
Um grupo de hackers encontrou uma falha de seguran�a no WhatsApp, um dos aplicativos de mensagens instant�neas mais utilizados no mundo, e instalou um spyware em celulares, informou a empresa.
A vulnerabilidade - informada primeiro pelo Financial Times, e reparada na �ltima atualiza��o do WhatsApp - permitiu aos hackers inserir um programa malicioso nos telefones, mediante chamada telef�nica aos aparelhos em quest�o atrav�s do aplicativo, que � utilizando por cerca de 1,5 bilh�o de pessoas.
Segundo o Financial Times, que cita um distribuidor de spyware, a ferramenta foi desenvolvida por uma empresa obscura com sede em Israel chamada NSO Group, acusada de ajudar governos do Oriente M�dio e at� o M�xico a espionar ativistas e jornalistas.
Especialistas em seguran�a indicaram que o c�digo malicioso tem semelhan�as com outras tecnologias desenvolvidas pela empresa, segundo o New York Times.
Esta nova vulnerabilidade de seguran�a - que afeta dispositivos Android e iPhones da Apple, entre outros - foi descoberta no in�cio deste m�s e o WhatsApp rapidamente resolveu o problema, lan�ando uma atualiza��o em menos de 10 dias.
"WhatsApp incentiva as pessoas a baixar a vers�o mais recente do nosso aplicativo, bem como manter em dia o sistema operacional do seu telefone, para se proteger contra poss�veis ataques de seguran�a que visam comprometer as informa��es armazenadas no aparelho", disse � AFP um porta-voz da empresa.
A empresa n�o comentou o n�mero de usu�rios afetados ou quais foram os alvos do ataque, e informou que reportou o caso �s autoridades americanas.
Esse vazamento � o mais recente de uma s�rie de problemas do Facebook, propriet�rio do WhatsApp, que tem enfrentado fortes cr�ticas por permitir que os dados pessoais de seus usu�rios sejam usados por empresas de pesquisa de mercado.
O Facebook tamb�m foi questionado por sua resposta lenta ao uso da plataforma pela R�ssia para divulgar informa��es falsas durante a campanha presidencial americana em 2016.
Programa muito invasivo
O programa de espionagem que afetou o WhatsApp � sofisticado e "estaria dispon�vel apenas para atores avan�ados e altamente motivados", disse a empresa, acrescentando que "visava um n�mero seleto de usu�rios"."Este ataque tem todas as caracter�sticas de uma empresa privada que trabalha com alguns governos no mundo", de acordo com as primeiras investiga��es, continuou, sem fornecer, contudo, o nome da empresa.
O WhatsApp relatou o problema para organiza��es de direitos humanos, mas tamb�m n�o as identificou.
The Citizen Lab, um grupo de pesquisa da Universidade de Toronto, disse no Twitter que acredita que hackers tentaram atacar um advogado especializado em direitos humanos no �ltimo domingo usando essa falha de seguran�a, mas o WhatsApp os impediu.
O NSO Group ganhou notoriedade em 2016, quando especialistas o acusaram de ajudar a espionar um ativista nos Emirados �rabes Unidos.
Seu produto mais conhecido � o Pegasus, um programa muito invasivo que pode ativar remotamente a c�mera e o microfone de um determinado telefone e acessar seus dados.
A empresa assegurou nesta ter�a-feira que s� vende este programa para os governos "combaterem o crime e o terrorismo".
O NSO Group "n�o opera o sistema e, ap�s um rigoroso processo de estudo e autoriza��o, as ag�ncias de seguran�a e intelig�ncia determinam como usar a tecnologia em suas miss�es de seguran�a p�blica", disse em um comunicado enviado � AFP.
"N�s investigamos qualquer den�ncia cr�vel de uso indevido e, se necess�rio, tomamos medidas, incluindo a desativa��o do sistema", concluiu.