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Estado de Minas INTERNACIONAL

Procurador liga suic�dio de Alan Garc�a a depoimento de ex-diretor da Odebrecht


postado em 20/04/2019 07:15

O funeral do ex-presidente do Peru Alan Garc�a terminou ontem, ap�s dois dias de vel�rio, com uma cerim�nia de crema��o e a leitura de uma carta-testamento que indica que o l�der da Alian�a Popular Revolucion�ria Americana (Apra) premeditou sua morte. Investigado por corrup��o e lavagem de dinheiro nos desdobramentos da Opera��o Lava Jato no pa�s, Garc�a, que presidiu o Peru por duas vezes, deu um tiro na cabe�a ao receber uma ordem de pris�o tempor�ria em sua casa, em Lima, na quarta-feira.

Sua carta s� veio a p�blico ontem. Foi lida pela filha, Luciana Garc�a Nores, em meio a centenas de militantes na Casa do Povo - sede do partido no centro de Lima. "Nossos advers�rios optaram por me criminalizar durante anos. Nunca encontraram nada. E agora os derrotei novamente", escreveu. "Por muitos anos, me defendi de insultos e a homenagem dos meus inimigos era dizer que Alan Garc�a era inteligente o suficiente para que nada se prove contra ele."

No texto, Garc�a diz ainda que sua miss�o foi levar a Apra ao poder em seus dois mandatos (1985-1990 e 2006-2011). Ele exalta seu legado pol�tico e cita obras feitas, principalmente no seu segundo governo. "Deixo a meus filhos a dignidade das minhas decis�es. A meus companheiros, um sinal de orgulho. E meu cad�ver como uma mostra de desprezo a meus advers�rios, porque cumpri a miss�o para a qual me dispus", concluiu Garc�a.

Militantes e dirigentes da Apra veem na carta e no fato de Garc�a andar armado desde novembro - quando o presidente do Uruguai, Tabar� V�zquez, recusou um pedido de asilo- um sinal de que ele tinha em mente o suic�dio como resposta �s investiga��es. No vel�rio, aliados disseram que a atua��o do Minist�rio P�blico peruano era parcial e patrocinada pelo governo do presidente Mart�n Vizcarra.

"Quando o asilo foi negado, ele j� sabia o que ia acontecer. Passou a andar armado, sentindo que tentariam prend�-lo. Era uma decis�o que j� estava tomada", disse ao jornal O Estado de S. Paulo o dirigente da Apra Germ�n Luna, ao fim do vel�rio.

Um procurador da for�a-tarefa da Lava Jato, ouvido pela reportagem em condi��o de anonimato, ligou o suic�dio ao iminente depoimento de Jorge Barata, delator da Odebrecht no Peru. Barata deve falar com membros do MP a partir de segunda-feira, em Curitiba.

O procurador acredita que o depoimento poderia dar os ind�cios que faltavam para apresentar um pedido de pris�o preventiva do ex-presidente � Justi�a - o pedido de pris�o tempor�ria, que antecedeu sua morte, foi feito para evitar a fuga de Garc�a antes do depoimento de Barata.

Garc�a estava envolvido em tr�s investiga��es da procuradoria peruana. A primeira, envolvia doa��es ilegais de campanha feitas pela Odebrecht, em 2006, no valor de US$ 200 mil. A segunda diz respeito a contratos superfaturados para a constru��o do metr� de Lima. Tamb�m � investigada uma palestra que o ex-presidente fez em 2012 na Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Fiesp), pela qual recebeu US$ 100 mil.

Analistas pol�ticos peruanos acreditam que o �ltimo ato de Garc�a teve dois objetivos: jogar a popula��o contra as investiga��es - que j� levaram � pris�o dois ex-presidentes e a l�der da oposi��o - e fortalecer a Apra. "A tend�ncia agora � a Apra tentar transformar Garc�a em um m�rtir e ganhar for�a � frente da oposi��o contra Vizcarra, que n�o tem uma base de apoio clara no Congresso", disse o cientista pol�tico Arturo Maldonado.


As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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