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Estado de Minas

Degelo do Alasca revela s�tios pr�-hist�ricos em �reas antes congeladas


postado em 04/05/2019 15:14

Uma m�scara de madeira foi descoberta em 2007 por uma crian�a que trope�ou nela enquanto brincava na praia perto de sua casa em Quinhagak, uma vila no oeste do Alasca que fica de frente para o Mar de Bering.

Foi o primeiro objeto de milhares que datam do s�culo XVII e pertencia a um assentamento de esquim�s yupik.

Cestos, hastes de arp�o finamente esculpidas, bonecos de madeira e agulhas de marfim emergiram de debaixo da terra enquanto o permafrost descongelava e a eros�o aumentava devido � mudan�a clim�tica nessa regi�o.

Mais de uma d�cada ap�s a primeira descoberta, a cole��o alcan�ou cerca de 100.000 objetos pr�-hist�ricos yupik, o maior de seu tipo no mundo, exibido em um novo museu em Quinhagak, lar de cerca de 700 esquim�s.

"Esta � de longe a escava��o mais importante em meus 40 anos de carreira e trabalhei em alguns lugares espetaculares", afirma Rick Knecht, arque�logo da Universidade de Aberdeen, na Esc�cia.

Knecht liderou esta d�cada uma corrida contra o tempo para preservar o maior n�mero poss�vel de objetos localizados no s�tio da escava��o, a cerca de 5 km de Quinhagak, e chamado Nunalleq, que significa Cidade Velha na l�ngua yupik.

"Quase tudo o que sabemos sobre a pr�-hist�ria de yupik vem desse lugar", diz Knecht. "As pessoas podem ter perdido o passado e uma liga��o tang�vel com o passado, o que teria sido uma trag�dia incr�vel", acrescenta.

- Grandes perdas -

Enquanto Knecht se maravilha com esse grande n�mero de artefatos em Nunalleq e todas as informa��es sobre a cultura yupik que vem com sua descoberta, tamb�m fica horrorizado ao pensar que locais similares est�o provavelmente desaparecendo � medida que o solo congelado derrete, depois de preservar esses tesouros por s�culos.

"Como o permafrost derrete, voc� pode ver que o solo se torna l�quido, vira um pote de sorvete", diz Knecht, apontando para a lama pegajosa ao longo da costa de Quinhagak.

"N�s salvamos este lugar, mas outras dezenas de milhares est�o sendo perdidos agora devido � mudan�a clim�tica", lamenta.

"Em algumas partes do �rtico, a costa recuou mais de 1,6 km e, desde que cheguei a Quinhagak, diminuiu em 10 a 20 metros em apenas 10 anos", acrescenta.

Knecht se envolveu no projeto de escava��o em 2009, depois que Warren Jones, um l�der da aldeia, entrou em contato com ele desesperado por salvar as rel�quias de seus ancestrais.

Com base na data��o por carbono de materiais org�nicos localizados em Nunalleq, especialistas acreditam que este site remonta aos tempos que os historiadores chamam de "Guerra do Arco e Flecha", quando os yupik estavam envolvidos em conflitos ferozes, muito antes de os russos chegaram ao Alasca no in�cio do s�culo XIX.

"Esta � nossa heran�a e temos que preserv�-la", disse Jones. "N�o podemos permitir que se perca no mar."

Mas n�o foi f�cil convencer os anci�os das comunidades, que acreditam firmemente que esses lugares n�o devem ser perturbados.

"Warren Jones levou dois anos para convencer a aldeia, um por um, a abrir um s�tio arqueol�gico", diz Knecht.

"Eles pensaram muito e alguns dos mais velhos que estavam relutantes s�o agora nossos mais fortes apoiadores".

- "Trag�dia cultural" -

Muitos moradores da aldeia se oferecem para trabalhar com Knecht e sua equipe de arque�logos e estudantes enquanto examinam a terra para salvar o que podem.

"Voc� tem a terr�vel sensa��o de que trabalha contra o tempo e percebe toda a extens�o da trag�dia cultural que a mudan�a clim�tica cria", diz Knecht. "� deprimente, realmente deprimente, � um show de horrores".

Mas dentro do horror, h� um aspecto positivo.

O interesse dos yupik em conhecer suas tradi��es e antepassados foi renovado.

V�rios alde�es trabalham com r�plicas dos artefatos encontrados em Nunalleq, enquanto os estudantes da escola local organizaram uma companhia de dan�a tradicional e outros come�aram a aprender a l�ngua de seus ancestrais.

A isso se soma o imenso orgulho que os locais t�m pela sua cole��o espetacular, invejados por qualquer um dos grandes museus do mundo.

"Isso teve um grande impacto na comunidade", diz Jones.

"E � importante que a cole��o fique em Quinhagak".

"Esses objetos pertencem � comunidade, mas estamos dispostos a compartilh�-los e envi�-los aos museus como um empr�stimo para as pessoas aprenderem sobre n�s", diz ainda.


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