monumento hist�rico do pa�s, destaca-se a fam�lia de Bernard Arnault, propriet�ria do grupo de produtos de luxo LVMH, que prometeu 200 milh�es de euros (cerca de 850 milh�es de reais).

Dona da marca L'Or�al, a fam�lia Bettencourt anunciou que 100 milh�es de euros sair�o da empresa, enquanto a outra parte ser� concedida atrav�s de sua funda��o.

J� a fam�lia de Fran�ois Pinault, propriet�ria do grupo Kering, que comercializa marcas como Gucci e Yves Saint Laurent, divulgou que vai encaminhar 100 milh�es de euros atrav�s de sua companhia de investimentos Artemis.

Ingrid Levavasseur, uma das principais figuras do movimento dos "coletes amarelos", um coletivo que protesta contra a pol�tica fiscal e social do governo h� cinco meses, denunciou "a in�rcia dos grandes grupos frente � mis�ria social, enquanto demostraram sua capacidade de mobilizar em uma �nica noite 'uma soma incr�vel' para Notre-Dame".

Iniciado a partir de um protesto contra o aumento da gasolina, o movimento "jalecos amarelos" agora defende uma s�rie de demandas. No dia do inc�ndio na catedral, o presidente da Fran�a, Emmanuel Macron, tinha previsto um pronunciamento para responder a esta crise, mas o discurso foi adiado sem previs�o de nova data.

- Dedu��es fiscais -

"Que a oligarquia contribua para a Notre-Dame est� bem. Mas ser� melhor que sejam exemplares a n�vel fiscal", postou no Twitter, Benjamin Cauchy, outro membro deste movimento social.

Uma lei de 2003 prev� que as empresas podem deduzir at� 60% de seus impostos atrav�s de investimentos na cultura.

Para tentar sufocar as cr�ticas, o primeiro-ministro, Edouard Philippe, anunciou nesta quarta-feira que pessoas f�sicas poder�o abater at� 75% de seus impostos atrav�s de doa��es a favor da reconstru��o da catedral parisiense.

Diante da pol�mica, Fran�ois-Henri Pinault, dono do grupo de investimentos Kering, anunciou que vai abrir m�o da ren�ncia fiscal.

V�rias vozes chamam aten��o tamb�m para o fato da onda de generosidade pela Notre-Dame surgir num momento em que h� uma queda nas doa��es a favor das associa��es que lutam contra a pobreza.

No Twitter, o ensa�sta cat�lico Erwan Le Morhedec convocou aqueles que estimam que suas doa��es seriam "irris�rias" em compara��o ao dinheiro das grandes empresas a destinar fundos "�s associa��es que atendem aos 'templos vivos' e que sofrem uma car�ncia de doa��es".

A senadora ecologista Esther Benbassa tamb�m fez um pedido nas redes sociais para uma "onda espont�nea e em massa a favor das associa��es que lutam contra a extrema pobreza, a exclus�o e os sem-teto".

Em 2018, as doa��es para entidades de assist�ncia social na Fran�a ca�ram 4,2%, o primeiro resultado negativo nos �ltimos em dez anos.


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